Decolonialidade e branquitude
empretecendo os currículos em busca de justiça cognitiva
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e65958Palavras-chave:
Heterobiografias; Decolonialidade; CurrículosResumo
Este texto objetiva discutir a necessidade de um currículo que traga outras vozes e histórias diferentes daquelas que estão em predominância nos materiais didáticos. Problematiza a noção da branquitude e o reconhecimento dos privilégios materiais e simbólicos que dela advém, indo ao encontro de um currículo decolonial ou contracolonial (Bispo dos Santos, 2023) que se desenvolva valorizando outras culturas e modos de viver pensando a justiça cognitiva, como uma forma de elaboração um projeto de justiça social. Como metodologia adotamos as narrativas heterobiográficas (Autor, xxx), entendendo-as como a compreensão de si pela história do outro, inventariando os diversos modos de viver nas escolas, onde cria-se outras e novas possibilidades curriculares que inserem pluralidade aos sentidos hegemonicamente idealizados.
Referências
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ALVES, Nilda. Sobre movimentos das pesquisas nos/dos/com os cotidianos. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 4, n. 7, p. 1-8, dez. 2003. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/revistateias/article/view/23967. Acesso em: 20 jan. 2024.
ALVES, Nilda; OLIVEIRA, Inês. Contar o passado, analisar o presente e sonhar o futuro. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa; ALVES, Nilda (orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos escolares. 3. ed. Petrópolis: DP et al, 2008. p. 9-14.
ALVES, Nilda. Decifrando o pergaminho – os cotidianos das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa; ALVES, Nilda (orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos escolares. 3. ed. Petrópolis: DP et al, 2008. p.15-38.
ALVES, Nilda; CALDAS, Alessandra Nunes; ANDRADE, Nívea Maria da Silva. et al. Os movimentos necessários às pesquisas com os cotidianos: após muitas ‘conversas’ acerca deles. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa.; PEIXOTO, Leonardo Ferreira; SÜSSEKIND, Maria Luiza (org.). Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas e epistemológicas. Curitiba: CVR, 2019. p. 18-45.
ALVES, Nilda. A compreensão de políticas nas pesquisas com os cotidianos: para além dos processos de regulação. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113, p. 1195-1212, out.-dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/mJZwtkYBWLNGDgyRZGVbSwF/abstract/?lang=pt. Acesso em: 02 jan. 2024.
BENTO, Cida. O pacto da branquitude. São Paulo: Cia das Letras, 2020.
BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política (Obras escolhidas, Vol. 1). São Paulo: Brasiliense, 1993. p. 197-221.
BISPO DOS SANTOS, A. A terra dá, a terra quer. SP: UBU, 2023.
BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
BRAGANÇA, Inês. Histórias de vida e formação de professores: diálogos entre Brasil e Portugal. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012.
CARVALHO, Janete. Magalhães. Espinosa: por um currículo político ético-afetivo no cotidiano escolar. In: FERRAÇO, Carlos Eduardo; GABRIEL, Carmen Teresa.; AMORIM, Antonio Carlos (orgs.). Teóricos e o campo do currículo. Campinas: Unicamp/ABEC/Abeu, 2012. p. 120-140.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: As artes de fazer. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
CESAIRÉ, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2008.
CLANDININ, Dorothy Jean; CONNELLY, Michael. Pesquisa narrativa: experiências e história na pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2015.
DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
EMILIÃO, Soymara. Vida de professora: currículos como romance em escolas públicas do estado do Rio de Janeiro. 2022. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. RJ: Cobogo, 2020.
MILLS, Charles Wright. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2009.
NOGUEIRA, Eliane Greice Davanço et al. A escrita de memoriais a favor da pesquisa e da formação. In: SOUZA, Elizeu Clementino de; MIGNOT, Ana Chrystina Venâncio; PACHECO, Dirceu Castilho (orgs.). Histórias de vida e formação de professores. Rio de Janeiro: Quartet: FAPERJ, 2008.
OLIVEIRA, Inês Barbosa. O Currículo como criação cotidiana. Petrópolis: DP et Alli, 2012.
OLIVEIRA, Inês Barbosa. Da modernidade desencantada aos reencantamentos possíveis. Revista Espaço do Currículo, v. 16, p. 1-18, 2023. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/67235. Acesso em: 2 fev. 2024.
PINEAU, Gaston. A autoformação no decurso da vida: entre a hetero e a ecoformação. In: NÓVOA, Antonio; FINGER, Matthias (orgs.). O método (auto) biográfico e a formação. 2. ed. Natal: EDUFRN, 2012. p. 91-110.
QUIJANO, Aníbal. “Colonialidade do poder, eurocetrismo e América Latina”. In LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
REIS, Graça Regina Franco da Silva. Por uma outra Epistemologia de Formação: conversas sobre um Projeto de Formação de Professoras no Município de Queimados. 2014. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
REIS, Graça Regina Franco da Silva. Singularsocial. In: REIS, Graça Regina Franco da Silva; OLIVEIRA, Inês Barbosa; BARONI, Patrícia. Dicionário de pesquisa narrativa. Rio de Janeiro: Ayvu, 2023. p. 333-341.
REIS, Graça Regina Franco da Silva; CAMPOS, Marina. Materiais narrativos e docência. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa; PEIXOTO, Leonardo Ferreira; SÜSSEKIND Maria Luiza (orgs). Estudos do cotidiano, currículo e formação docente: questões metodológicas, políticas e epistemológicas. Curitiba: CRV, 2019. p. 129-141.
REIS, Graça; EMILIAO, Soymara. Alfabetização entrelaçada nas questões étnico-raciais: o tempo de Ewá. (no prelo)
REIS, Marcia O.M. F. O que me importa é não estar vencida – decolonialidade, currículos e ensino da língua inglesa. 2023. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2023.
RICOUER, Paul. Tempo e Narrativa. Campinas: Papirus, 1994.
ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.
ROLNIK, Suely. A descolonização do pensamento na obra de Grada Kilomba [Entrevista]. Portal Geledés. Disponível em: https://www.geledes.org.br/descolonizacao-do-pensamento-na-obra-de-grada-kilomba/. Acesso em: 04 jan. 2024
SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo. Belo Horizonte: Autêntica, 2019
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Paula. Gramática do Tempo: para uma nova cultura política. Cortez, 2006.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG, 2010.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista e-Curriculum

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.
Todo o conteúdo da Revista e-Curriculum é aberto para acesso público, propiciando maior visibilidade, alcance e disseminação dos trabalhos publicados.






