A BNC-formação continuada
da lógica privatista a outras compreensões sobre formação e colaboração
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e65720Palavras-chave:
diretrizes nacionais de formação de professores, capacidades críticas, regime de colaboração, desenvolvimento humano integral, políticas educacionaisResumo
Este artigo discute as diretrizes nacionais para a formação continuada de professores. Analisa o viés mercadológico e privatista da Resolução CNE/CP nº 1/2020 e considera alternativas para a formação continuada. A metodologia é bibliográfica e documental, examinando fundamentos pedagógicos da resolução citada com base em Ravitch, Freitas e Nussbaum, e sua lógica privatista à luz de Adrião, Dardot, Laval e Biesta. Como contraponto, apresenta a proposta de um Programa de Extensão para formação continuada organizado em outra lógica. Os resultados apontam a necessidade de ressignificar a formação continuada e estabelecer regimes de colaboração que situem a universidade como protagonista. As análises ressaltam a relevância das universidades públicas para fortalecer processos colaborativos entre universidade e educação básica.
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