Ensino de conceitos matemáticos para estudante com deficiência visual em situação de inclusão<br>Teaching mathematical concepts for a student with visual impairment in a situation of inclusion

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2019vol21i3p250-271

Mots-clés :

Ensino de Matemática. Deficiência Visual. Inclusão.

Résumé

Este artigo objetiva discutir uma proposta de ensino para a promoção do desenvolvimento do pensamento algébrico em uma turma em que havia uma estudante com deficiência visual inclusa. A pesquisa é de natureza aplicada, com abordagem qualitativa a fazer uso do estudo de caso como estratégia. Foi desenvolvida em uma turma do 80. ano do Ensino Fundamental, em um colégio público. Abordaram-se os conceitos matemáticos sobre Aritmética, Geometria e Álgebra, com inferências acerca de produtos notáveis. Constatou-se que a proposta de ensino, por meio de etapas de ensino estabelecidas por Galperin, adaptadas para as necessidades educacionais específicas da estudante com deficiência visual, permitiu que todos os estudantes da classe, com deficiência ou sem, apropriassem-se dos conceitos trabalhados.


The present article intends to discuss a teaching proposal that could promote the development of the algebraic thought in a class that had an inclusive visual impairment student. This is an applied research, with both qualitative and quantitative approach, that makes use of a case study as its strategy and that was carried out in an eight-grade class of the basic education, in a public school. The investigation discussed Mathematical concepts on Arithmetic, Geometry and Algebra, with inference to Notable Products. It was found out that the teaching proposal, through the educational stages established by Galperin, which were adapted to the special educational needs of the visually impaired student, allowed all students in class, the ones who had and the ones who did not have any visual impairment, to appropriate the taught concepts.

Métriques

Chargements des métriques ...

Bibliographies de l'auteur

Lucia Virginia Mamcasz-Viginheski, Faculdade Guairaca Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais

Graduada em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (1996). Especialização em Ensino de Matemática pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (1998). Mestrado em Ensino de Ciência e Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2013). Doutora em Ensino de Ciência e Tecnologia pelo Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2017). Docente do Colegiado de Matemática da Faculdade Guairacá. Docente da Escola Professora Julita, mantida pela Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais de Guarapuava-PR. Experiência profissional na área de Educação, Ensino Superior e Educação Básica, com ênfase em Educação Matemática e Educação Especial, área Deficiência Visual.

Sani de Carvalho Rutz da Silva, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Possui Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1993), Mestrado em Matemática Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998) e doutorado em Ciência dos Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003). Atualmente é professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná atuando nos cursos de Engenharia Eletrônica e Engenharia Mecânica com a disciplina de Cálculo. É professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia-PPGECT nos cursos: Mestrado Profissional e Doutorado acadêmico. Foi Coordenador do PPGECT de 2012 à 2014. Foi Coordenador da área do Projeto Ampliação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Projeto OBMEP de Oficina para Professores. Tem experiência na área de Matemática com ênfase em Ensino de Matemática: Educação Inclusiva, Uso de Tecnologias no ensino de Matemática. Participou com professores franceses, brasileiros do programa internacional para estudantes de mestrado PREFALC: França-Colômbia-Brasil (Projeto regional de cooperação França, América Latina e Caribe), destinado a fortalecer a cooperação acadêmica de Pesquisa e Extensão entre as universidades parceiras. Foi Membro do grupo de pesquisa M2Real (grupo de pesquisa sobre o papel e o lugar da matemática nas ciências de engenharia, a modelização e as ciências humanas e sociais, grupo baseado numa colaboração entre o INSA de Lyon (França) e outros estabelecimentos franceses,e instituições mexicanas, brasileiras e argentinas). Professor responsável externo do Projeto de Mestrado Interdisciplinar Multicultural em Inovação Educativa, Inovação Tecnológica e Gestão do conhecimento (México-BUAP/ INSA de Lyon-França). Editor Chefe da Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia. Líder do Grupo de Pesquisa O Ensino e a Inclusão de Pessoas com Deficiência.

 

Elsa Midori Shimazaki, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Graduada em Letras Anglo-Portuguesas pela Universidade Estadual de Maringá e em Pedagogia pela Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari; Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas; Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. É professora Associada do Departamento de Teoria e Prática da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá. Faz parte do grupo de pesquisa Aprendizagem e Desenvolvimento Escolar e é líder do grupo de pesquisa Educação, Linguagem e Letramento. Atua nas áreas de Educação Especial; Educação Matemática, Leitura e Escrita, Alfabetização. Realizou estágio de pós-doutorado no Programa e Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá.

