Educação Matemática “de” Indígenas: diálogos com a etnomatemática e com a matemática para a justiça social

Lygianne Batista Vieira; Geraldo Eustáquio Moreira

doi:10.23925/1809-3876.2024v22e49642

Autores/as

Lygianne Batista Vieira Universidade de Brasília (UnB) https://orcid.org/0000-0002-2179-7210
Geraldo Eustáquio Moreira Universidade de Brasília (UnB) http://orcid.org/0000-0002-1455-6646

DOI:

https://doi.org/10.23925/1809-3876.2024v22e49642

Palabras clave:

educación matemática, educación indígena, etnomatemáticas, justicia social, descolonialidad

Resumen

La matemática escolar y académica, en el contexto de la educación indígena, presenta una organización curricular subordinada a la lógica occidental, colonizada y homogeneizada. Ante esto, reflexionamos sobre los desafíos curriculares y pedagógicos de la enseñanza de matemáticas a estudiantes indígenas y proponemos un diálogo con enfoques para una Educación Matemática “de” los indígenas. Este texto es un ensayo teórico, de tipo exploratorio, que surge del estudio de la literatura referida principalmente a los constructos de la etnomatemática y la matemática para la justicia social. Más que promover el acceso de los estudiantes indígenas a la educación, es necesario reconocer estructuras sociales que impiden su participación activa, como la superación del currículum etnocéntrico. Entendemos que la equidad sólo se logrará cuando estén presentes actitudes y prácticas pedagógicas decoloniales, en relación con el conocimiento matemático.

Biografía del autor/a

Lygianne Batista Vieira, Universidade de Brasília (UnB)

Doutora em Educação pela Universidade de Brasília - UnB, possui mestrado em Educação em Ciências e Matemática (2011) pela UFG, tem Licenciatura e Bacharelado em Matemática pela PUC Goiás. É professora substituta na Universidade de Brasília (UnB), atuando no curso de Pedagogia na área da Educação Matemática. Principais áreas de atuação: Formação de professores com ênfase em Metodologias de Ensino, Estágio, História da Matemática, Tecnologias na Educação e Matemática nos Anos Iniciais. Tem como abordagens teóricas e metodológicas a Educação Matemática Crítica e a Educação Matemática em Direitos Humanos. Participa atualmente do projeto de Pesquisa: Dzeta Investigações em Educação Matemática (DIEM), que desenvolve trabalhos e pesquisas relacionadas ao ensino e aprendizagem de Matemática.

Geraldo Eustáquio Moreira, Universidade de Brasília (UnB)

Pós-Doutor em Educação (UERJ). Doutor em Educação Matemática (PUC/SP), com Estágio Doutoral na Universidade do Minho (UMINHO/PT). Mestre em Educação (UCB). Licenciado em Matemática, Pedagogia e Ciências. Professor Adjunto da Universidade de Brasília – UnB. Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE/UnB (Mestrado e Doutorado). Coordenador do Grupo de Pesquisa CNPq: Dzeta Investigações em Educação Matemática – DIEM.

Citas

Apple, Michael; Beane, James. Escolas democráticas. São Paulo: Cortez, 1997.

Araújo, Suema Souza; Ferreira, Ana Tereza Ramos de Jesus; Vieira, Lygianne Batista. Educação Matemática Antirracista: pressupostos teóricos, práticas decoloniais e interculturais. Identidade!, v. 28, n. 1, p. 81-106, 2023. Disponível em: http://revistas.est.edu.br/index.php/Identidade/article/view/2629 . Acesso em: 20 ago. 2023.

Benites, Eliel. A Etnicidade no contexto de uma sociedade intercultural. In: Seminário Fronteiras Etno-culturais e fronteiras da exclusão: desafio da interculturalidade e da equidade, 2002. Campo Grande, MS, 2002.

Bartell, Tonya Gau. Learning to teach Mathematics for social justice: negotiating social justice and mathematical goals. Journal for research in mathematics education, v. 44, n. 1, p. 129-163, 2013. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/10.5951/jresematheduc.44.1.0129 . Acesso em: 20 ago. 2023.

Brasil. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Presidência da República, [1996]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 ago. 2023.

Brasil. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena". Brasília: Presidência da República, [2008]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 20 ago. 2023.

Brasil. Decreto Presidencial nº 6.861, de 27 de maio de 2009. Dispõe Sobre a Educação Escolar Indígena, Define Sua Organização em Territórios Etnoeducacionais, e dá Outras Providências. Brasília, Presidência da República, [2009]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6861.htm. Acesso em: 20 ago. 2023.

Brasil. Portaria nº 1.062, de 30 de outubro de 2013. Institui o Programa Nacional de Territórios Etnoeducacionais – PNTEE. Brasília: Ministério da Educação, [2013]. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/31176478/do1-2013-10-31-portaria-n-1-062-de-30-de-outubro-de-2013-31176474. Acesso em: 20 maio 2020.

