“A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA”: HETEROTOPIAS DE UM SAMBA-ENREDO NO CURRÍCULO
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2021v19i2p634-658Palavras-chave:
Currículo, Heterotopias, Vidas.Resumo
Considerando o currículo um território de multiplicidades, este artigo explora o conceito de heterotopias de Michel Foucault, acionando o samba-enredo da Mangueira de 2019. O argumento aqui desenvolvido é o de que o samba-enredo da Mangueira nos faz pensar contraespaços no currículo, necessários para a afirmação da vida e para o alargamento de possíveis nos territórios curriculares. Assim, o objetivo deste texto é discutir as possibilidades em um currículo que ultrapassem a linha do instituído, buscando, desse modo, a criação de contraespaços e alargarmento do território curricular para que nele caibam modos de vidas considerados invivíveis. Quando utilizamos o samba e o desfile para problematizar as heterotopias no currículo, vemo-nos implicados na política das subjetividades e nos outros espaços para além da Sapucaí, aqueles em que o desfile pode se desdobrar em novas construções e (des)continuidades.
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