Desenvolvimento de Português como segunda língua para surdos na universidade

uma proposta didática para leitura de resumo acadêmico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2318-7115.2024v45i4e63995

Palavras-chave:

Português como L2 para surdos, Ensino de língua para fins específicos, Didatização de gêneros acadêmicos

Resumo

O interesse crescente na linguagem escrita tem conquistado a atenção de pesquisadores engajados no estudo da surdez, provocando uma série de questionamentos sobre as estratégias e abordagens essenciais para promover o desenvolvimento da leitura e escrita em estudantes surdos. Este artigo tem como objetivo analisar os resultados de atividades de ensino de Língua Portuguesa centrado no gênero resumo acadêmico desenvolvidas para e com alunos surdos do curso de Letras Libras de uma universidade pública do interior norte rio grandense. As atividades analisadas fazem parte da primeira fase de uma sequência didática (DOLZ, NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004), vinculada a uma pesquisa doutoral em andamento. Os resultados mostram que as atividades realizadas foram bem-sucedidas, pois permitiram que os alunos expressassem seus pensamentos por escrito sobre o assunto abordado, utilizando a língua de sinais como base para seu processo de escrita. Por meio dessas atividades, conseguimos promover o contato com materiais escritos no ambiente acadêmico, incentivando a leitura e a escrita sem suprimir a Língua Portuguesa em favor da Libras.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Isabelle Pinheiro Fagundes, Universidade Federal Rural do Semi Árido, Mossoró, RN, Brasil.

Graduada em Letras Português e suas respectivas Literaturas (2013) pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Especialista em Libras (2014) pelo Instituto de Ensino Superior Potiguar ( IESP), Mestranda em Ensino pelo Programa de Pós Graduação em Ensino (POSENSINO), parceria entre UERN, UFERSA e o IFRN. Participa do Grupo de Estudos e Pesquisas com Narrativas (Auto)biográficas em Educação (GPENAE/UFERSA/CNPq). Atua com o ensino de Libras - Língua Brasileira de Sinais e Literatura Surda. Tem experiência na área de LIBRAS. Atuou como Intérprete do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Rio Grande do Norte - IFRN - Campus Ead. Atualmente professora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA.

Augusta Reinaldo, Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PB, BR.

Professora titular da Universidade Federal de Campina Grande e professora associado da Universidade Federal de Campina Grande. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de língua materna, formação de professor, ensino, escrita e ensino de escrita

Referências

ALMEIDA, W. G., org. Educação de surdos: formação, estratégias e prática docente. Capitulo 5: PIMENTA, J. M. A. A fábula em Libras para a aprendizagem da Língua Portuguesa por alunos Surdos. Ilhéus, BA: Editus, 2015, 197 p. ISBN 978- 85-7455-445-7.

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Características da investigação qualitativa. In: Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994.

BRASIL, Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 17 de out. De 2023.

BRASIL. SEF. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.

BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2006.

BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, textos e discursos: Por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: Educ, 1999.

BRONCKART, J.-P. Gêneros de textos, tipos de discurso e sequências. Por uma renovação do ensino da produção escrita. Letras, 2010, (40), 163–176. Disponível em: https://doi.org/10.5902/2176148512150. Acesso 18 de out de 2023.

CAPOVILLA, F. C. et al. Dicionário da Língua de Sinais do Brasil: a Libras em suas mãos. . São Paulo: EDUSP. 2021.

CLAUDIO, A. P.; QUILES, R. E. S. Estratégias pedagógicas para o ensino de Língua Portuguesa para crianças surdas. Revista Sinalizar, Goiânia, v. 7, 2022. DOI: 10.5216/rs.v7.72965. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revsinal/article/view/72965. Acesso em: 23 out. 2023.

DE PIETRO, J.-F.; ERARD, S.; KANEMAN-POUGATCH, M. Un modèle didactique du “débat”: de l’objet social à la pratique scolaire. Enjeux, v. 39/40, p. 100-129, 1996/1997

DIONÍSIO, A. MACHADO, A. BEZERRA, M. A. Gêneros textuais e ensino. 2° ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

DOLZ, J.; GAGNON, R. O gênero de texto, uma ferramenta didática para desenvolver a linguagem oral e escrita. In: BUENO, L.; COSTA-HÜBES, T. C. Gêneros orais no ensino. Campinas: Mercado das Letras, 2015.

DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Trad.: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.

DOLZ, J. SCHNEUWLY, B. Gêneros e progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. [Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro]. Campinas-SP: Mercado de Letras, 2004. p. 41-73.