Candau, Vera Maria. Sociedade multicultural e educação: tensões e desafios. In: Candau, Vera Maria (org.). Didática crítica intercultural: aproximações. Petrópolis: Vozes, 2012. p. 19-54.

Costa, Wanderleya Nara; Domingues, Kátia Cristina de Menezes. Educação Matemática, Multiculturalismo e Preconceitos: que homem é tomado como medida de todos os outros? Bolema, Rio Claro, SP, v.19, n. 25, p. 45-69, 2006. Disponível em: https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/1877. Acesso em: 20 ago. 2023.

D’Ambrosio, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

Ellington, Roni; Prime, Glenda. Reconceptualizing quality and equity in the cultivation of minority scholars in mathematics education. In: Atweh, B. et al. (orgs.). Mapping equity and quality in mathematics education. London New York: Springer Netherlands, 2011. p. 423-435.

Faustino, Rosângela Célia; Novak, Maria Simone Jacomini; Borges, Fábio Alexandre. Formação inicial de professores indígenas e a matemática intercultural na educação básica. Revista Imagens da Educação, Maringá, v. 12, n. 2, 2022. p. 21-44, abr./jun. 2022. Disponível em: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/article/view/56252/751375154404. Acesso em: 20 ago. 2023.

Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. 65. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018.

Fleuri, Reinaldo Matias. Aprender com os povos indígenas. Revista de Educação Pública, v. 26, n. 62/1, 2017, p. 277-294, maio/ago., 2017. Disponível em: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/4995.

Flores, Joaquín Herrera. Teoria Crítica dos Direitos Humanos: Os direitos humanos como produtos culturais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.

Gutiérrez, Rochelle. Context matters: how should we conceptualize equity in Mathematics Education? In: Herbel-Eisenmann, B. et al. (orgs.) Equity in Discourse for Mathematics Education: theories, practices, and policies. London New York: Springer Netherlands, 2012. p. 17-33.

Gutiérrez, Rochelle. Enabling the Practice of Mathematics Teachers in Context: Toward a New Equity Research Agenda. Mathematical Thinking and Learning. v. 4, n. 2-3, p. 145-187, 2002. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1207/S15327833MTL04023_4. Acesso em: 20 ago. 2023.

Maldonado-Torres, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (orgs.) El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores, 2007.

Moreira, Geraldo Eustáquio. Tendências em Educação Matemática com enfoque na atualidade. In: Neves, Regina da Silva Pina; Dorr, Raquel Carneiro (orgs.). Formação de Professores de Matemática: Desafios e perspectivas. Curitiba: Appris, 2019. p. 45-64.

Sacavino, Susana Beatriz. Interculturalidade e Práticas Pedagógicas: construindo caminhos. Educação, Santa Maria, v. 45, 2020, p. 1-18, jan./dez., 2020. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/38257. Acesso em: 20 ago. 2023.

Santos, Boa Ventura de Sousa. As tensões da modernidade. Fórum Social Mundial, Biblioteca das Alternativas, 2001.

Silva, Claudionor Renato da. Considerações sobre os Territórios Etnoeducacionais e a produção do conhecimento em educação escolar indígena. In: Machado, Márcia (org.). Culturas e histórias dos povos indígenas: formação, direitos e conhecimento antropológico. Fortaleza: Expressão, 2016a. p. 39-59.

Silva, Guilherme Henrique Gomes da. Equidade e Educação Matemática. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 397-420, 2016b. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/emp/article/view/21081. Acesso em: 15 jun. 2020.

Soares, Daniela Alves; Civiero, Paula Andrea Grawieski; Milani, Raquel. Diálogo para a justiça social em aulas de matemática. In: Silva, Guilherme Henrique Gomes da; Lima, Iranete Maria da Silva; Rodríguez, Fanny Aseneth Gutiérrez (orgs.). Educação Matemática Crítica e a (in)justiça social: práticas pedagógicas e formação de professores. Campinas: Mercado da Letras, 2021. p. 63-89.

Sousa, Fernanda Brabo. Territórios etnoeducacionais e educação escolar indígena: percepções, reflexões e apropriações a partir de um pensar emocional ameríndio. In: X ANPED Sul. Florianópolis, UDESC, 2014.

Teixeira, Beatriz de Basto. Escolas para os direitos humanos e a democracia. In: Schilling, Flávia (org.). Direitos humanos e educação: outras palavras, outras práticas. São Paulo: Cortez, 2005. p. 145-165.

Walsh, Catherine. Introducion - (Re) pensamiento crítico y (de) colonialidad. In: Walsh, Catherine (org.). Pensamiento crítico y matriz (de)colonial: Reflexiones latinoamericanas. Quito: Ediciones Abya-yala, 2005. p. 13-35.