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    Núm. 42 (2022)

    verve 42
    vinte anos de existência e a verve segue afirmando a vital liberdade das crianças. nesta edição, eder amaral e silvio gallo aproximam a filosofia de rené schérer, a sua atenção à singularidade de pequenas e pequenos, ao pensamento de charles fourier e dos anarquismos. o próprio schérer, em entrevista recente (perto dos cem anos!), escandaliza a moral conservadora contemporânea a partir de questões liberadas da infância e de outras construções autoritárias. no texto do nu-sol, em página única, uma consideração sobre hakim bey (tocado como schérer pelos textos de fourier) e a sua sugestão de que as relações entre certas pessoas e plantas são conduzidas por uma paixão e não pela domesticação. indomesticável, o anarquismo de lima barreto é apresentado de modo criterioso por marco antonio arantes. na efeméride do bicentenário da independência do brasil, animados pelos combates antipatrióticos, antinacionalistas e antirrascistas de libertários como lima, o hypom explicita as antigas violências do Estado, características da monarquia e atuais em plena democracia. atenta aos desdobramentos do agora, problematizando os efeitos políticos da covid, a revista se desloca com os apontamentos libertários de luíza uehara e josé maria carvalho ferreira. vinte anos de verve! e para comemorar as duas décadas de lutas e prazer um texto nosso, sem assinatura, mas, pessoal, intransferível. emma goldman (em ensaio sobre louise michel) e takamure itsue explicitam a vitalidade do amor livre entre as libertárias. flávia lucchesi resenhando maria lacerda de moura e rogério nascimento, a maria antonia soares, intensificam a contundência desta vitalidade, expondo a força das mulheres ácratas nos mais variados combates. verve 42, no ar, com anarquias, vinte anos de vida(s)-existência! e é deste modo mesmo, no plural. são vidas múltiplas, menores, sem almejar maioridade ou estatuto as que vibram aqui.
    vidas que pulsam: verve.

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    Núm. 41 (2022)

    verve 41
    para anarquistas a vida é feita de combates que não estão dissociados de intensos prazeres. a seguir, nesta verve 41, festejamos vinte anos de revista com textos corajosos e contundentes. para comemorar esse percurso abrimos nossa edição com anarquia do poeta john henry mackay, e sua língua livre. relembramos a elegância de paulo resende com um ensaio sobre a análise fina de pierre joseph-proudhon e os desdobramentos da revolução francesa, seguido de uma nota singular, ética e estética, de edson passetti sobre a amizade e asinvenções ao lado de paulo. uma escrita a muitas mãos assinada pelo nu-sol destaca ainda a nossa proximidade com o marcante e heterodoxo intelectual. mais adiante, entrevista com jaime cubero, que por meio da própria vida afirmou, como sublinhou salete oliveira, a generosidade de uma existência anarquista. seguindo com os presentes no presente dessa verve, incisiva, marina centurion desvela como a educação de crianças sempre foi da maior importância nas lutas libertárias e alexandre henz, acompanhando os fios do pensamento de tchecov, instiga a abertura para outros modos de pesquisar nas universidades. por fim, beatriz carneiro expõe a corajosa arte da vida vivida pelos oiticicas, josé, jof e hélio e alan antliff nos indica mais uma investigação acerca da exuberante história ácrata por meio dos deslocamentos do pintor clyfford still. entre, saudamos a existência de peter hakim lambor bey wilson. calorosa, feito fogueira noite adentro no meio do ano, nossa verve ainda traz as resenhas de gustavo vieira e gustavo simões, conversas entre as atitudes irreverentes e revoltadas de libertários na bahia e de filósofos das antiguidades gregas e orientais. aproveitem a festa! como afirmou mackay, escolhido com paul goodman para ocupar as páginas únicas da nossa 41, somos anarquistas, inventamos agora, sem regras e desregrados, o que será.

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    Núm. 40 (2021)

    verve 40. viva o combate! viva a comuna!