 

Références

BIANCHINI, E. Matemática. 8 ed. São Paulo: Moderna, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Fundamental, 1998.

________. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão. Coordenação Geral SEESP/MEC. 2 ed. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.

COELHO, F. U.; AGUIAR, M. A história da álgebra e o pensamento algébrico: correlações com o ensino. Estudos Avançados, n. 32, v. 94, p. 171-187, 2018.

CORTÉS, J. C.; HITT, F.; SABOYA, M. Pensamiento aritmético-algebraico através de un espacio de trabajo matemático en un ambiente de papel, lápiz y tecnologia en La escuela secundaria. Revista Bolema, v. 30, n. 54, p. 240-264, abr. 2016.

DANTE, L. R. Tudo é matemática. São Paulo: Ática, 2002.

FERNANDES, S. H. A. A.; HEALY, L. A Inclusão de Alunos Cegos nas Aulas de Matemática: explorando Área, Perímetro e Volume através do tato. Revista Bolema, v. 23, n. 37, p. 1111 a 1135, dez. 2010.

FERREIRA, M. C. N. Álgebra nos anos iniciais do Ensino Fundamental: uma análise

dos documentos Curriculares Nacionais. REnCIMa, v.8, n.5, p.16-34, 2017.

FIORENTINI, D. Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil. Revista Zetetiké. Ano 3, n. 4, p. 1-38, 1995.

FIORINI, M. L.; MANZINI, E. J. Procedimentos para descrição de figuras em texto impresso visando a acessibilidade para pessoas cegas: um estudo a partir de um livro de educação física adaptada. Revista Educação em Questão, v. 38, n. 24, p. 164-183, 2010.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FREITAS, J. L. M. de. Reflexões e questionamentos sobre pesquisa em educação algébrica. Revista Educação Matemática Pesquisa, v. 17, n. 3, p. 655-665, 2015.

FREITAS, W. R. S.; JABBOUR, C. J. C. Utilizando estudo de caso(s) como estratégia de pesquisa qualitativa: boas práticas e sugestões. Estudo & Debate, v. 18, n. 2, p. 07-22, 2011.

GALPERIN, P. Y. Acerca del lenguage interno. IN: ROJAS, L. Q.; SOLOVIEVA, Y. Las funicones psicológicas en el desarrollo del niño. México: Trilhas, 2009a.

________ . La dirección del processo de aprendizaje. IN: ROJAS, L. Q.; SOLOVIEVA, Y. Las funicones psicológicas en el desarrollo del niño. México: Trilhas, 2009b.

________. La formación de las imágenes sensoriales y los conceptos. IN: ROJAS, L. Q.; SOLOVIEVA, Y. Las funicones psicológicas en el desarrollo del niño. México: Trilhas, 2009c.

________. La formación de los conceptos y las acciones mentales. IN: ROJAS, L. Q.; SOLOVIEVA, Y. Las funicones psicológicas en el desarrollo del niño. México: Trilhas, 2009d.

________. Tipos de orientación y tipos de formación de las acciones y los conceptos. IN: ROJAS, L. Q.; SOLOVIEVA, Y. Las funicones psicológicas en el desarrollo del niño. México: Trilhas, 2009e.

GAY, M. R. G. (Ed. Resp.) Projeto araribá: Matemática. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2014.

GIOVANNI JR, J. R.; CASTRUCCI, B. A conquista da Matemática. 8º ano. São Paulo: FTD, 2009.

GONSALVES, E. P.. Conversas sobre iniciação à pesquisa científica. Campinas: Alínea, 2001.

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V. et al. Formação de conceitos em geometria e álgebra por estudante com deficiência visual. Revista Ciência e Educação, v. 23, n.4, p. 867-879, 2017.

MELLO, A. F.; CAETANO, P. L J.; MIRANDA, R. P. Ferramentas tácteis no ensino de Matemática para um estudante cego: uma experiência no IF Sudeste MG. Revista. Eletrônica da Matemática, v. 3, n. 1, p. 11-25, jul. 2017.

