Os afetos e a formação docente
Princípios para práticas inclusivas da diversidade humana
DOI:
https://doi.org/10.23925/2318-7115.2024v45i2e64506Palabras clave:
Afetividade, Formação Docente, Educação Especial, Exclusão Escolar , Cultura e DiversidadeResumen
O objetivo deste texto é abordar o afeto seletivo nas relações educacionais como provável causa de desigualdade social através da exclusão e da evasão escolar. É de suma importância discutir as relações de omissão e naturalização de práticas excludentes no cotidiano escolar, na perspectiva de uma afetividade seletiva que pode causar a invisibilização e a evasão escolar de estudantes com deficiência e/ou situação de vulnerabilidade social. O trabalho analisa a ausência de afetividade como uma das possíveis causas para a evasão escolar. Assim, abordam-se as relações de poder estabelecidas histórica, política e culturalmente, como forma de segregação e exclusão social dentro do contexto escolar e a formação docente como potencial veículo de transgressão de ideologias de desigualdades sociais. A pesquisa reflete sobre como são afetadas as identidades dos estudantes que passam por situações de invisibilização em instituições escolares, tendo como pano de fundo o processo de acolhimento desses estudantes. Trata-se de uma pesquisa teórica de caráter bibliográfico e a metodologia aplicada consistiu-se na leitura de artigos sobre o tema, articulando com as observações feitas em espaços escolares e não-escolares. Esta pesquisa dialoga com as teorias de Piaget (1978), Vygotsky (1988, 1993, 1995), Wallon (1971, 2007, 2008) e Freire (1992, 1995, 1996, 2015), entendendo que os vínculos afetivos firmados entre educadores e educandos favorecem o desenvolvimento integral dos estudantes com e sem deficiência e contribuem para que o processo de aprendizagem ocorra satisfatoriamente.
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