Usos da argumentação na educação matemática
uma revisão sistemática da literatura no ensino superior
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i3p111-141Palavras-chave:
Argumentação, Revisão Sistemática, Educação Matemática, Ensino SuperiorResumo
O artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura de estudos empíricos sobre usos da argumentação na Educação Matemática no Ensino Superior. Para tanto, foi realizada uma busca por artigos na base de dados Education Resources Information Center (ERIC), em periódicos específicos da área de Educação Matemática, entre 2012 e 2021. O período justifica-se por ser a década de pesquisas publicadas que antecede o início do presente estudo. Após a seleção e leitura desses artigos, foram identificadas as categorias de análise: argumentação como instrumento de análise de argumentos de estudantes; argumentação como instrumento nálise de argumentos de professores; argumentação como abordagem de ensino. A análise foi conduzida a partir de estudos da literatura, sobretudo adotando-se a perspectiva teórica da argumentação de Toulmin e de Perelman. Os resultados apontam três formas de usos da argumentação com relação à: abordagem de ensino, investigação sobre o ensino de provas, avaliação da relação entre argumentação e prova e investigação da qualidade da argumentação de estudantes e professores. No entanto, evidenciou-se a necessidade de que mais investigações sejam realizadas para avaliar o potencial de cursos focados em argumentação para disciplinas de matemática do Ensino Superior, principalmente, utilizando a abordagem de Perelman, cujos estudos realizados têm sido razoavelmente escassos.
Metrics
Referências
Almeida, W. N. C. & Malheiro, J. M. da S. (2018). A Argumentação e a Experimentação investigativa no Ensino de Matemática. Alexandria, 11(2), 57-83. https://doi.org/10.5007/1982-5153.2018v11n2p57
Anscombre, J. C., & Ducrot, O. (1983). L’argumentation dans la langue. Mardaga.
Antonini, S. (2018). Figural conceps in proving by contradiction. Quadrante, 27(2). https://quadrante.apm.pt/article/download/22967/17033/88394
Balacheff, N. (1988). Aspects of proof in pupils’practice of school mathematics. Mathematics, Teacher and children, 24, 216-235.
Boero, P., Garuti, R., & Mariotti, M. A. (1996). Some dynamic mental processes underlying producing and proving conjectures. Proceedings of the 20th Conference of the International Group for the Psychology of Mathematics Education, Valencia, Spain.
Can, O. S. & Isleyen, T. (2016). Teaching Probability to Pre-Service Teachers with Argumentation Based Science Learning Approach. Journal of Educational and Practice, 7(33), 109- 116. https://eric.ed.gov/?id=EJ1122873.
Can, O. S. & Isleyen, T. (2020). The effect of probability instruction through argumentation approach on the achievement of preservice teachers and the permanence of their knowledge. African Education Research Journal, 8, 540- 553. http://doi.org/10.30918/AERJ.8S3.20.072.
Eemeren V., F. H., Houtlosser, P., & Henkemans, A. F. S. (2008). Argumentative indicators in discourse: A pragma-dialectical study. Springer.
Eemeren, F. V., Garssen, B., & Meuffels, B. (2012). Effectiveness through Reasonableness: Preliminary Steps to Pragma-Dialectical Effectiveness Research. Argumentation, 26, 33-53. http://dx.doi.org/10.1007/s10503-011-9234-7.
Fukawa-Connelly, T. (2014) Using Toulmin analysis to analysis an instructor's proof presentation in abstract algebra. International Journal of Mathematical Education in Science and Technology, 45(1), 75-88.
Gabel, M., & Dreyfus, T. (2016). Affecting the flow a proof by creating presence – a case study in Number Theory. Educational Studies em Mathematics, 96(2), 187-205. http://doi.org/10.1007/s10649-016-9746-z
Gabel, M., & Dreyfus, T. (2017). The flow of a proof: establishing a basis of agreement. CERME10, 1, 155-162. https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-01865664/document.
Galvão, T. F., Pansani, T. de S. A., & Harrad, D. (2015). Principais itens para relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises: a recomendação PRISMA. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24, 335-342. http://dx.doi.org/10.1080/0020739x.2013.790509.
Inglis, M., Mejia-Ramos, J. P., & Simpson, A. (2007). Modelling mathematical argumentation: the importance of qualification. Educational Studies in Mathematics, 66(1), 3-21. http://dx.doi.org/10.1007/s10649-006-9059-8.
Kaplan, A. H., Gulkilik, H., & Emul, N. (2019). Investigating the Relationship between Argumentation and Proof a Representation Perspective. International Journal for Mathematics Teaching and Learning, 20(2), 131-148. https://eric.ed.gov/?id=EJ1237078
Krummheuer, G. (1995). The ethnography of argumentation. In P. Cobb, & H. Bauersfeld, (ed.). The emergence of mathematical meaning: Interaction in classroom cultures (pp.229-269). Lawrence Erlbaum.
Kwon, N., Younggon, B., & Hwan, O. (2015). Design research on inquiry based multivariable calculus: focusing on students’ argumentation and instructional design. ZDM: The International Journal on Mathematics Education, 47(6), 997-1011. http://dx.doi.org/10.1007/s11858-015-0726-z.