    celebramos o passado e os que passaram, sem saudosismos ou efemérides. permanecemos vibrantes. o gigante bakunin entra sem pedir licença, antecipando o fogo que explodirá na comuna de paris. uma de suas obras mais contundentes permanecia inédita em português e agora é traduzida em verve. priscila vieira desvela a rebelião relacionando-a com o presente e fortalecendo a ação de mulheres neste acontecimento. a memória da revolta de 1871 é apresentada também pelo periódico o libertário, de 1963, editado pelo sapateiro anarquista pedro catalo, com a inesquecível louise michel e uma nota sobre élisée reclus. gustavo simões recorda a temporada incendiária de rimbaud. e élisée reclus escancara: para amantes da liberdade o fogo não cessa. intercalados nos intervalos, partituras musicais inventadas por libertários e a comuna de paris nas páginas do periódico le pére peinard, fundado por émile pouget, e le libertaire, fundado por louise michel e sébastien faure. ainda neste número o funeral de kropotkin, há 100 anos, reitera que para ácratas, diante da morte arde a chama da revolta. em carta ao amigo max nettlau, nesta edição, o mesmo kropotkin afirma sua singularidade nos anarquismos. as páginas únicas expõem a movimentação nas ruas neste ano de 2021 e a democracia como golpe permanente. por fim, celebramos um amigo, o anarquista, importante arquivista e fundador do cira, pietro ferrua. sua presença é marcada ética e esteticamente, com arte. e sua firmeza exala em notas, conversas inacabadas, um programa musical, verve e muito mais. nas resenhas, gustavo vieira viaja ao uruguai em um encontro libertário. lúcia soares mostra a potência e os múltiplos movimentos anarquistas nas práticas da soma levadas adiante por joão da mata.

    anarquistas estão vivos, no presente, com fogo, arte, alegria e

    verve.

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    Núm. 39 (2021)

    verve 39 avança com mulheres e homens corajosos. comemoramos os 150 anos da comuna de paris. no ritmo intenso dos poemas de louise michel, traduzidos por edgar de assis carvalho; nos ensaios de claire auzias, diego lucato bello, voltairine de cleyre; as memórias da singular revolta irrompida em 1871 seguem reverberando no agora. acompanhando os efeitos communards, entre eles a expansão dos anarquismos, a revista apresenta o artigo de florentino de carvalho sobre os efeitos do sindicalismo nos combates ácratas das primeiras décadas do século XX. diante da criação e proliferação atual da ideia de fim do mundo, nossa 39 traz edson passetti e a incessante invenção, no presente, de maneiras de existir militantistas. a seguir, lembramos o pensamento radical de william burroughs, em texto inédito acerca dos limites do controle e a generosa rebeldia do poeta e editor (amigo de burroughs) lawrence ferlinghetti, por gustavo simões. josé maria carvalho ferreira e integrantes de el libertário como pascual, recordam a vitalidade de nelson méndez, anarquista venezuelano morto em decorrência da Covid-19. eliane carvalho abre as resenhas deliciosamente, relacionando dois prazeres, comida e anarquia, comentando precisamente o último livro de nelson. e por fim, vitor osório, problematiza a atualidade dos embates libertários e das lutas políticas contemporâneas ao sul do nosso vasto continente. verve 39 avança, vaga precisa, onda irresistível. feito o poema de louise michel ela ruge.

    ruge e urge como o mar.

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    Núm. 38 (2020)

    verve 38 chega muito viva diante da dita pandemia pelo novo coronavírus. beatriz scigliano carneiro vai à ajuda mútua de kropotkin para pensar qual a sua atualidade nas práticas anarquistas. com um sonoro não! tomás ibánez afirma a multiplicidade rebelde contra o capitalismo em tempos de covid-19 e alerta para as capturas uniformes ansiadas por certos grupos políticos. salete oliveira traz a força da peste, arruinando a cultura do castigo a partir das crianças e jovens. o hypomnemata 221 anuncia, em página única, o que está colocado como governo de cada um no contexto da chamada crise sanitária. fernanda grigolin desvela as mulheres anarquistas em seu processo de escrita com arte. lúcia soares "tomba" com a miséria das disputas identitárias no interior do movimento feminista. para não esquecer, às vésperas de mais um ritual eleitoral, josé oiticica propõe a ação direta antirrepresentação. rogério zeferino nascimento abre uma conversa com florentino de carvalho, anarquista de rigor, cuja análise permanece contundente. com quase um século de existência incendiária, lucio urtubia, anarquista falecido recentemente, vibra em entrevista de 2010, publicada agora em verve. o tema da pandemia retorna com o hypomnemata 235, segunda página única, registrando como subservientes e cordatos aguardam o nomeado novo normal. uma breve nota mostra a relação dos anarquistas com a morte, mas saudando os vivos. e falando em vivo, encerrando os artigos dessa edição, edson passetti escancara a urgência anarquista de escapar da sintaxe política, dos ativismos e militâncias, convidando à invenção corajosa de militantismos no presente. nas resenhas, ruth kinna retoma o percurso de luigi galleani, anarquista pouco citado, apesar de indomável. e gustavo simões volta ao tema das lutas pela abolição do castigo a partir da passagem de pietro gori pela américa do sul. os intervalos que atravessam verve são de andré berger, passagens que expõem uma pequenina história da força da morte e da vida corriqueiras em uma paisagem árida de goiás.
    verve 38 com fogo e saúde!

