Experiências de professores que ensinam matemática que levam ao desafio do paradigma do exercício

Autores

  • João da Cruz Neves Silva Neto Universidade Federal da Bahia
  • Jonei Cerqueira Barbosa UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2024v26i1p593-617

Palavras-chave:

Aprendizagem docente, Experiências, Educação matemática crítica,, Formação docente, Prática social

Resumo

Este estudo busca compreender como professores que ensinam Matemática da Educação Básica relacionam suas experiências com suas aprendizagens orientadas a desafiar o paradigma do exercício. Para tanto, partimos de uma compreensão da aprendizagem do professor enquanto mudança na sua forma de participação na prática pedagógica escolar. Os dados do presente estudo qualitativo foram produzidos por meio da realização de entrevistas semiestruturadas com seis professores que ensinam Matemática da Educação Básica. A análise indica que esses docentes relacionam o modo pelo qual desafiam o paradigma do exercício no contexto escolar a um processo dinâmico de aprendizagem, em que estão envolvidas práticas variadas e compartilhadas. Assim, evidenciamos a relevância da articulação entre as experiências de vida dos docentes e os cursos e programas de formação inicial e continuada, de sorte que venham a ser-lhes oportunizados modos distintos de atuação profissional.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

João da Cruz Neves Silva Neto, Universidade Federal da Bahia

Mestrado em Educação

Jonei Cerqueira Barbosa, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Doutorado em Educação Matemática

Referências

Alves, M. A. & Tatsch, K. J. S. (2017). Epistemologia, história e ensino da matemática: reflexões sobre formação e aprendizagem significativa. Rencima, 8(3), p. 78-93. https://doi.org/10.26843/rencima.v8i3.1258

Alrø, H. & Skovsmose, O. (2002). Dialogue and Learning in Mathematics Education: Intention, Reflection, Critique. Kluwer Academic Publishers.

Amado, J. & Ferreira, S. (2013). A Entrevista na Investigação Educacional. In Amado, J. (org.), Manual de Investigação Qualitativa em Educação. (pp. 207-232). Universidade de Coimbra.

Batista, C. C. & Paulo, R. M. (2018). Como os professores se percebem ensinando matemática com tecnologias?. Boletim GEPEM, 1(73), p.100-114. https://periodicos.ufrrj.br/index.php/gepem/article/view/162.

Borba, M. C. (2004). A pesquisa qualitativa em educação matemática. Anais da 27ª Reunião Anual da ANPEd (pp. 21-24).

Borba, M & Penteado, M. G. (2001). Informática e Educação Matemática. Autêntica.

Borko, H. (2004). Professional development and teacher learning: Mapping the terrain. Educational researcher, 33(8), 3-15. http://www.aera.net/uploadedFiles/Journals_and_Publications/Journals/Educational_Researcher/ Volume_33_No_8/02_ERv33n8_Borko.pdf

Braz, B. C. & Kato, L. A. Participação em Comunidades Sociais e a Prática Pedagógica com Modelagem Matemática: algumas relações. Boletim De Educação Matemática, 34(68), p. 869-889. https://doi.org/10.1590/1980-4415v34n68a02

Brum, A. L. (2017). Investigação matemática e suas implicações no repensar do espaço educacional com a inserção das tecnologias digitais [Dissertação de Mestrado em Educação, Universidade Federal do Rio Grande]. http://repositorio.furg.br/handle/1/8552

Ceolim, A. J. & Caldeira, A. D. (2017). Obstáculos e Dificuldades Apresentados por Professores de Matemática Recém-Formados ao Utilizarem Modelagem Matemática em suas Aulas na Educação Básica. Boletim De Educação Matemática, 31(58), p. 760-776. https://doi.org/10.1590/1980-4415v31n58a12.

Clarke, D. & Hollingsworth, H. (2002). Elaborating a model os teacher professional growth. Teaching and Teacher Education, 18(8), 947-967. https://doi.org/10.1016/S0742-051X(02)00053-7

Crecci, V. M. & Fiorentini, D. (2018). Reverberações da aprendizagem de professores de matemática em comunidade fronteiriça entre universidade-escola. Educar em Revista, 34(70), p. 273-292. https://doi.org/10.1590/0104-4060.57781

Denzin, N. K & Lincoln, I. (2006). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Artmed.

Desimone, L.M. (2009). Improving Impact Studies of Teachers’ Professional Development: Toward Better Conceptualizations and Measures. Educational Researcher, 38(3), p. 181-199. https://doi.org/10.3102/0013189X08331140

Estevam, E. J. G. ( 2015). Práticas de uma comunidade de professores que ensinam matemática e o desenvolvimento profissional em educação estatística. [Tese de Doutorado em Ensino de Ciências e Educação Matemática, Universidade Estadual de Londrina]. http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000204159.

Faustino, A. C. (2018). “Como você chegou a esse resultado?”: o diálogo nas aulas de Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental. [Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista (Unesp)]. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/180358

Francisco, A. L. M. (2019). O desenvolvimento profissional na relação pesquisa-formação-prática: Programa Observatório da Educação e os professores que ensinam matemática. [Dissertação de Mestrado em Educação, Universidade Federal de São Carlos]. https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/12134/DISSERTAC%CC%A7A%CC%83O%20-%20Aline%20Luz%20Mesquita.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Frei, F., Rosa, J. S. & Biazi, A. H. (2023). Professores de Matemática estão preparados para o ensino de Estatística e Probabilidade?. Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, 13(2), p. 1-17. https://doi.org/10.37001/ripem.v13i2.3378

Guimarães, R. S. (2019). Investigating mathematics teacher’s changes in practice during a professional development initiative. [Tese de Doutorado em Educação, University of Nottingham, School of Education]. https://www.researchgate.net/publication/335176091_Investigating_mathematics_teachers'_changes_in_practice_during_a_professional_development_initiativeHammersley, M. (2013). What is qualitative research?. Continuum/Bloomsbury.

