CURRÍCULO MÍNIMO DE MATEMÁTICA PROPOSTO PELA SEEDUC/RJ: PONTUAÇÕES ACERCA DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO E INSTITUIÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2017v15i1p82-102Palavras-chave:
Currículo Mínimo. Educação Matemática. Currículos da MatemáticaResumo
Este artigo intenciona apontar para algumas das especificidades que permearam o processo de elaboração e instituição do Currículo Mínimo de Matemática, em nível de Ensino Médio, proposto pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC/RJ), em 2011. Cabe ressaltar que diante de uma multiplicidade de materialidades curriculares, o enfoque dessa mudança ocorreu por meio de uma nova estrutura curricular, impactando uma rede com um milhão de alunos e doze mil professores de Matemática. O currículo traz as ideias de seu tempo, o olhar da sociedade para questões humanas e outras ideias tacitamente políticas; além disso, ele traz em seu escopo toda uma trama de heranças históricas e a marca pessoal daqueles que se dedicaram à sua construção. E dessa forma, analisar as tramas de um currículo de Matemática é muito mais que olhar uma sequência de conteúdos linearmente organizados. É, sobretudo, entender, que aquela construção foi tecida de forma a sustentar um corpo de ideias que diz sobre seu tempo. Esse processo refletiu a inexistência de diálogo entre os diversos segmentos sociais e profissionais daquele campo. Interesses governamentais foram além das perspectivas educacionais e nesse ínterim subtraíram a democracia em ações de políticas públicas que se refletiram tão somente no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Foi evidente a percepção de que não houve clareza de ideias quando dessa elaboração, contrastando com a legislação vigente. A formatação do Currículo Mínimo negou a dialética educacional e a retórica da Matemática acadêmica enquanto disciplina escolar.
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