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    Núm. 37 (2020)

    com todo prazer, esta é a verve 37!


    em tempos de contaminação generalizada e de morte terríveis com pilhas de cadáveres em asilos e hospitais pela europa e américa, apresentamos, aqui, um texto do filósofo rené schérer sobre o prazer a partir dos velhos fourieristas. no dossiê organizado por flávia lucchesi e gustavo simões, libertários desvelam seus jeitos peculiares de lidar com o envelhecer. o poeta e dramaturgo paul goodman esquenta ainda mais as nossas páginas com a sua febre e saúde. a partir do registro caloroso de uma fala sobre o amor livre, acácio augusto mostra as diferenças entre o curso das paixões ácratas e a política oriunda do amor e suas servidões. emma goldman entra com fôlego, afirmando a educação das crianças e jovens como relação liberada da propriedade defendida pela família, incluindo as chamadas progressistas e/ou revolucionárias. joão da mata distende o arco dos seus tesões atuais e mira as resistências contemporâneas na somaterapia. ao analisar os efeitos da revolução moderna, edson passetti situa, no presente, as associações libertárias pela contundência da revolta e nas invenções militantistas de anarquistas. com verve, a saúde anarquista pulsa. nosso segundo dossiê, acompanha malatesta e o seu combate à cólera, no final do século XIX, assim como outras vidas surpreendentes, mirando os combates que enfrentamos hoje com a chamada pandemia e a proliferação dos fascismos. flecheiras libertárias do nu-sol alvejam o novo coronavírus no ar e os governos de Estados. a morte do cartunista anarquista roberto ambrosoli pela covid-19 é seguida de página única por émile armand, anarco-individualista, ao desvelar o “mal” com um raro olhar. por fim, o coquetel molotov ensinado aos netos e outras histórias, vibram em salvadora onrubia resenhada por lúcia soares. e, tocando de modo contundente e delicado na américa como terra sem fronteiras vivida na pele por indígenas contundentes e anarquistas, eliane carvalho expõe os caminhos do anárquico aragorn!. esta é a nossa 37, no ar, chegando agora, início de junho, instante estranho, para fortificar as chamas do fogo e soltar fogos de artifício. abra a janela, ataque os fascistas, e não permita que alguém surrupie seus prazeres.

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    Núm. 36 (2019)

    verve está no ar!

    enquanto voltairine de cleyre e a forma que ela deu a seu anarquismo são apresentadas intensamente por emma goldman, margareth rago elabora seu percurso ético-estético próprio a partir de uma conversa com o nu-sol. ainda no fogo das mulheres anarquistas elena schembri analisa o combate preciso de luce fabbri ao fascismo. a página única, “ação direta contra os campos de concentração”, expõe como os anarquistas seguem adiante, no presente, muitas vezes colocando seus corpos em risco ao fazerem de suas existências um combate contra o Estado, a propriedade e a política. flávia lucchesi introduz pepita guerra, integrante de um dos primeiros jornais anarquistas articulado por mulheres (la voz de la mujer), alimentando este fogo que atravessa a revista. depois, pepita, direto da argentina, é quem declara guerra à sociedade, no final do século XIX, incomodando inclusive certos anarquistas. século XXI, ali ao lado, no uruguai, adriana martinez & matheus marestoni descrevem, não só com palavras, as batalhas do recente encontro internacional de investigadorxs do anarquismo. o abolicionismo penal libertário vibra com mais um hypomnemata, página única que ataca a violência e a ubiquidade das cabeças cortadas no interior das prisões, assim como das cabeças que mantém o funcionamento dos castigos. com um pouco de poesia, gustavo simões conta em breve nota a festa para roberto freire ocorrida no tucarena, na puc-sp. ao lado de uma seleta de cartazes da soma, freire também aquece essa edição com uma entrevista sua publicada, em 1987, no escandaloso jornal o inimigo do rei. a história que a história não conta, isto é, a história das lutas e dos delírios na tela, a história do cinema anarquista, por gustavo vieira, encerra os artigos dessa edição. recuperando episódios jamais esquecidos pelos libertários, lily litvak resenha o livro sobre o anarquista espanhol melchor rodríguez e luíza uehara nos presenteia com uma ótima notícia: a edição espanhola do diário da libertária sugako kanno. são de alguns amigos de sugako, artistas anarquistas que viveram no japão, os intervalos dessa nossa revista. verve, na delicadeza e força dos combates anarquistas de homens e mulheres está no ar e na terra e no fogo e na água, 

    viva! 

