Os currículos da educação infantil e o problema da experiência

Autores

  • Sammy William Lopes Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  • Janete Magalhães Carvalho Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e68770

Palavras-chave:

infância, currículos, experiência

Resumo

Discute os conceitos de experiência e infância, demonstrando como tais podem ajudar a pensar currículos mais potentes para a educação infantil. Elabora-se desde uma pesquisa cartográfica - inspirada no trabalho de Suely Rolnik e Felix Guattari - rabiscada a partir das redes de conversações tecidas com docentes da Educação Infantil Pública do Rio de Janeiro. Tece uma crítica à noção de campos de experiência (BNCC/Educação Infantil), afirmando como os devires-afetivos, imanentes a uma experiência coletiva de infância, problematizam a fragilidade dos modelos curriculares instituídos. Conclui que a ideia de experiência da infância - delineada a partir da leitura Deleuzeana da Ética de Espinosa - permite que os currículos da educação infantil se desdobrem desde as demandas singulares próprias ao ser da infância e que isso viabiliza a gênese de processos educadores-aprendentes mais potentes.

Biografia do Autor

Sammy William Lopes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Pós-Doutorado em Educação. Professor Adjunto da UERJ,  Departamento de Estudos da Infância.

Janete Magalhães Carvalho, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Pós-doutora em Currículo e Cotidiano Escolar (UERJ) e em Sociologia da Vida Cotidiana (ICS-UL). Coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão Com-Versações com as teorias pós-críticas em Currículos e Formação de Professores. Professora Titular Aposentada e Voluntaria do PPGE-UFES.

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Publicado

2025-07-08

Como Citar

Lopes, S. W., & Carvalho, J. M. (2025). Os currículos da educação infantil e o problema da experiência. Revista E-Curriculum, 23, e68770. https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e68770

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