“Balbúrdias” de gênero na universidade: letramentos críticos e diversidade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.23925/2318-7115.2019v40i2a11

Palabras clave:

Linguagem, Gênero, Diversidade, Educação, Internet

Resumen

Motivado pela recente polêmica a respeito da suposta “balbúrdia” em universidades públicas do Brasil, o trabalho apresenta alguns resultados de pesquisa sobre questões de gênero, linguagem e poder, de modo a apontar para um sentido positivo do termo objeto da polêmica. A partir de estudos sobre letramento crítico, gênero e diversidade, discute três problemáticas interligadas: 1) a importância de se (re)pensar a militância de gênero na internet; 2) a importância de se (re)pensar a crítica sobre gênero na escola; 3) a importância de se (re)pensar a violência atrelada à heterossexualidade compulsória. Ao assumir uma perspectiva política e positiva para “balbúrdia”, o trabalho se propõe a ressignificar a ordem hegemônica e androcêntrica do gênero e a fazer refletir sobre a tarefa de militância na internet, a educação crítica e a violência ligada à heterossexualidade compulsória. Conclui reafirmando o compromisso dos pesquisadores de dar visibilidade ao trabalho crítico e engajado que tem sido desenvolvido nas universidades do país, na expectativa de que este estudo possa também cumprir esse papel, atuando como um pequeno exemplo das muitas “balbúrdias” que constituem o exercício de pesquisa nessas instituições.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Fabiana Biondo, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Fabiana Biondo is an adjunct professor from the Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), in Campo Grande-MS, acting as a lecturer and researcher at the undergraduate Languages course and the Graduate Program in Language Studies (PPGEL) - research line Languages, Identities and Teaching. She has a Bachelor's and Masters degree in Languages Graduated from the Universidade Estadual de Maringá (UEM); and a PhD in Applied Linguistics from the Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Currently, she holds a postdoctoral internship at the Universidade de São Paulo (USP), where she has developed research that relates social networks, feminism and diversity, from the critical literacy perspective. She is also a research group leader in CNPq  - Práticas de Letramento multi/hipermidiáticas (UFMS) and works in Applied Linguistics, mainly with the following themes: hypermedia/critical literacy; social networks; languages, culture and identity; gender and sexuality; feminism and/in Applied Linguistics. Email: fabibiondo@gmail.com

Citas

ANDRÉ, M. E. D. A. de. Etnografia da prática escolar. 5.ed. Campinas/SP: Papirus, 2000.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 255 p.

BIONDO, F. P. ‘Liberte-se dos rótulos’: questões de gênero e sexualidade em práticas de letramento em comunidades ativistas do Facebook. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, n.15(1), p.209-236, 2015.

_____. Ideologias de gênero e ideologias de língua(gem) em páginas feministas do Facebook. Revista Alfa, Araraquara-SP, n.63(2), p.295-315, 2019.

_____. e SIGNORINI, I. (Re)definições e (des)construções identitárias em comunidades ativistas do Facebook: contribuições das epistemologias pós-feminista e queer. DELTA: Documentação e Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, São Paulo, n.31esp(4), p. 169-197, 2015.

BONIN, I. T. et al. Disputas pela Representação do Corpo Indígena no Twitter. Revista Brasileira de Estudos da Presença [Brazilian Journal on Presence Studies], v. 8, n. 2, p. 219-247, 2018.

BURNS, A. Doing action research in English language teaching: A guide for practitioners. New York/EUA: Routledge, 2010.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

_____. Undoing gender. New York and London: Routledge, 2004.

CASTELLS, M. A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. 2.ed., Trad.: Roneide Venancio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v.1, 638p.

CERVETTI, G. et al. A tale of differences: Comparing the traditions, perspectives, and educational goals of critical reading and critical literacy. Reading online, v. 4, n. 9, 2001. Disponível em: <http://www.readingonline.org/articles/art_index.asp?HREF=articles/cervetti/index.html>. Acesso em: 23 mar. 2019.

DRUCKMAN, J. N. et al. What’s it all about? Framing in political science. In: KEREN, G. Perspectives on framing, New York: Psychology Press, v. 279, 2011, p. 279-293.

ENTMAN, R. M. Framing bias: Media in the distribution of power. Journal of communication, v. 57, n. 1, p. 163-173, 2007.

ERICKSON, F. Qualitative methods in research on teaching. Institute for Research on Teaching, 1988.