     
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    Núm. 35 (2019)

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    Núm. 34 (2018)

    ao lado do punhado de pássaros contra o grande costume, como o poema de júlio cortázar, verve está no ar. no calor dos acontecimentos, agora, edson passetti e gustavo simõesapresentam a intensa aula-teatro 68: invenções e resistências;julian beck descreve a marcante ruptura do the living theatrecom o festival de avignon; joão da mata recorda a anarquia e o tesão de roberto freire, assim como ana carolina arruda de toledo murgel lembra luhli, entre outras existências vibrantes, expondo a liberação ética e estética transcorrida no final da década de 1960. ainda nesta edição, em entrevista especial, ricardo líper comenta as resistências anarquistas na ditadura civil-militar, suas práticas libertárias hoje e os sonhos com emma goldman. intempestivos, os combates contra o estado são sublinhados por sebastián stavisky e sua aproximação entre a antropologia de pierre clastres e os anarquistas. camila jourdan e suas considerações libertárias acerca de 2013, no brasil, estabelecem uma conexão direta com os hypomnematas do nu-sol, páginas únicas nesta verve, lembrando os cinco anos das jornadas de junho, e um alerta urgente contra a sentença de aprisionamento dos 23. por fim, e ainda nas reverberações destas lutas no presente,acácio augusto analisa as semelhanças, mas, sobretudo, as diferenças entre as mudanças radicais irrompidas com as manifestações de 68 e as políticas surgidas nos protestos globais de 1999. sobre os livros: vitor osório, a partir de simone weil, alerta para as conivências da democracia com os fascismos e flávia lucchesi, com maria lacerda de moura, afirma ainda hoje a atualidade singular da anarquista. ao lado do punhado de pássaros contra o grande costume e com poesias da exuberante diane di prima, que atravessa a revista como uma flecha certeira, verve está no ar, como a anarquia, agora.

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    Núm. 33 (2018)

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    Núm. 32 (2017)

    verve a partir deste trigésimo segundo número estará em formato eletrônico (PDF e ePub). isso acontece após exatos 15 anos de circulação impressa semestral, ininterrupta, registrando a anarquia e abolicionismo penal libertário. a mudança não se dá por convenção, mas para a revista se manter autogestionária. este número traz um registro da greve geral de 1917, em são paulo e os efeitos da revolução russa. são acontecimentos centenários ainda presentes na história das lutas. a revista abre com a aula-teatro 22, por edson passetti e acácio augusto, relembrando a greve geral de 1917, ocorrida em são paulo, quando mulheres, homens e crianças explicitaram o início da revolução social contra a propriedade, repressões e violências com as quais a oligarquia paulista submetia os operários e lavradores. trazemos um curto texto de florentino de carvalho comentando repercussões da revolução russa e alertando para a diferença vital entre comunismo libertário e comunismo de estado ou marxista. alexander berkman em análise acurada expõe, em 1921, os rumos da revolução russa, desvelando a impostura bolchevista no interior do partido comunista. somada à reflexão minuciosa acerca do partido, o anarquista situa o esmagamento da revolução social por meio do controle político efetivado pela ditadura do proletariado, máquina burocrática policial e punitiva. do mesmo ano de 1917, ao norte da américa, verve 32 publica o manifesto de emma goldman e alexander berkman contra a conscrição militar nos EUA. a revolução se faz todo dia por cada um para mudar o mundo todo dia. verve 32 registra, em página única, as atuais perseguições aos anarquistas, com a operação ébero, no rio grande do sul; alerta para não nos distrairmos diante das investidas de forças conservadoras, como a ocorrida no impedimento de seminário sobre a revolução russa na uerj; escancara a continuidade do massacre de jovens nas prisões. atiça para as transformações anarquistas no presente e republica dois registros sobre o erotismo libertário por roberto freire, anarquista caloroso que completaria 90 anos em 2017, e o delicioso ensaio de nelson mendez, sobre uma história gastronômica da anarquia. cada um a seu modo, freire e mendez mostram que para os anarquistas não há dissociação entre prazeres e luta. verve 32 fecha com duas resenhas que lidam com a anarquia hoje e sua atualidade descentralizada: gustavo simões, a partir das correspondências trocadas pelo artista anarquista john cage, nos convida a ouvir os ruídos da anarquia; luíza uehara mapeia a história e a contemporaneidade dos anarquismos na bolívia, alertando para o risco de capturas empreendedoras e resilientes. verve 32 atravessa os fluxos eletrônicos como revista de atitudes, labareda que lambe corpos explodindo as mediações da tela e dos protocolos, dos softwares aos indexadores. 

