A Matemática no currículo de Nutrição
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2022v24i3p279-322Palavras-chave:
Educação Matemática, Educação Superior, Nutrição, Currículo, Análise de ConteúdoResumo
Este artigo tem como objetivo analisar os aspectos matemáticos do processo formativo do nutricionista e investigar os conhecimentos implícitos e explícitos nos textos das Diretrizes Curriculares Nacionais e do currículo do curso de graduação em nutrição de uma universidade federal brasileira. Assim, propõe-se responder à questão sobre quais são os contextos em que a matemática está presente e contribui para a formação dos nutricionistas mediante os documentos que regulamentam o curso. A pesquisa é qualitativa com respaldos numéricos, do tipo documental, com o emprego da técnica de análise de conteúdo, de Bardin. Foram identificadas cinco categorias: cálculos algébricos dietéticos e antropométricos; cidadania e criticidade; economia; estatística; probabilidade. Todavia, os resultados apontam a ausência da indicação explícita da matemática nas diretrizes, o que contraria sua vasta utilização como ferramenta indispensável para a compreensão de diversos conceitos desenvolvidos no curso de nutrição. Apesar da presença da bioestatística, identifica-se no currículo a inexistência de disciplinas que revisem ou introduzam a álgebra e o cálculo diferencial.
Metrics
Referências
Adagale, A. S. (2015). Curriculum Development in Higher Education. International Journal of Applied Research, 1(11), p. 602-605.
Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. Trad. de Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro. Edições 70.
Bolzan, R. C. (2013). Bromatologia. Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Agrícola de Frederico Westphalen.
Brasil. (1983). Ministério da Educação e Cultura. Secretaria do Ensino Superior. Os cursos de nutrição no Brasil: evolução, corpo docente e currículo. Série Cadernos das Ciências da Saúde, n.6, Brasília.
Brasil. (1987). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 776/97. Orienta para as diretrizes curriculares dos cursos de graduação.
Brasil. (2001a). Lei 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
Brasil. (2001b). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 5, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em nutrição.
Brasil. (2001c). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Parecer CNE/CES nº 1.301/2001, aprovado em 6 de novembro de 2001. Aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em ciências biológicas (bacharelado e licenciatura).
Brasil. (2002). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº 2, de 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Farmácia.
Brasil. (2003a). Ministério da Educação. Referencial para as Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN dos Cursos de Graduação. Parecer CNE/CES 67/2003. Homologação publicada no DOU em 02/06/2003.
Brasil. (2003b). Conselho Nacional De Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES n° 2, aprovado em 18 de fevereiro de 2003. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em biomedicina.
Brasil. (2013a). Universidade Federal de Goiás. Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás. Resolução CEPEC nº 1.228/2013.
Brasil. (2013b). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde.
Brasil. (2017a). Conselho Nacional De Educação. Câmara De Educação Superior. Parecer CNE/CES nº 242/2017, aprovado em 6 de junho de 2017. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em farmácia.
Brasil. (2017b). Universidade Federal de Goiás. Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás. Regulamento Geral dos Cursos de Graduação (RGCG) da Universidade Federal de Goiás. Resolução CEPEC nº 1.557R.
Brasil. (2021). Instituições de educação superior e cursos cadastrados. https://emec.mec.gov.br. Acesso em: 15 de fevereiro de 2021.
Brunser, O. et al. (1985). Nutrición clínica en la infancia. Nestlé Nutrition S.A. e Raven Press.
Carvalho, F. G. de et al. (2012). Métodos de avaliação de necessidades nutricionais e consumo de energia em humanos. Rev. Simbio-Logias, v.5, n.7, dez.
Chiang, A. C. & Wainwright, K. (2006). Matemática para economistas. Trad. Arlete Simille Marques. Elsevier.
Cohen, P. C. (2003). Democracy and the numerate citizen: quantitative literacy in historical perspective. In B. L. Madison, L. A. Steen (eds.). Quantitative Literacy: Why Numeracy Matters for Schools and Colleges. The National Council on Education and the Disciplines.
Costa, N. M. S. C. (1999). Revisitando os estudos e eventos sobre a formação do nutricionista no Brasil. Rev. Nutr., 12(1), p. 5-19, jan/abr.
Costa, G. D. F. da. (2012). A metodologia de projetos como uma alternativa para ensinar estatística no ensino superior. [Tese de doutorado em Educação, Universidade Estadual de Campinas]. http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/251346. Acesso em: 9 de julho de 2021.
Coutinho, E. S. F. & Cunha, G. M. da. (2005). Conceitos básicos de epidemiologia e estatística para a leitura de ensaios clínicos controlados. Brazilian Journal of Psychiatry [online]. 27 (2), p. 146-151. https://doi.org/10.1590/S1516-44462005000200015. Acesso em: 10 de agosto de 2021.
Germano, P. M. L. & Germano, M. I. S. (2011). Higiene e vigilância sanitária de alimentos. 4. Ed. Manole.
Griffiths, A. J. F et al. (2016). Introdução à genética. Trad. Sylvia Werdmüller von Elgg Roberto. 11. ed. Guanabara Koogan.