Laamena M., Nusantara, T., Irawan, B., & Muksar, M. (2018) How do the Undergraduate Students Use an Example in Mathematical Proof Construction: A Study based on Argumentation and Proving Activity. International Eletronic Journal of Mathematics Education, 13(3), 185-198. https://eric.ed.gov/?id=EJ1227508
Lichtman, M. (2010). Qualitative Reserch in Education: A User’s Guide. 2. ed. Sage.
Mariotti, M. A., & Pedemonte, B. (2019). Intuition and proof in the solution of conjecturing problems. ZDM, 51(5), 759-777. http://dx.doi.org/10.1007/s11858-019-01059-3.
Metaxas, N., Potari, D., & Zachariades, T. (2016). Analysis of a Teacher’s pedagogical arguments using Toulmin’s model and argumentation schemes. Educational Studies in Mathematics, 93(3), 383-397. http://doi.org/10.1007/s10649-016-9701-z.
Nunes, J. M. V., & Almouloud, S. A. (2013). O modelo de Toulmin e a análise da prática da argumentação em matemática. Educação Matemática Pesquisa: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática São Paulo, 15(2), 487-512. https://revistas.pucsp.br/emp/article/view/14592.
Pedemonte, B. (2002). Étude didactique et cognitive des rapports de l'argumentation et de da démonstration dans l'apprentissage des mathématiques. [Tese de Doutorado em Educação, Université Joseph Fourier-Grenoble I/Université de Genova, Genova, Itália]. https://theses.hal.science/tel-00004579.
Pedemonte, B. (2007). How can the relationship between argumentation and proof be analysed? Educational Studies in Mathematics, 66(1), 23-41. http://dx.doi.org/10.1007/s10649-006-9057-x.
Pedemonte, B. (2012). L’argumentation en mathématiques et sa relation avec la démonstration. Quadrante, 21(2), 5-28. https://doi.org/10.48489/quadrante.22882.
Perelman, C. (1993). O império retórico: retórica e argumentação. Edições ASA.
Perelman, C., & Olbrechts-Tyteca, L. (2005). Tratado da argumentação: a nova retórica. Martins Fontes.
Plantin, C. (2008). A Argumentação: História, teorias, perspectivas. Tradução Marcos Marcionilo. Parábola.
Silva Júnior, G. A. (2019). Elementos de exploração argumentativa docente na sala de aula: uma proposta de análise à luz de teoria de Perelman e Olbrechts-Tyteca [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal]. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/28638
Simpson, A. (2015). The anatomy of a mathematical proof: implications for analyses with Toulmin’s scheme. Educational Studies in Mathematics, 90(1), 1-17. http://dx.doi.org/10.1007/s10649-015-9616-0
Staples, M., & Newton, J. (2016). Teachers' Contextualization of Argumentation in the Mathematics Classroom. Theory Into Practice, 55(4), 294-301. https://doi.org/10.1080/00405841.2016.1208070
Teixeira, E. S., Freire Júnior, O., & Greca, I. M. (2015, mar.). La enseñanza de la gravitación universal de Newton orientada por la historia y la filosofía de la ciencia: una propuesta didáctica con un enfoque en la argumentación. Enseñanza de las Ciencias, 33(1), 205-223. http://dx.doi.org/10.5565/rev/ensciencias.1226
Teixeira, E. S., Greca, I. M., & Freire, O. (2012). The history and philosophy of science in physics teaching: a research synthesis of didactic interventions. Science & Education, 21(6), 771-796.
Toulmin, S. (2006). Os Usos do Argumento. Martins Fontes.
Toulmin, S. E. (1958). The uses of argument. University Press.
Tristanti, B., Sutawidjaja, A., Abdur, R., & Muskar, M. (2016). The construction of deductive warrant derived from inductive warrant in preservice-teacher mathematical argumentations. Educational Research and Reviews, 11(17), 1696-1708. https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1116653.pdf
Uygun-Eryurt, T. (2020). Conception and Development of Inductive Reasoning and Mathematical Induction in the Context of Written Argumentations. Acta Didactica Napocensia, 13(2), 65-79. https://eric.ed.gov/?id=EJ1280349
Walton, D. N. (2012). Lógica Informal: manual de argumentação crítica. Martins Fontes.
Wawro, M. (2015). Reasoning About Solutions in Linear Algebra: the case of abraham and the invertible matrix theorem. International Journal of Research in Undergraduate Mathematics Education, 1(3), 315-338.http://dx.doi.org/10.1007/s40753-015-0017-7.
Yopp, D. A., & Ely, R. (2015). When does an argument use a generic example? Educational Studies in Mathematics, 91(1), 37-53. http://dx.doi.org/10.1007/s10649-015-9633-z.
Zazkis, D., Weber, K., & Mejía-Ramos, J. P. (2016). Bridging the gap between graphical arguments and verbal-symbolic proofs in a real analysis context. Educational Studies in Mathematics, 93(2), 155-173. http://doi.org/10.1007/s10649-016-9698-3.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
