Imperialismo e reformas curriculares
análise da Resolução CNE/CP nº 2/2019 (BNC-Formação) e da resistência contra sua implementação na Unir
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-3876.2024v22e65744Palavras-chave:
Resolução 02/2019/CNE/MEC, reforma curricular, pedagogia das competências, resistênciaResumo
O presente artigo tem por objetivo apresentar a análise da Resolução CNE/CP no 2/2019 (BNC-Formação) e a luta pela sua revogação na Universidade Federal de Rondônia (Unir). Essa Resolução é compreendida como medida de centralização e flexibilização do currículo das licenciaturas, proposta pelo movimento empresarial a partir das diretrizes dos órgãos multilaterais do imperialismo (Freitas, 2018; Leher, 1999). Utilizou-se o método do materialismo histórico-dialético, por meio do qual foram realizados o estudo das bases epistemológicas dessa resolução e a análise documental nas instâncias deliberativas da Unir e das ações do movimento docente. A Resolução substitui a formação ampla por formação básica, para atender aos pressupostos mercadológicos e tecnocráticos. O movimento de resistência na Unir garantiu a aprovação do Ato Decisório 7/2022 no Conselho Superior Acadêmico contra a implementação da referida Resolução.
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