Pedagogia babélica para fazer o currículo falar outras línguas
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e68623Palavras-chave:
pedagogia babélica, currículo, infâncias em dissidências, gênero, teoria queerResumo
Este artigo, de natureza cartográfica, acompanha os movimentos de professoras e profissionais da educação que, no encontro com infâncias em dissidências de gênero e sexualidade, criam e colocam em prática uma pedagogia babélica, fundamental para fazer o currículo se abrir à experimentação de outras linguagens. O argumento desenvolvido é o de que a pedagogia babélica, que opera por meio de estratégias como a desconstrução de si, a preparação para o novo e o tensionamento da língua, é produzida e posta em funcionamento quando infâncias em dissidências de gênero e sexualidade chegam ao território escolar. Trata-se de uma pedagogia que, ao praticar uma nova língua, faz o currículo gaguejar e experimentar outros códigos e raciocínios. O referencial teórico mobiliza conceitos extraídos das filosofias da diferença, dos estudos queer e das teorias curriculares de orientação pós-crítica.
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