A Hermenêutica na Pesquisa Fenomenológica: expondo uma possibilidade de análise dos dados<br>Hermeneutics in Phenomenological Research: exposing a possibility of data analysis
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2020v22i3p285-314Palavras-chave:
Pesquisa Qualitativa, Fenomenologia, Educação Matemática, Conhecimento, Intepretação.Resumo
ResumoNeste artigo, discutimos a possibilidade de, pela hermenêutica, construirmos um caminho de interpretação dos dados da pesquisa qualitativa que assume a postura fenomenológica. Para tanto, explicitamos o significado da pesquisa fenomenológica considerando autores como Bicudo (2010, 2011, 2012) e Merleau-Ponty (1990, 1994). Sobre a hermenêutica filosófica, autores como Gadamer (2004), Heidegger (1998) e Paul Ricoeur (2000) nos possibilitam elucidar alguns aspectos que tornam relevante essa possibilidade para a interpretação de dados na pesquisa qualitativa. Para exemplificar modos de a interpretação ser conduzida, segundo essa perspectiva, trazemos algumas dissertações e teses e nos aprofundamos com o caminho construído na intepretação de dados da pesquisa de doutorado do primeiro autor deste texto. Na tese, o foco era o raciocínio abdutivo na produção de conhecimento matemático. Neste texto, para os dados da tese fazerem sentido, explicitamos o significado que para nós tem a abdução, a produção de conhecimento e finalizamos apresentando o processo de análise realizada e a relevância do movimento interpretativo hermenêutico para a pesquisa em Educação Matemática.
Palavras-chave: Pesquisa Qualitativa, Fenomenologia, Educação Matemática, Conhecimento, Interpretação.
AbstractIn this paper we discuss the possibility of, through hermeneutics, constructing a way of interpreting the data of qualitative research that takes on a phenomenological stance. Therefore, we explain the meaning of phenomenological research considering authors like Bicudo (2010, 2011, 2012) and Merleau-Ponty (1990, 1994). About philosophical hermeneutics, authors like Gadamer (2004), Heidegger (1998) and Paul Ricoeur (2000), allow us to elucidate some aspects that make this possibility relevant for the interpretation of data in qualitative research. To exemplify ways in which the interpretation can be conducted, according to this perspective, we bring some dissertations and theses and go deeper with the path constructed in the interpretation of doctoral research data of the first author of this text. In the thesis the focus was on abductive reasoning in the production of mathematical knowledge. In this text, so data research data of meaning, we speak of abduction, knowledge production has for us and we end by presenting the analysis process carried out and the relevance of the hermeneutic interpretative movement for research in Mathematics Education
Keywords: Qualitative research, Phenomenology, Mathematics Education, Knowledge, Interpretation.
Resumen
En este artículo discutimos la posibilidad de, a través de la hermenéutica, construir una forma de interpretar los datos de la investigación cualitativa que asuma una postura fenomenológica. Por tanto, explicamos el significado de la investigación fenomenológica considerando autores como Bicudo (2010, 2011, 2012) y Merleau-Ponty (1990, 1994). Sobre la hermenéutica filosófica, autores como Gadamer (2004), Heidegger (1998) y Paul Ricoeur (2000), nos permiten dilucidar algunos aspectos que hacen relevante esta posibilidad para la interpretación de datos en la investigación cualitativa. Para ejemplificar las formas en las que se puede realizar la interpretación desde esta perspectiva, traemos algunas disertaciones y tesis y profundizamos en el camino construido en la interpretación de los datos de la investigación doctoral del primer autor de este texto. En la tesis se centró en el razonamiento abductivo en la producción de conocimiento matemático. En este texto, para que los datos de la tesis tengan sentido, explicamos el significado que tiene para nosotros la abducción, la producción de conocimiento y concluimos presentando el proceso de análisis realizado y la relevancia del movimiento interpretativo hermenéutico para la investigación en Educación Matemática.
Palabras clave: Investigación Cualitativa, Fenomenológica, Educación Matemática, Conocimiento, Interpretación.
Metrics
Referências
Abbagnano, N. (2000). Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 4 ed.
Abdounur, O. J. (2003). Matemática e Música: o pensamento analógico na construção de significados. São Paulo: Escrituras Editora.
Barbariz, T. A. (2017). A constituição de conhecimento matemático em um curso de matemátia à distância. Rio Claro: Tese (Doutorado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista, Unesp.
Bicudo, M. A. (2000). Fenomenologia: confrontos e avanços. São Paulo: Cortez.
Bicudo, M. A. (2010). Filosofia da Educação Matemática: Fenomenologia, concepções, possibilidades didático-pedagógicas. São Paulo: Editora da Unesp.
Bicudo, M. A. (2011). Pesquisa Qualitativa segundo a visão fenomenológica. São Paulo: Cortez.
Bicudo, M. A. (2012). A pesquisa em Educação Matemática: a prevalência da abordagem qualitativa. R.B.E.C.T., 15-26.
Bicudo, M. A. (2020). Pesquisa fenomenológica em Educação: possibilidades e desafios. Revista Paradigma, Edición Quadragésimo Aniversario: 1980-2020, 30-56.
Ferreira, A. B. (2010). Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 8 ed.
Gadamer, H.-G. (2004). Verdade e Método. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes.
Garnica, A. V. (1992). A interpretação e o fazer do professor: possibilidade do trabalho hermenêutico na Educação Matemática. Rio Claro: Dissertação (Mestrado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista, Unesp.
Heidegger, M. (1978). Introdução à Metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
Heidegger, M. (1998). Camnhos de Floresta. Lisboa: Calouste Gulbenkian.
Kluth, V. S. (1997). O que acontece no encontro sujeito-matemática? Rio Claro.: Dissertação (Mestrado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista, Unesp.
Merleau-Ponty, M. (1990). O primado da percepção e suas consequências filosófica. Campinas: Papirus.
Merleau-Ponty, M. (1994). Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes.
Mondini, F. (2013). A presença da álgebra na legislação escolar brasileira. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/102139: [Tese de doutorado em Educação Matemática, Universidade Estadual Paulista, Unesp].
Nunes, B. (1992). Passagem para o poético: filosofia e poesia em Heidegger. São Paulo: Ática.
Ostrower, F. (1987). Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes.
Ricoeur, P. (2000). Teoria da Interpretação. O discurso e o excesso de signifcação. Lisboa: Ediçoes 70.
Seibt, C. L. (2015). Heidegger e a fundamentação do conhecimento. Kalagatos-Revista dde Filosofia, v. 12, n. 23, 63-90.
Silva, J. G. (1987). O ensino de matemática: da aparência a essência. Rio Claro: Disssertação (Mestrado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista, Unesp.
Souza, J. S. (2014). A abdução em Pierce: um estudo hermenêutico. Rio Claro: Dissertação (Mestrado em Educação Matemática). Universidade Estadual Paulista, Unesp.
Stein, E. (1996). Aproximações sobre hermenêutica. Porto Alegre: Edipucrs.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).