FRIDMAN, L. C. Vertigens pós-modernas: configurações institucionais contemporâneas. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, 99 p.

GIL, A. C. Estudo de caso. São Paulo: Atlas, 2009.

HALL, S. A identidade cultural na Pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP & PA, 2001.

HINE, C. Ethnography for the internet: Embedded, embodied and everyday. Bloomsbury Publishing, 2015.

_____. How can qualitative internet researchers define the boundaries of their Project? In: MARKHAM, A. N.; BAYM, N. K. (Orgs.). Internet inquiry: Conversations about method. pp. 01-20. Los Angeles, London, New Delhi, Singapore: Sage, 2009.

_____. Virtual ethnography: Modes, varieties, affordances. The SAGE handbook of online research methods, p. 257-270, 2008.

_____. Virtual ethnography. London: Sage Publications, 2000.

JAGOSE, A. Queer Theory. An Introduction. Nova York: New York University Press, 1996.

JORDÃO, C. M. Abordagem comunicativa, pedagogia crítica e letramento crítico-farinhas do mesmo saco? In: ROCHA, C. H.; MACIEL, R. F. Língua estrangeira e formação cidadã: por entre discursos e práticas. Campinas: Pontes, 2015, p. 69-90.

KRESS, G.; VAN LEEUWEN, T. Reading Images: The Grammar of Visual Design. London/ New York: Routledge, 2006.

LOURO, G. L. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-posições, Campinas, n.19 (2/56), p.17-23, 2008.

MOITA LOPES, L. P. ‘Se eu fosse mulher...’: performances de gênero e sexualidade em Como gostais. In: MOITA LOPES, L. P. (org.) Performances. Rio de Janeiro: Contracapa, 2007, p.79-102.

_____. Introdução. Fotografias da Linguística Aplicada brasileira na modernidade recente. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Linguística Aplicada na modernidade recente: Festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola Editorial, 2013, p. 15-37.

_____. Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa. In: MOITA LOPES, L. P. (Ed.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006, p.85-107.

_____. Os novos letramentos digitais como lugares de construção de ativismo político sobre sexualidade e gênero. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, n.49(2), p.393-417, 2010.

MONTE MÓR, W. Convergência e diversidade no ensino de línguas: expandindo visões sobre a “diferença”. Polifonia, v. 21, n. 29, p. 234-253, 2014.

_____. Crítica e letramentos críticos: reflexões preliminares. In: ROCHA, C. H.; MACIEL, R. F. (Org.) Língua Estrangeira e Formação Cidadã: por entre discursos e práticas. Campinas: Pontes, 2015, p. 31-50.

_____. Critical literacies, meaning making and new epistemological perspectives. Matices en Lenguas Extranjeras, n. 2, 2008.

NEW LONDON GROUP. A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social Futures. In: COPE, B.; KALANTZIS, M. (Orgs.). Multiliteracies – Literacy Learning and the Design of Social Futures. New York: Routledge, 2006, pp. 9-37.

RICH, A. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Bagoas: estudos gays: gêneros e sexualidades, Natal, 4 (5), jan./jun, 2010[1993]. pp. 17-44. Tradução de: Carlos Guilherme do Valle.

SEFFNER, F. Derivas da masculinidade: representação, identidade e diferença no âmbito da masculinidade bissexual. Tese de doutoramento não-publicada, Programa de Pós-Graduação em Educação do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2003.

SIGNORINI, I.; CAVALCANTI, M. (orgs.) Linguística Aplicada e transdisciplinaridade. Campinas-SP: Mercado de Letras, 1998.

SOUSA SANTOS, B. Porque é tão difícil construir uma teoria crítica? Revista Crítica de Ciências Sociais, n.54, p.197-215, 1999.

SOUZA, L. M. T. M.; MONTE MÓR, W. Afterword: Still critique? Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 18, n. 2, p. 445-450, 2018.

STREET, B. What’s “new” in New Literacy Studies? Critical approaches to literacy in theory and practice. Current issues in comparative education, v. 5, n. 2, p. 77-91, 2003.

YIN, R. K. Estudo de Caso: Planejamento e métodos. São Paulo: Bookman Editora, 2015.

Publicado

2019-12-10

Cómo citar

Biondo, F. (2019). “Balbúrdias” de gênero na universidade: letramentos críticos e diversidade. The ESPecialist, 40(2). https://doi.org/10.23925/2318-7115.2019v40i2a11

Número

Sección

Papers