  • Verve
    Núm. 31 (2017)

  • Verve
    Núm. 30 (2016)

    verve, em seu trigésimo número, é insurreta, entre práticas do passado e do presente. a aula-teatro “revolução espanhola” expõe, a partir do livro “o curto verão da anarquia”, de h. m. enzensberger e de anotações do nu-sol – e redigida por beatriz carneiro, lúcia soares e luíza uehara – a intensa força libertária que produziu, em meio às violências de estado e partidos, experiências inéditas e singulares, de homens e mulheres livres, vivas na memória das lutas.

    em verve 30, a ação direta, atitude própria aos anarquismos, desdobra-se da espanha revolucionária atravessando distintos momentos históricos e escritas, como o editorial de josé oiticica para o jornal ação direta, publicado após o nal da segunda guerra mundial. francis dupuis-déri, desde uma perspectiva histórico-sociológica, ataca o senso comum em torno da tática black bloc, enquanto edson passetti analisa os blocos negros atento a suas potências éticas e estéticas, e interessado no negro como subversão da convecção das cores: a produção não de uma política das manifestações, mas de uma antipolítica como prática de liberdade. ação direta e arte livre encontram passagem no poema “brecha”, de thiago r.

    a função moral e preconceituosa da lei é assertivamente explicitada por sébastien faure, que se conecta à página única que traz recente hypomnemata do nu-sol acerca do silenciamento dos que têm os corpos violentados pela cultura do castigo que alimenta a in ndável roda das queixas, processos, vítimas, algozes e tribunais.

    as tecnologias de governo próprias do pós-guerra e da racionalidade neoliberal são mapeadas por helena wilke, a partir do estudo das modulações da governamentalidade planetária por meio dos programas de desenvolvimento das nações unidas. essas tecnologias produzem mapeamentos que contrastam com as geogra as anarquistas cujas genealogia e potências contemporâneas são apresentadas por simon springer.

    a a rmação paraíso agora!, trecho do diário de julian beck, apresentado em breve nota por gustavo simões, lembra a ocupação do teatro odeon em paris, durante o acontecimento maio de 1968, expondo proveniências dos atuais movimentos libertários de resistência e a força que não cessa das anarquias.

    nas resenhas, rebeldias libertárias são apresentadas por luíza uehara e acácio augusto: do preto anarquista lima barreto e sua tática de camu agem contra a gramática do poder ao insólito anarquista japonês kôtoku shusui, que ao enfrentar a rigidez de uma cultura nacional e a rmar a ação direta,depreendeu- se das con gurações arbóreas e voou livre como folhas no outono.

    em vervedobras, somado ao registro de “gazel em fuga”, poema musicado especialmente para a aula teatro “revolução espanhola”, imagens de resistências e de ação direta, das proveniências revolucionárias espanholas, às artes intensas do the living theatre e ao combate acalorado do negror nas ruas. sem nostalgia e atenta à atualidade da vida como batalha. verve 30, em centelhas.

     

  • Verve
    Núm. 29 (2016)

    a cultura libertária pulsa em verve, contra castigos, capturas e centralizações do poder. a rma a vida em liberdade em escritos, sons e imagens. um escrito de jean genet a partir da criança criminosa, recusado pela radiodifusão francesa, explicita o insuportável aos controles punitivos que têm nas crianças seu primeiro alvo.

    controles que se ampliam com incursões psiquiátricas e investimentos variados em crianças para a produção de sujeitos resilientes, como analisa salete oliveira.

    em página única, o registro do nu-sol em hypomnemata sobre o vaivém das práticas de governo no brasil, alimentadas pela própria crise para manter sujeições e governos pelas dicotomias que se remetem à centralidade do poder.

    verve registra a experiência anárquica da revolução espanhola, na memória histórica das lutas e atenta às suas atualidades. o libertário jaime cubero trata das práticas anarquistas na espanha em texto e em outros escritos recentemente publicados e comentados em resenha por edson passetti. as conexões presentes no anarquismo espanhol surgem em artigos de rafael cid e acácio augusto. por m, fala o poeta, com “insígnia”, de léon felipe, na página de verve e em vídeo em vervedobras.

    john cage atravessa a revista em imagens e palavras. o desconcerto do artista anárquico se desdobra em mesóstico inédito em português, traduzido por thiago rodrigues, com nota em parceria com gustavo simões. emma goldman , ativa e subversiva, considerada por longo tempo a mulher mais perigosa da américa, está nas páginas a seguir em breve dossiê, apresentado por eliane k. carvalho e gustavo simões. nesta edição, a resenha de sua recente biogra a, por ávia lucchesi, potencializa o fogo anárquico desta existência vibrante.

    verve é uma das práticas da cultura libertária no nu-sol. na página impressa e nos uxos eletrônicos, segue com vitalidade, rigorosa sem ser sisuda e avessa aos cânones burocráticos dos enquadramentos

                          da chamada “excelência acadêmica”.

                     vibra com tesão e saúde, incomodada e livre.

