Ancestralidade feminina negra e apontos de partida para futuros possíveis na matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2024v22e59841

Palavras-chave:

ancestralidade feminina, afrofuturismo, mulheres negras, matemáticas negras, futuro possível

Resumo

A pesquisa objetivou investigar a existência de relatos da presença de mulheres negras e sua contribuição para a Ciência Matemática. Parte da seguinte questão: Existem relatos da presença de mulheres matemáticas negras e sua contribuição para a Ciência Matemática nos periódicos especializados? Em caso positivo, como o Afrofuturismo contribui para a análise dessa presença? Foi realizada uma pesquisa documental no Portal Periódicos Capes, a partir da promulgação da Lei 10.639/2003. A análise se deu à luz do Afrofuturismo por meio das categorias ancestralidade, empoderamento, respeito às diferenças e futuro possível. Foram encontrados 13 artigos e dois deles trazem um recorte racial explícito que ajudam a compreender os efeitos causados pela presença de mulheres negras na Matemática atreladas à representatividade que possibilita o empoderamento no resgate da ancestralidade. Isso permite detectar indícios de um futuro possível com a presença crescente da mulher negra na Matemática.

 

Biografia do Autor

Helena do Socorro Campos da Rocha, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA)

Pedagoga, Mestre em Ensino, Membro do NEAB (IFPA), campus Belém, Professora das disciplinas Educação para Relações Etnicorraciais, Psicologia da Aprendizagem, Didática, Prática de Ensino no IFPA campus Belém atrelada ao Departamento de Formação de Professores - DEPRO.

Cristina Lúcia Dias Vaz, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutora em Matemática Aplicada. Professora do Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em
Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES) da Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Iran Abreu Mendes, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Bolsista Produtividade em Pesquisa Nível 1C do CNPq, Possui graduação em Licenciatura em Matemática e em Licenciatura em Ciências, ambas pela Universidade Federal do Pará (1983), Especialização em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Pará (1995), Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1997), Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2001) e Pós-doutorado em Educação Matemática pela UNESP/Rio Claro (2008). Atualmente é professor Titular do Instituto de Educação Matemática e Científica da Universidade Federal do Pará (IEMCI), onde atua como pesquisador do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemáticas. Tem experiência no ensino de Cálculo, Geometria Analítica e Euclidiana, História da Matemática, História da Educação Matemática, Didática da Matemática e Fundamentos Epistemológicos da Matemática. Desenvolve pesquisas sobre: Epistemologia da Matemática, História da Matemática, História da Educação Matemática, História para o Ensino de Matemática, Práticas Socioculturais e Educação Matemática, Diversidade Cultural e Educação Matemática. Líder do Grupo de Pesquisa Práticas Socioculturais e Educação Matemática (GPSEM/UFPA). 

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2024-12-13

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Artigos