PROSELITISMO PEDAGÓGICO E CONVERSÃO IDEOLÓGICA NA REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Autores

  • Álamo Pimentel Centro de Humanidades e Ciências Sociais/Universidade Federal do Sul da Bahia, Programa de Pós Graduação em Estado e Sociedade. https://orcid.org/0000-0001-6993-4483

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2019v17i3p1288-1311

Palavras-chave:

Mídia, Ideologia, Ensino Médio, Educação, Cultura.

Resumo

A imposição de um modelo educacional por meio da Reforma do Ensino Médio acirrou disputas políticas e produziu um debate marcadamente ideológico sobre a educação. Por meio de filmes publicitários o governo procurou responder críticas e instruir a população brasileira sobre aspectos do discurso oficial presentes na proposta reformista. Através da análise de discurso inscrita em uma abordagem pós-colonial este artigo busca destacar as marcas neoliberais e neocoloniais presentes na propaganda da reforma. A ideologia aqui é concebida como potência discursiva geradora de modos de subjetivação e operadora de relações de saber/poder no âmbito das políticas culturais e educacionais.

Biografia do Autor

Álamo Pimentel, Centro de Humanidades e Ciências Sociais/Universidade Federal do Sul da Bahia, Programa de Pós Graduação em Estado e Sociedade.

Pedagogo pela UNEB, Doutor em Educação pela UFRGS e Pós Doutor em Sociologia do Conhecimento pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Portugal.Professor Associado IV do Centro de Humanidades e Ciências Sociais e vice coordenador do Programa de Pós Graduação Estado e Sociedade da Universidade Federal do Sul da Bahia, Líder do Grupo de Pesquisa Sociedade, Educação e Universidade -CNPq-UFSB.

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Publicado

2019-09-28

Edição

Seção

Artigos