     

  • Verve
    Núm. 28 (2015)

                              o inventor do sentido contemporâneo da palavra anarquia morreu há 150 anos. o pensamento de pierre-joseph proudhon, no entanto, segue pujante e emerge em verve com novo excerto inédito em português de a guerra e a paz, com a força da amizade libertária entre proudhon e o pintor gustave courbet, por gustavo simões, e pelo registro da constante presença do anarquista francês nos mais de dez anos

    de sua existência autogestionária.

    heliana conde, exercitando sobre o caminhar de verve com michel foucault e proudhon, sublinha uma singular anarqueologia na qual aparecem, além dos dois, o único max stirner e as batalhas contra a cultura do castigo do abolicionismo penal libertário.

                                                    na aula-teatro 18, libertárias, os anarquismos vivos e pulsantes no nu-sol são a afirmados em sua potência por flávia lucchesi, helena wilke, gustavo simões e lúcia soares. o golpe de estado civil-militar de 1964 é lido libertariamente por pietro ferrua, que relata resistências imediatas, corajosas e infames. as páginas únicas trazem firmes movimentos de libertários de ontem e hoje, visando as forças conservadoras atuantes na democracia e destacando o fogo grego que queima o fascismo para além dos autoritarismos de estado.

                   atenta aos anarquismos no agora, verve publica artigo de jamie heckert sobre uma sexualidade nômade contra as políticas de identidade e problematizando a teoria queer. o anarquista, esta pereba negra que se alastra pelo planeta, está presente em resenhas de livros que anotam suas práticas e existências no japão, por luíza uehara, e na américa do sul, por acácio augusto. vervedobras abre conversações com as presenças de proudhon, courbet e de anarquismos no brasil. os anarquistas lutam com suas ações antipolíticas cotidianas e múltiplas. a vida libertária existe como fogo, lambe com labaredas e faísca centelhas.

                                 com verve,

                    a anarquia estala.

                                                                 saúde! 

  • Verve
    Núm. 27 (2015)

    verve, em seu fazer, pesquisar e registrar, anarquia e abolicionismo penal libertário, mira passado e presente, o agora e as experiências registradas nas lutas contra governos e dominações. faz da anarquia uma memória viva que pulsa em cada um que ousa se insurgir e se ocupa em deixar registro dessas batalhas. saúda as existências e os momentos que fizeram da vida a luta pela liberdade, deixando a memória impressa e viva para os que seguem nessa mesma batalha.

    os anarquistas atravessam quase dois séculos como incessantes interpeladores do instituído sem buscar novas e renovadas instituições ou constituições. são a malta negra, como mostra christian ferrer, que combate pacientemente, de diversas formas, os poderes e os mecanismos técnicos, a despeito dos saberes que querem plasmar sua existência em um respeitoso passado. caminham como nômades pelo planeta.

    em meio a essas lutas os anarquistas se tornaram instauradores. jamais submeteram suas lutas à vitória e tampouco se dobraram diante do endurecimento das perseguições, prisões e penas. o que hoje se nomeia como leis ou direitos trabalhistas foi antes uma luta direta levada por corajosos militantes que tombaram de pé ante ao tribunal, como relata hugo fontana a respeito dos acontecimentos de haymarket, irrupção do primeiro de maio anarquista.

    o abolicionismo penal libertário não teme o avanço dos conservadores e não se deixa pegar pelo jogo dos progressistas. o nu-sol, em página única, afirma que a luta contra a prisão de jovens segue sendo da maior importância para deter o fascismo da sociedade de controle. assim como gustavo ramus, ao relatar sua experiência, mostra a gestão da infelicidade diante dos ubuesco de penas alternativas e das vidas que se oferecem ao governo da busca de felicidade. a expansão das polícias é analisada em suas modulações por mayara de martini cabeleira que toma como alvo o fracasso mais bem sucedido da atual política de segurança: os programa de pacificação das favelas cariocas nomeado de upps.