Goldstein, L. J. et al. (2016). Matemática aplicada: economia, administração e contabilidade. Bookman.
Hernández Sampieri, R. et al. (2013). Metodologia de Pesquisa. Trad. Daisy Vaz de Moraes. 5. ed. Penso.
Howson, A. G. et al. (ed.) (1987). Mathematics as a Service Subject. ICMI study series. Cambridge University Press.
Kac, G. et al. (org.) (2007). Epidemiologia nutricional. Fiocruz/Atheneu.
Kolata, G. (1997). Understanding the News. In L. A. Steen (ed.). Why Numbers Count: Quantitative Literacy for Tomorrow’s America. The College Board.
Lins, R. C.& Gimenez, J. (2001). Perspectivas em aritmética e álgebra para o século XXI. 4. ed. Papirus.
Magalhães, M. N. & Lima, A. C. P. de. (2004). Noções de probabilidade e estatística. 6 ed. São Paulo: Universidade de São Paulo.
Marconi, M. de A. & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. Atlas.
Mattiazzo-Cardia, E. (2003). O ensino de matemática nos cursos de ciências biológicas: uma proposta de conteúdos adequados. [Dissertação de Mestrado em Educação para a Ciência, Universidade Estadual Paulista]. http://hdl.handle.net/11449/90907. Acesso em: 27 de junho de 2020.
Moraz, G. et al. (2015). Estudos de custo-efetividade em saúde no Brasil: uma revisão sistemática. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 20 (10), p. 3.211-3.229. https://doi.org/10.1590/1413-812320152010.00962015. Acesso em: 20 de setembro de 2021
Morgado, A. C. et al. (1991). Análise combinatória e probabilidade. 9. ed. SBM.
Nakazato, V. do L. (2017). Formação em nutrição: análise do currículo após a implantação das diretrizes nacionais curriculares. [Dissertação de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências da Saúde, Universidade Federal de São Paulo]. http://repositorio.unifesp.br/11600/45801. Acesso em: 15 de agosto de 2020.
Nelson, D. L. & Cox, M. M. (2014). Princípios de bioquímica de Lehninger. Trad. Ana Beatriz Gorini da Veiga et al. 6. ed. Artmed.
Pinheiro Sant’ana, H. M. (2012). Planejamento físico-funcional de unidades de alimentação e nutrição. Rubio.
Procópio, R. B. (2011). Geometria como um curso de serviço para a licenciatura de matemática: uma leitura da perspectiva do modelo dos campos semânticos. [Dissertação de Mestrado Profissional em Educação Matemática, Universidade Federal de Juiz de Fora]. https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3469. Acesso em: 4 de agosto de 2020.
Salem, M. (2008). Desenvolvimento e validação de equações e índices para a determinação da gordura corporal relativa, em militares brasileiros, a partir de medidas antropométricas. [Tese de Doutorado em Ciências na área de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca]. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4549. Acesso em: 2 de abril de 2021.
Santana, J. E. O. de. (2016). Matemática aplicada à química. [Dissertação de Mestrado Profissional em Matemática, Universidade Federal do Ceará]. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/22152. Acesso em: 2 de setembro de 2020.
Secoli, S. R. et al. (2010). Avaliação de tecnologia em saúde: II. A análise de custo-efetividade. Arquivos de gastroenterologia [online]. 47 (4), p. 329-333.
Silva, M. R. & Ferreira, C. C. da C. (2020). Nutrição humana: da teoria à prática. Sarvier.
Silva Júnior, G. B. da. (2014). O ensino de estatística na formação inicial do engenheiro de produção. [Tese de Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática, Universidade Cruzeiro do Sul].
Skovsmose, O. (1992). Competência democrática e conhecimento reflexivo em Matemática. For the learning of mathematics, [s.l.], 2 (12), p.1-24, jun.
Skovsmose, O. (2008). Desafios da reflexão em educação matemática crítica. Papirus.
Soares, N.T. & Aguiar, A.C. (2010). Diretrizes curriculares nacionais para os cursos de nutrição: avanços, lacunas, ambiguidades e perspectivas. Rev. Nutr. 23 (5), p.895-905, set./out.
Spiegel, M. R. (1977). Estatística: resumo da teoria, 875 problemas resolvidos, 619 problemas propostos. McGraw-Hill do Brasil.
Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. Atlas.
Toloza, D. C. de. (2003). Nutricionista: um histórico da profissão até os dias atuais. [Monografia de Especialização em Qualidade dos Alimentos, Universidade de Brasília]. http://dx.doi.org/10.26512/2003.02.TCC.278. Acesso em: 12 de dezembro de 2020.
Vasconcellos, M. A. S. de. (2002). Economia: micro e macro. Atlas.
Weyne, G. R. de. (2012). Obstáculos epistemológicos para a inclusão de disciplinas matemáticas nos currículos de medicina. [Tese de Doutorado em Educação Matemática, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/10932. Acesso em: 4 de março de 2021.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
