O programa residência pedagógica e a mobilização do Conhecimento Didático-Matemático

uma análise focalizando a idoneidade ecológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2022v24i4p385-421

Palavras-chave:

Programa Residência Pedagógica, Formação inicial de professores de Matemática, Gamificação, Idoneidade ecológica, Conhecimento Didático-Matemático

Resumo

O presente artigo tem por objetivo analisar os critérios de idoneidade ecológica assumidos por residentes de matemática na elaboração de um plano de aula envolvendo a gamificação. Participaram do estudo seis residentes do subprojeto matemática do Programa Residência Pedagógica da Universidade Federal de Ouro Preto. Os participantes se inseriram em um minicurso sobre metodologias ativas que focalizou a gamificação e o trabalho em grupo. Os dados foram produzidos ao longo de três encontros formativos e contemplam as gravações e produções dos participantes. Após a transcrição dos encontros e organização das produções dos estudantes, organizou-se a análise em duas etapas. A primeira consiste na análise descritiva dos encontros e a segunda na análise do plano de aula, assumindo os indicadores da idoneidade ecológica como categorias analíticas. A análise revelou que se contemplou o nível alto para dois componentes da idoneidade ecológica (abertura à inovação didática e conexões intra e interdisciplinares), o nível médio para outros dois componentes (adaptação ao currículo e adaptação socioprofissional e cultural) e o nível baixo para um componente (educação e valores). Tal cenário possibilitou inferir que, em termos médios, a idoneidade ecológica presente no plano de aula elaborado pelos residentes se aproximou do nível médio. Nessa perspectiva teórica, os dados sinalizam a importância de o conhecimento didático-matemático ser assumido pelos formadores como uma ferramenta de avaliação, reflexão e tomada de decisão.

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Biografia do Autor

Amanda Cristina Martins

Mestranda em Educação Matemática pela Universidade Federal de Ouro Preto.

Iara Maria Soares de Assis Frade, Universidade Federal de Ouro Preto

Mestranda em Educação Matemática pela Universidade Federal de Ouro Preto.

Douglas da Silva Tinti, Universidade Federal de Ouro Preto - Departamento de Educação Matemática (DEEMA)

Doutor em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), com período sanduíche na Universidade de Sevilha/Espanha. Mestre em Educação Matemática pela PUC/SP. Especialista em Estatística Aplicada e Licenciado em Matemática e pela Universidade Metodista de São Paulo. É professor do Departamento de Educação Matemática (DEEMA) da Universidade Federal de Ouro Preto. 

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Publicado

2022-12-26

Edição

Seção

Número Temático: Formação de Professores de Matemática na interface com o Programa Residência Pedagógica 2022