CURRÍCULO, CULTURAS E CONTEXTOS INTEGRADOS À FORMAÇÃO DE EDUCADORES
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2017v15i3p735-763Palavras-chave:
Formação de educadores. Currículos. Culturas. Contextos.Resumo
Este artigo parte da concepção de currículo que emerge da leitura das diretrizes para os cursos de formação de educadores. Identifica-se essa concepção com a de grade curricular, marcada pela falta de integração entre as disciplinas e os conteúdos, pela desconexão tanto com o micro quanto com o macrocontexto das culturas dos sujeitos curriculares. Diante disso, busca-se mostrar a inexorável relação existente entre formação de educadores, currículo, culturas e contextos para evidenciar os desafios de criar novos caminhos para essa formação. O artigo, com abordagem qualitativa, emprega a análise documental da legislação que institui as diretrizes para os cursos de formação de educadores como a Resolução CNE/CP n. 2/2015 e a Deliberação CEE n. 111/2012, atualizada pela Deliberação CEE n. 154/2017 e a análise bibliográfica referente às teorias sobre o currículo e sua relação com as culturas e os contextos, além do relato da memória de um curso de formação continuada oferecido por um dos autores deste texto sobre a vivência de uma professora de Ciências com uma turma de 6º ano de uma escola pública de São Paulo. Os resultados revelaram que a formação de educadores deve incorporar os diversos contextos da cidade, as culturas dos sujeitos, as contradições, os desafios e as possibilidades em busca da superação da concepção de currículo como “grade curricular”. A partir disso, são evidenciados os desafios para criar novos caminhos de formação de educadores que desenvolvam sujeitos curriculares para participarem da construção do currículo.
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