Processo de inclusão escolar de uma aluna cega em aulas de Matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2022v24i1p388-417

Palavras-chave:

Inclusão escolar, deficiente visual, ensino de Matemática

Resumo

O estudo objetiva compreender o processo de inclusão de uma aluna com deficiência visual em aulas de Matemática, em uma instituição da Educação Básica pública do estado do Paraná. A abordagem metodológica adotada é a pesquisa exploratória, com análise qualitativa de conteúdo, a partir de Bardin (2011).  Os encaminhamentos para as análises foram apoiados na teoria Histórico-Cultural de Vigotski e na teoria de assimilação por etapas de Galperin. A coleta de registro de dados foi realizada por meio de observações sistemáticas na turma em que a aluna se encontrava matriculada, junto com entrevistas semiestruturadas com o diretor do estabelecimento, a professora de Matemática e a aluna participante. Os resultados foram sistematizados em duas categorias: a) processos metodológicos e recursos didáticos utilizados no ensino de Matemática para a aluna com deficiência visual; b) processo de inclusão no ambiente escolar. Verificou-se que a instituição escolar investigada busca oferecer uma educação inclusiva, entretanto, muitos desafios e barreiras se fazem presentes na efetivação da inclusão da aluna, em específico, tais como: a superlotação da turma, a falta de formação dos professores para realizar o ensino inclusivo, a carência de materiais adaptados, a ausência de piso tátil na escola, além de outras formas de acessibilidade estrutural.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Fabio Borges, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Professor de Matemática da Educação Básica. Mestre em Ensino de Ciência e Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Especialista em Ensino de Matemática para o Ensino Médio pela Universidade Estadual do Centro-Oeste. Participante do grupo de pesquisa o Ensino e a Inclusão da Pessoa com deficiência.

Lucia Virginia Mamcasz-Viginheski, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UniGuairacá, Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Guarapuava

Licenciada em Matemática. Doutora em Ensino de Ciência e Tecnologia. Docente do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde, UniGuairacá; Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Docente da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Guarapuava, Paraná.

Sani De Carvalho Rutz da Silva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Licenciada em Matemática. Doutora em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, mestrado e doutorado, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Elsa Midori Shimazaki, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo. Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá – UEM

Referências

Ainscow, M. (2009). O que significa inclusão? Entrevista. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br.

Amstel, F. Observação Sistemática. (2015). Disponível em: https://www.corais.org/node/113#:~:text=Observa%C3%A7%C3%A3o%20Sistem%C3%A1tica%20%C3%A9%20um%20m%C3%A9todo,conversas%20e%20resultados%20do%20trabalho.

Bardin, L. (2011) Análise de conteúdo. Edições 70,

Boraschi, M. B, Masuyama, P. M. K. & Rinaldi, R. P. (2013). Educação inclusiva: caminhos para construção de redes de apoio em dois municípios do interior paulista. Anais do XI EDUCERE - Congresso Nacional de Educação. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/8322_6409.pdf.

Borges, F. (2020) Narrativa adaptada para o ensino de semelhança de triângulos para aluno com deficiência visual em situação de inclusão. 143 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, Ppgect, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2020.

Brasil. (1990). Lei 13.146 de 06 de julho de 2015. Estatuto da Criança e do Adolescente. Imprensa Oficial.

Costa, V. B. da & Denari, F. E. (2014). Concepção docente sobre adequação curricular na educação inclusiva. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 9, n. 1, p. 26-36, jan;/mar. 2014. https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/6854. Acesso em: 20 set. 2021.

Disabled Peoples' International – DPI. (2002). Declaração de Sapporo – JAPÃO de 18 de outubro de 2002. Insta os Governos em todo mundo a erradicar a educação segregada e estabelecer política de educação inclusiva. https://educacao.mppr.mp.br/arquivos/File/dwnld/educacao_basica/educacao_especial/legislacao/declaracao_de_sapporo_de_2002.pdf.

Congresso Europeu de Pessoas com Deficiência.(2001). Declaração de Madrid. Disponível em: https://pcd.mppr.mp.br/pagina-307.html.

Facion, J. R. (2008). Inclusão escolar e suas implicações. 2. ed.IBPEX.

Ferronato, R. (2002). A construção de instrumento de inclusão no ensino da matemática. 2002. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção Universidade Federal de Santa Catarina. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/82939>.

Galperin. P. (2009ª). La formación de los conceptos y las acciones mentales. In: Rojas, L. Q. & Solovieva, Y. Las funciones psicológicas en el desarrollo del niño. Trillas.

Galperin. P. (2009b). La dirección Del proceso de aprendizaje. In: In: Rojas, L. Q. & Solovieva, Y. Las funciones psicológicas en el desarrollo del niño. Trillas.

Galperin. P. (2009c). La formación de los conceptos y las acciones mentales. In In: Rojas, L. Q. & Solovieva, Y. Las funciones psicológicas en el desarrollo del niño. Trillas.

Galperin. P. Sobre la formación de los conceptos y de las acciones mentales: La ciencia psicológica en la URSS. T.I. 1959. In: Rojas, L. Q. & Solovieva, Y. (Org.) Las formación de las funciones psicológicas durante el desarrollo del niño, 2001.

