Ebó Onto-Epistêmico
modos de aprontar escrevivências na Pesquisa em Educação
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2025v23e69060Palavras-chave:
ERER, racialidade, currículo, escrevivênciasResumo
O artigo provoca tensionamento nos campos do currículo e da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) partindo dos escritos das intelectuais negras Beatriz Nascimento, Conceição Evaristo e Leda Martins[i]. Para tanto, tomo a escrevivência como plataforma política, epistêmica, ontológica e metodológica, que, juntamente com os conceitos de quilombo e tempo espiralar, apontam possibilidades de aprontar a pesquisa em educação. Escrito na primeira pessoa do singular, o texto articula vivências e incômodos que nascem no cotidiano acadêmico. Portanto, ele mesmo é uma construção de escrevivências sobre modos de ensinar e aprontar pesquisa na universidade, ao tempo em que indica para fraturas no mundo acadêmico, tal como o conhecemos.
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