    a malta negra segue insuportável, como foram os canibais para colonizadores e civilizados. segue em confronto
    direto com polícias e agentes da ordem físicos e eletrônicos. eliane k. de carvalho traça uma instigante aproximação entre a tática black bloc e o combate aos canibais. a ação direta entre os anarquistas não se resume a ação violenta, como querem fazer crer os agentes da ordem. a ação direta pode ser experimentada em práticas corporais, como mostra joão da mata ao expor a relação da somaterapia com a capoeira angola: uma arte da luta hoje.

    verve lembra o saudoso amigo-editor, robson achiamé, um anarquista dedicado aos prazeres da vida e ao registro da produção anárquica no presente. simplesmente anarquista ele aparece em página única. a revista é atravessada por capas de suas publicações que se ocuparam dos anarquismos produzidos no presente e no passado.

    a aula-teatro registra a atual versão de terr@ 2, por edson passetti & acácio augusto, apresentada em maio para estudantes e interessados. impressa aqui, a ação direta do nu-sol afirma uma prática anti-representação.

    verve registra a existência de quase um século de judith malina inventora do the living theatre junto ao seu companheiro julian beck, a experiência mais radical em teatro a partir da segunda metade do século xx. teatro anarquista. bella, ciao!

    nas resenhas, a anarquia se desdobra atravessando o planeta, do méxico ao japão, por lily litvak e luíza uehara, reiterando o nomadismo anarquista. os anarquistas estão vivos!

    realizam lutas na contingência de suas forças e para além de soluções ou programas. desapegados do tempo, seguem produzindo experimentações encarniçadas e uma constelação de práticas refratárias à ordem e ao poder instituído em favor de uma vida vivida.

    verve é o registro e a realização dessa força estranha e anárquica.

    saúde!

  • Verve
    Núm. 26 (2014)

  • Verve
    Núm. 25 (2014)

    agonismo. a vida como batalha. a batalha que vivifica contra o que tortura, assassina, faz calar.

    efemérides, via de regra, são laudatórias. este ano, em especial, marcam-se diversas: 100 anos da primeira guerra mundial, 150 anos da fundação da ait (associação internacional dos trabalhadores), 200 anos do nascimento de mikhail bakunin. decidimos destacar os 50 anos do golpe civil-militar no brasil.

    verve 25 é atravessada pela memória das lutas contra ditaduras de ontem e autoritarismos que não cessam de emergir: em portugal e no brasil de ontem, por josé maria carvalho ferreira; no brasil de ontem e hoje, por cecília coimbra e beatriz scigliano carneiro; no enfrentamento com o insuportável pelo nu-sol.

    a reviravolta conservadora nos estados unidos é fustigada pelo instaurador da palavra libertário, joseph déjacque, ao atacar o racismo estadunidense e a iminência da guerra de secessão acomodados à democracia representativa, explicitando o vigor da análise anarquista durante os acontecimentos.

    o extermínio seletivo que pratica todo estado, em ditaduras ou democracias, se expressa na reconfiguração e expansão de prisões, como analisa james humberto zomighani júnior; a educação que domestica nos fluxos da sociedade de controle é problematizada por eliana pougy.

    a carta-manifesto das pussy riots situa a captura de duas de suas integrantes pelo teatro dos direitos humanos, a recusa ao institucionalismo e convida para conversações com o que se desdobra eletrônico em vervedobras, com os jornais libertários que resistiram à ditadura no brasil.

    a rebeldia que não cessa emerge da aula-teatro drogas-nocaute 2, ousando sugerir o método anarquista para lidar com proibições, moralismos e violências.

    as efemérides inflam revanches e nostalgias. verve se aparta disso, afirmando a potência dos combates no presente, atenta à memória das lutas para

    a invenção de liberdades agora!

  • Verve
    Núm. 24 (2013)

    verve em tempos de clamores por segurança e redimensionadas vigilâncias; tempos de novas institucionalizações que atualizam controles. nosso tempo. nele verve respira, analisa, experimenta o calor do fogo, das amizades, dos prazeres.

    josé maria carvalho ferreira apresenta ângulos da vida do anarquista português roberto das neves nos seus percursos combativos entre muitos jornais, poemas e escritos.

    aline passos perscruta o regime disciplinar diferenciado nas penitenciárias brasileiras e suas articulações com uma nova gestão dos ilegalismos; enquanto giceli cervi e luiz guilherme augsburger estudam como a introdução da gestão democrática nas escolas públicas ativa novas modalidades de vigilância e de produção de subjetividades.

    página única traz hypomnemata sobre black blocs, protestos e a anti-política que crepita sobre polícias, partidos e democratas juramentados.