NEVES, J. D.; RESENDE, M. R. O processo de ensino-aprendizagem do conceito de função: um estudo na perspectiva da teoria histórico-cultural. Revista Educação Matemática Pesquisa, v. 18, n. 2, p. 599-625, 2016.

NÚÑEZ, I. B. Vygotsky, Leontiev e Galperin: formação de conceitos e princípios didáticos. Brasília: Líber Livro, 2009.

PALACIOS, L. A. R.; GARCÍA, L. M. C. Demanda cognitiva de estándares educativos e livros de texto para La enseñanza del álgebra em Honduras. Revista Bolema, v. 32, n. 62, p. 1134-1151, dez. 2018.

PEREIRA, S. J.; OLIVEIRA, P. M. A. Materiais manipuláveis e engajamento de estudantes nas aulas de matemática envolvendo tópicos de geometria. Revista. Ciênc. Educ., v. 22, n. 1, p. 99-115, 2016.

PLESSIS, J. du. Early álgebra: repeating pattern and structural thinking at foundation phase. South African Journal of Childhood Education, v. 8, n. 2, p.1-11, nov. 2018.

PONTE, J. P., BRANCO, N.; MATOS, A. Álgebra no Ensino Básico.

Publicação do Ministério da Educação de Portugal. Portugal: 2009. Disponível em

https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/7105/1/Ponte-Branco-Matos%20%28Brochura_Algebra%29%20Set%202009.pdf Acesso em 03/07/2019.

REILY, L. Escola inclusiva: linguagem e mediação. Campinas: PAPIRUS, 2004.

SÁ, E. D.; et al. Atendimento educacional especializado: deficiência visual. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.

SILVA, D. M.; CARVALHO, L. T. M. L.; PESSOA, S. A. C. Material manipulável de geometria para estudantes cegos: Reflexões de professores brailistas. Revista Paranaense de Educação Matemática, v. 5, n. 9, p. 176-202, 2016.

SHIMAZAKI, M. E.; SILVA, R. C. S.; VIGINHESKI, M. V. L. O ensino da matemática e a diversidade: o caso de uma estudante com deficiência visual. Revista Interfaces da Educação, v. 6, n. 18, p. 148-164, 2015.

TALIZINA, N. La teoria de la actividad aplicada a la ensenanza. Puebla: 2009.

ULIANA, R. M. Inclusão de Estudantes Cegos nas Aulas de Matemática: a construção de um kit pedagógico. Boletim de Educação Matemática, v. 27, n. 46, p. 597-612, ago. 2013.

VALENTE, D. Imagens que comunicam aos dedos: a fabricação de desenhos táteis para pessoas cegas. Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas, 17, 2008. Anais: Panorama da Pesquisa em Artes Visuais, p. 1013-1024. Florianópolis: 2008. Disponível em: www.anpap.org.br/anais/2008/artigos/094.pdf Acesso: 14 dez. 2018.

VIGOTSKI, L. S. Pensamiento y linguage. Obras Escogidas, 2. Madri: Visor, 2001.

VITA, A. C. Análise instrumental de uma maquete tátil para aprendizagem de probabilidade por alunos cegos. Tese (Doutorado em Educação Matemática). Pontífica Universidade Católica de São Paulo. São Paulo: 2012.

VITA, A. C.; MAGINA, S. M. P. & CAZORLA, I. M. A probabilidade, a maquete tátil, o estudante cego: uma teia inclusiva construída a partir da análise instrumental. Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática, v. 8, n. 3, p. 55-97, 2015.

ZÖLLNER, I. C., et al. As concepções teóricas, ideológicas e pedagógicas da sociedade e da escola e seus impactos na gestão do estado. Programa de Formação Político-Sindical e Educacional. Curitiba: 2011.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

Téléchargements

Publiée

2019-12-20

Comment citer

MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; RUTZ DA SILVA, S. de C.; SHIMAZAKI, E. M. Ensino de conceitos matemáticos para estudante com deficiência visual em situação de inclusão&lt;br&gt;Teaching mathematical concepts for a student with visual impairment in a situation of inclusion. Educação Matemática Pesquisa, São Paulo, v. 21, n. 3, 2019. DOI: 10.23925/1983-3156.2019vol21i3p250-271. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/44282. Acesso em: 22 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

Finalizada - Educação Algébrica