Narrar histórias de pesquisas e fazer pesquisa com a autobiografia

Autores

  • Maria Santos Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e59676

Palavras-chave:

autobiografia, educação, pesquisa, currículo

Resumo

Neste artigo, busco interpelar o uso da autobiografia para pesquisa no campo da educação, chamando a atenção para o campo do currículo e para a imprevisibilidade dos acontecimentos. Argumento que a autobiografia é parte de um movimento desconstrutivo e performático e com implicações para as experiências da vida. Sinalizo ainda que, como método e fazer educacional, é mais um processo intelectual do que narrativo, pois, como forma de investigação, lida com as complexidades subjetivas dos nossos eus. Tais suposições são feitas principalmente pela minha experiência com o uso da autobiografia e da aproximação das defesas teóricas de Janet Miller, Elizabeth Macedo e Thiago Ranniery, que me ajudam a responder que a autobiografia, em perspectiva pós-estrutural, pode ser um modo de reconhecer uma abertura maior à educação, ao currículo e à política curricular.

 

 

Biografia do Autor

Maria Santos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutora em Educação, UERJ. Possui Mestrado em Ciências Sociais e Humanas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Licenciada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2012). É integrante da Associação de Pesquisadores em Educação (ANPEd).

Referências

Bennington, Geoffrey. Jaques Derrida por Geoffrey Bennington & Jacques Derrida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

Butler, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

Cunha, Érika Virgílio Rodrigues da; Ritter, Cláudia Sales. A experiência com perturbação à prescrição na política curricular. Roteiro, Joaçaba, v. 46, p. 1-24, 2021. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/23890. Acesso em: 12 dez. 2022.

Duque-Estrada, Elizabeth Muylaert. Devires autobiográficos: a atualidade da escrita de si. Rio de Janeiro: Nau/PUC-Rio, 2009.

Gabriel, Carmen Teresa. Narrativas autobiográficas e a questão do sujeito. Práxis Educacional, v. 17, n. 44, p. 72-92, 2021. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/8017. Acesso em: 12 dez. 2022.

Guimarães Rosa, João. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Companhia de Bolso, 2021.

Macedo, Elizabeth. A teoria do currículo e o futuro monstro. In: Lopes, Alice Casimiro; Siscar, Marcos (orgs.). Pensando a política com Derrida: responsabilidade, tradução e porvir. São Paulo: Cortez, 2018. p. 153-178.

Macedo, Elizabeth; Silva, Paulo de Tássio Borges da. Pesquisa pós-qualitativa e responsabilidade ética: notas de uma etnografia fantasmática. Revista Práxis Educacional, v. 17, n. 48, p. 40-59, 2021. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/8902. Acesso em: 12 dez. 2022.

Miller, Janet L. Sounds of silence breaking: Women, autobiography, curriculum. New York: Peter Lang, 2005.

Miller, Janet L. Nostalgia for the future: Imagining histories of JCT and the Bergamo Conferences. Journal of Curriculum Theorizing, v. 26, n. 2, p. 7-23, 2010. Disponível em: https://journal.jctonline.org/index.php/jct/article/view/181. Acesso em: 12 dez. 2022.

Miller, Janet L. Teorização do currículo como antídoto contra/na cultura da testagem. Revista e-Curriculum, v. 12, n. 3, p. 2.043-2.063, 2014. Disponível em https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/21679. Acesso em: 12 dez. 2021.

Miller, Janet L.; Macedo, Elizabeth. Políticas públicas de currículo: autobiografia e sujeito relacional. Práxis Educativa, v. 13, n. 3, p. 948- 965, 2018. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/12397. Acesso em: 12 dez. 2022.

Miller, Janet L. Autobiografia e a necessária incompletude das histórias de professores. Roteiro, Joaçaba, v. 46, p. 23-40, 2021a. Disponível em: https://periodicos.unoesc.edu.br/roteiro/article/view/27182. Acesso em: 12 dez. 2022.

Miller, Janet L. Literature and the arts as a basis for curriculum in the work of Maxine Greene. Oxford Research Encyclopedia of Education. Oxford: Oxford University Press, 2021b.

Pinar, William. Estudos curriculares: ensaios selecionados. Seleção, organização e revisão técnica: Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo. São Paulo: Cortez, 2016.

Ranniery, Thiago. Currículo, normatividade e políticas de reconhecimento a partir

trajetórias escolares de “meninos gays”. Arquivos Analíticos de Políticas Educacionais, v. 25, n. 51, p. 1-33, 2017. Disponível em: https://epaa.asu.edu/index.php/epaa/article/view/2835. Acesso em: 12 dez. 2022.

Ranniery, Thiago. Vem cá, e se fosse ficção? Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 13, n. 3, p. 982-1002, 2018. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/view/11787. Acesso em: 12 dez. 2021.

Rodrigues, Carla. Escritas: filosofia e gênero. Rio de Janeiro: Ape’ku, 2020.

Santos, Maria; Macedo, Elizabeth. Da responsabilidade ética do responder para que serve a escola. Educar Revista, v. 38, e8599, p. 1-16, 2022. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/85999. Acesso em: 12 dez. 2022.

Santos, Maria do Socorro dos. “Cada outro é cada outro”: do currículo e diferença em quilombola do Arrojado. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

Downloads

Publicado

2023-12-20

Edição

Seção

Artigos