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B.; HALLER, S. O oral como texto: como construir um objeto de ensino. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. e col. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização de Roxane H. R. Rojo e Glaís S. Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. p. 149-214. FRÃES, H.S.; PEREIRA, M.C.C. Compreensão da leitura e surdez. In: LACERDA, C. B. F. de.; GÓES, M.C. R. de. Surdez: processos educativos e subjetividade. São Paulo: Lovise, 2000.

FREIRE, P. A importância de ler. In: FREIRE, P. A importância de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Cortez, 1989.

GESUELI, Z. A criança surda e o conhecimento construído na interação em língua de sinais. Campinas, 1998. Disponível em: https://www.porsinal.pt/index.php?ps=artigos&idt=artc&cat=13&idart=32. Acesso em 18 de out. de 2023.

KARNOPP, L.B. Práticas de leitura e escrita entre os surdos. Páginas 153-171. In.: LODI, A.C.B et al (org) Letramento, Bilinguismo e Educação de Surdos. Porto Alegre: Mediação, 2012. P. 154-171.

LACERDA, C. B. F.; LODI, A. C. B. A inclusão escolar bilíngue de alunos surdos: princípios, breve histórico e perspectivas. In: LODI, A.C.B.; LACERDA, C. B. F (Orgs.). Uma escola, duas línguas: letramento em língua portuguesa e língua de sinais nas etapas iniciais de escolarização. Porto Alegre: Editora Mediação, 2014.

LODI, A. C. B. A leitura como espaço discursivo de construção de sentidos: Oficinas com surdos. 2004, 282f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem), Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/13914. Acesso em 18 de out. de 2023.

LOUSADA, E. G.; DEZUTTER, O. La rédaction de genres universitaires : pratiques et points de vue d’étudiants universitaires au Brésil et au Québec. Le Français à l’Université, 21e année, numéro 01, 2016. Consultado em http://www.bulletin.auf.org/index.php?id=2219. Acesso em 10 de out. 2023.

MARCUSCHI, B. Escrevendo na escola para a vida. In Rangel. E. O. e Rojo, R. H. (orgs.). Coleção Explorando o ensino-Língua Portuguesa, Brasília, MEC, Secretaria de Educação Básica, 2010, pp. 65-84.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs). Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola Editorial. 2010. P. 19-38.

MIRANDA, F; ARMAN, J. Uma proposta de português para fins específicos na perspectiva interacionista sociodiscursiva. ReVEL, edição especial, v. 18, n. 17, 2020. [www.revel.inf.br]. Consultado em http://www.revel.inf.br/files/219006d3188028846818858d7964ff21.pdf. Acesso em 17 de out de 2023.

MOITA LOPES, L. P. Afinal, o que é linguística aplicada. In: Moita Lopes, L.P. Oficina de linguística aplicada Campinas: Mercado de Letras, 1996.

MOITA LOPES, L. P. Uma linguística aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo aplicado como linguista aplicado. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006a. p. 13-44.

MOITA-LOPES, L.P. Da aplicação de linguística à linguística aplicada indisciplinar. In: R.C. PEREIRA; P. ROCA. Linguística aplicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo, Contexto, 2009, p. 11-24.

PEIXOTO, R. C. Algumas considerações sobre a interface entre a língua brasileira de sinais (Libras) e a língua portuguesa na construção inicial da escrita pela criança surda. Cadernos Cedes, Campinas: UNICAMP; Campinas: Papirus, v. 26, n. 69, p. 205-229, maio/ago. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/XRLzhSvHfY6zB6JrL4DWJsF/abstract/?lang=pt Acesso em: 18 de out. de 2023

PEREIRA, M.C., KARNOPP, L.B. Concepções de leitura e de escrita na educação de surdos. Páginas 125-133. In.: LODI, A.C.B et al (org) Letramento, Bilinguismo e Educação de Surdos. Porto Alegre: Mediação, 2012. P. 125 – 134.

QUADROS, R. M.; SCHMIEDT, M. L. P. Idéias para ensinar português para alunos surdos. Brasília: MEC, SEESP, 2006.

Downloads

Publicado

2024-09-02

Como Citar

Fagundes, I. P., & Reinaldo, M. A. G. de M. (2024). Desenvolvimento de Português como segunda língua para surdos na universidade: uma proposta didática para leitura de resumo acadêmico. The Especialist, 45(4), 167–185. https://doi.org/10.23925/2318-7115.2024v45i4e63995