A organização retórica do conjunto de sumários executivos dos documentos temáticos das Nações Unidas no Brasil para implementar a agenda 2030

Autores

  • Taís Luciana Rovina Universidade Estadual de Maringá

Palavras-chave:

Gêneros discursivos; modelo CARS; Sociorretórica.

Resumo

As contribuições da sociorretórica para o estudo dos gêneros discursivos (orais e escritos) têm sido muito significativas, especialmente no que diz respeito ao mapeamento e compreensão da organização retórica dos diversos textos com os quais temos contato em nossa vida pessoal e profissional. A linha sociorretórica inglesa concebe o gênero textual como uma ação social movida por um propósito comunicativo que apresenta recorrência de propriedades discursivas legitimadas e convencionadas por uma comunidade discursiva, servindo de moldura para a produção de textos individuais. O propósito comunicativo é compreendido, então, como a finalidade que motiva um escritor/falante a produzir textos, sendo ele um elemento considerado chave para a classificação de um gênero. Somado ao conceito de propósito comunicativo, o modelo CARS (Create A Research Space), proposto por Swales (1990), respalda o estudo da organização retórica de um texto, possibilitando ao analista mapear os movimentos retóricos (moves) e os submovimentos (steps) que são utilizados pelos autores na progressão do conteúdo ao produzir um gênero discursivo. A análise da organização retórica dos sumários executivos dos documentos temáticos das Nações Unidas no Brasil revelou que, embora os sumários compartilhem do mesmo propósito comunicativo, os textos não mantêm um padrão rígido no que se refere à estrutura retórica, havendo certa variação da organização estrutural nos textos, o que vai ao encontro da teoria sociorretórica dos gêneros.

Palavras-chave: Gêneros discursivos; Modelo CARS; Sociorretórica.

Referências

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Publicado

2023-09-18

Como Citar

Rovina, T. L. (2023). A organização retórica do conjunto de sumários executivos dos documentos temáticos das Nações Unidas no Brasil para implementar a agenda 2030. The Especialist, 44(2), 83–95. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/esp/article/view/61853