Honorato, A. H. A. & Fiorentini, D. (2021). Aprendizagem docente em experiências de ensino com Modelagem Matemática. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, 12(2), p. 1-25. https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/2930.

Lave, J. (2013). A prática da aprendizagem. In Illeris, K. (Ed.), Teorias contemporâneas da aprendizagem (pp. 235 – 245). Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. Penso.

Lave, J. (2015). Aprendizagem como/na prática. Horizontes Antropológicos.

Lima, E. J., Cintra, D. D., Campos, D. C. & Moraes, D. V. (2022). Educação matemática crítica e modelagem matemática: uma proposta de atividade para sala de aula. Research, Society and Development, 11(13), p. 1-10. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35453

Matos, D., Giraldo, V. & Quintaneiro, W. (2021). Por Matemática(s) Decoloniais: vozes que vêm da escola. Boletim De Educação Matemática, 35(70), p. 877-902. http://dx.doi.org/10.1590/1980-4415v35n70a15

Meneghetti, R. C. G., Lamim Netto, M. S. & Zuffi, E. M. (2021). Etnomatemática e resolução de problemas como proposta metodológica para o ensino fundamental. Zetetiké, 29, p. 1-17. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8659781.

Milani, R. Transformar Exercícios em Cenários para Investigação: uma Possibilidade de Inserção na Educação Matemática Crítica. Perspectivas da Educação Matemática, v. 13(31), p. 1-18. https://doi.org/10.46312/pem.v13i31.9863

Miranda, F. O. (2015). A inserção da Educação Matemática Crítica na escola pública: aberturas, tensões e potencialidades. [Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista – Unesp]. http://hdl.handle.net/11449/132819

Moura, A. Q. (2020). O encontro entre surdos e ouvintes em cenários para investigação: das incertezas às possibilidades nas aulas de matemática. [Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista – Unesp]. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/192015/moura_aq_dr_rcla.pdf?sequence=3&isAllowed=y

Penteado, M. G. (2001). Computer-based learning environments: Risks and uncertainties for teachers. Ways of Knowing, 1(20), p. 23-35.

Pereira, J. S. Aprendizagem de futuros professores de matemática: um olhar sobre prática social e identidade. [Tese de Doutorado, Universidade Federal da Bahia]. https://repositorio.ufba.br/handle/ri/30716

Pita, A. P. G. (2020). Um caminho, um olhar, um novo fazer: narrativas de professores após formação continuada sobre Educação Estatística Crítica. [Tese de doutorado, Universidade Estadual Paulista – Unesp]. http://hdl.handle.net/11449/202573

Polizeli, N. A. L. (2019). Educação Matemática Crítica: ações e perspectivas de uma proposta formativa. [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista – Unesp]. http://hdl.handle.net/11449/181481

Pompeu, C. C. & Chacón, I. M. G. (2019). Aprendizaje matemático y estrategias de identidad. Un caso de educación de personas adultas en Brasil. Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa, 22(3), p. 285-301. https://www.redalyc.org/articulo.oa? id=33561479003

Silva, C. R. & Silva, M. P. (2020). Atos de insubordinação criativa experienciados no aprender e no ensinar a Estatística. Revista Internacional De Pesquisa Em Educação Matemática, 1(10), p. 137-150. https://doi.org/10.37001/ripem.v10i1.2183

Silva Filho, A. P. & Barbosa, J. C. (2019). O potencial de um estudo piloto na pesquisa qualitativa (The potential of a pilot study in qualitative research). Revista Eletrônica de Educação, 13(3), p. 1135-1155. https://doi.org/10.14244/198271992697

Soares, D. A. (2022). Sonhos de adolescentes em desvantagem social: vida, escola e educação matemática. [Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista – Unesp]. http://hdl.handle.net/11449/236147

Skovsmose, O. (2000). Cenários para Investigação. Tradução: Jonei Cerqueira Barbosa. Boletim de Educação Matemática, 13(14), p. 66-91. https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/bolema/article/view/10635

Skovsmose, O. (2001). Educação Matemática Crítica: a questão da democracia. Tradução: Abgail Lins, Jussara de Loiola Araújo. Papirus.

Skovsmose, O. (2014). Um convite à educação matemática crítica. Tradução: Orlando de Andrade Figueiredo. Papirus.

Skovsmose, O. (2020). Banality of mathematical expertise. ZDM, 52(6), p. 1187-1197. http://dx.doi.org/10.1007/s11858-020-01168-4

Vieira, A. R. L.; Silva, F. O.; Dias, A. F. O currículo e a formação do professor: entre vivências e experiências no ensino de matemática. Educ. Matem. Pesq., São Paulo, v. 25, n. 3, 2023, p. 6-25. https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/61186/43226 Acesso em: 04 abr. 2024.

Vilas Boas, J. & Barbosa, J. C. (2016). Aprendizagem do professor: uma leitura possível. Ciência & Educação, 22(4), p. 1097-1107. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=251048757016.

Tenório, A., Carvalho, C. I. S. & Tenório, T. (2016). Ensino de triângulos com o Software Geogebra. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, 7(1), p. 1-18. https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/1008.

Wenger, E. (2013). Uma teoria social da aprendizagem. In Illeris, K. (Ed.), Teorias contemporâneas da aprendizagem (pp. 246-257). Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. Penso.

Wenger, E. (1998). Communities of Practices: Learning, Meaning, and Identity. Cambridge University Press.

Publicado

2024-04-30