Juliano, M. C. C.& Yunes, M. A. M. (2014). Reflexões sobre rede de apoio social como mecanismo de proteção e promoção de resiliência. Ambiente & Sociedade, v. , n. 3, p. 135-154. Disponível em:https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-753X2014000300009&script=sci_abstract&tlng=pt.

Mantoan, M. T.(2006). Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer?. Moderna.

Manzini, E. J. (1990/1991). A entrevista na pesquisa social. Didática. v. 26/27, pp. 149-158.

Mendes, E. G. (2007). Sobre alunos “incluídos” ou da “inclusão”: reflexões sobre o conceito de inclusão escolar. In: Victor, S. L.; Vieira, A. B. & Oliveira, I. M. (Org.) Educação Especial Inclusiva: conceituações, medicalização e políticas. Campos dos Goyatacazes, Brasil Multicultural, pp. 60-83.

Mendes, L. R., Silva, S. de C. R. da & Albino, S. J. (2020). Desenvolvimento de plugin de leitura de equações matemáticas para leitor de tela In: Anais do IX Seminário de Extensão e Inovação. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Disponível em: https://eventos.utfpr.edu.br//sicite/sicite2019/paper/viewFile/4947/1375.

MEC - Ministério da Educação do Brasil. (2000). Deficiência visual. Secretaria de Educação a Distância.

MEC - Ministério da Educação do Brasil. (2001). Decreto 3.956. Promulga Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/guatemala.pdf.

MEC - Ministério da Educação do Brasil. (2006). Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão. Coordenação geral SEESP/MEC. Secretaria de Educação Especial.

MEC - Ministério da Educação do Brasil. (2008). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Ministério da Educação. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf.

MEC - Ministério da Educação do Brasil. (2019). Base Nacional Comum Curricular. (2019), MEC/CONSED/UNDIME. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2017.

Montessori, M. D. (1965) Pedagogia científica: a descoberta da criança. Flamboyant.

Núnez, I. B. (2009). Vygotsky, Leontiev e Galperin: Formação de conceitos e princípios didáticos Brasília: Liber Livros.

Pasquarelli, R. C. C. &; Manrique, A. L. (2016) . A inclusão de estudantes com deficiência visual no ensino e aprendizagem de estatística: medidas de tendência central. Educação Matemática Pesquisa (Online), v. 18, pp. 309-329.

Rodrigues, K. E. S., Latorre, M. R. D. O. & Camargo, B. (2004). Atraso diagnóstico do retinoblastoma. Jornal de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria, S.l, v. 80, n. 6, p.511-516, set. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n6/v80n6a14.pdf

Rodrigues, O. M. P. R & Maranhe, E. A. (2012) A história da inclusão social e educacional da pessoa com deficiência. In: Capellini, V. L. M. F. et al (Org.). Educação inclusiva: fundamentos históricos, conceituais e legais. Bauru, pp. 11-45.

Schaffner, C. B.& Buswell, B. E. (1999). Dez elementos críticos para a criação de comunidades de ensino inclusivo e eficaz. In: Stainback, S.&Stainback, W. (Org.). Inclusão: um guia para educadores. ArtMed, pp. 69-87.

Silva, A. H. & Fossá, M. I. T. (2013). Análise de Conteúdo: exemplo de aplicação da técnica para análise de dados qualitativos. Exemplo de Aplicação da Técnica para Análise de Dados Qualitativos. In: Anais IV Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/EnEPQ129.pdf.

Silva, L. M. da. (2003) Qualquer maneira de ler vale a pena: Sobre leituras, ledores e leitores cegos. GT-10: Alfabetização, Leitura e Escrita. PUC.

Talizina, N. (2009). La teoria de la actividad aplicada a la enseñanza. Puebla.

Uliana, M. R. (2013) Inclusão de Estudantes Cegos nas Aulas de Matemática: a construção de um kit pedagógico. Bolema, v. 27, n. 46, p.597-612, ago 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-636X2013000300017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>

Unesco. (1994). Declaração de Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais, Salamanca.

Viginheski, L. V. M. (2013). Uma abordagem para o ensino de produtos notáveis em uma classe inclusiva: o caso de uma aluna com deficiência visual. 2013. 156 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia, Ppgect, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Viginheski, L. V. M. Silva, S. C. R. Shimazaki, E. M. Anjos, S. C. (2016). An approach for the teaching of notable products in an inclusive class: the case of a student with visual disabilities. European Journal Of Special Education Research, v. 1, n. 2, p.24-40. mar. 2016. Dispone em: https://en.calameo.com/read/0047058165a3f31cf8f10.

Vigotski, L. S. (1997). Fundamentos de defectologia. Obras Escogidas 5. Visor.

Vigotski, L. S. (1991). Pensamento e Linguagem. 3 ed. Martins Fontes.

Zikmund, W. G. (2000) Business research methods. 5.ed. Fort Worth, TX: Dryden.

Downloads

Publicado

2022-04-22