    martín albornoz retoma a história dos atentados anarquistas na argentina do começo do século XX para, na singularidade desses atos, pensar a força política do gesto violento.

    o inesperado que se rebela em combate incessante ontem e agora emerge em verve 24 com flávia lucchesi mostrando a força das riot girrrl, corpos libertos em luta com machismos e os pequenos fascismos que violentam as mulheres.

    logo depois, página única com carta da pussy riot maria alyokhina contra a prisão que a quer calar.

    a aula-teatro anti-segurança, por salete oliveira e gustavo simões, desfere contundente corte sobre as práticas de segurança que vão da mais ínfima vontade de obedecer até a produção dos mais sofisticados dispositivos de segurança planetários.

    nas resenhas, helena wilke apresenta a potente análise de acácio augusto sobre a elastificação da prisão para além dos muros penitenciários na sociedade de controle pela análise da punição redimensionada de jovens no brasil; gustavo simões resenha livro em que proudhon tocou a força e coragem do amigo e pintor anarquista gustave courbet e edson passetti situa a leitura de david graeber sobre a atualidade e potência dos anarquismos diante da política e das capturas do presente.

                               em tempos de velocidade eletrônica,

    verve segue se abre em vervedobras, fluindo. em tempos conservadores, de ágeis e sutis aprisionamentos, verve exercita a análise pela problematização dos dispositivos de segurança e das táticas de controle e de resistência. verve combate nos fluxos, fazendo história do presente e agenciando liberdades.

  • Verve
    Núm. 23 (2013)

    verve, entre levezas e contundências, segue atenta ao que vibra liberdades. vive intensa no que problematiza a política, a moral do castigo e as tentativas de pacificar existências e práticas.

    verve vem na companhia de max stirner, pela análise de saul newman, com seu firme ataque às procedências metafísicas do humanismo e do liberalismo.

    a coragem de existências libertárias continua nas páginas de verve pelas lembranças de christian ferrer do anarquista alfredo errandonea e na narrativa sobre o fechamento do centro de estudos sociais prof. josé oiticica, no início da ditadura civil-militar brasileira, por pietro ferrua. esse relato de ferrua compõe, junto a outros quatro já publicados em verve, parte inédita dos arquivos do centre internationale de recherche sur l’anarchisme que registra acontecimentos cruciais do anarquismo no brasil dos anos 1960.

    a verve abolicionista desponta com márcia cristina lazzari sobre o redimensionamento da punição de crianças e jovens em artigo atiçado por incisivo hypomnemata sobre a sanha punitiva e assassina no brasil de agora.

    sofia osório apresenta a história de práticas de liberdade movidas pela dança e pela pulsão de vida heterotópica que emergiu num brasil de repressão e medo. seu artigo provoca um deslocamento, forte e sutil, para o desconcerto que as práticas ditas “primitivas” produzem no civilizado e nos anarquismos, com david graeber e pierre clastres, na leitura de yoram moati.

    tensões e liberações, fluindo por limiares numa história do presente na aula-teatro revista e potencializada por edson passetti e acácio augusto.

    nas resenhas, a guerra ininterrupta em torno da repressão às drogas é esgarçada em suas táticas de controle e possibilidades de resistência e invenções livres, enquanto o anarquismo contemporâneo é apresentado em suas potências combativas, limites e labirintos.

    a anarquia, essa força que não cessa, atravessa verve em fotos que registram gritos grafados em muros nas américas e na europa, em fotos de edson passetti e thiago rodrigues.

    com levezas e contundências, verve desdobra-se eletrônica, inventando heterotopicamente espaços de liberdade, como um convite ao desassombro e à coragem.

    vivas!

  • Verve
    Núm. 22 (2012)

    verve é atiçada pelo que pulsa de libertário e vivo, na potência de escritos e experimentações de mulheres e homens do passado e do agora; atenta ao que provoca combates contra o que de fora incide autoritário e violento, e contra o que precisa ser revolvido nos anarquismos.

    verve pratica a diferença na igualdade e ataca pluralismos, comemorando o movimento incessante da luta na qual não cabem mestres, verdades absolutas, panteões.

    é com esse fulgor que verve trata os antigos e propicia o novo. vibrando assim, esse número de verve abre com dossiê sobre os 140 anos do congresso anarquista de st. imier para interpelar os anarquismos hoje, rechaçar o bolor e afirmar o que nos é próprio e vigoroso: a revolta!

    em seguida, martín albornoz apresenta como a morte e os funerais de anarquistas foram inventados, na argentina do início do século XX, como acontecimentos políticos e de resistência; enquanto rogério nascimento explicita o conservadorismo dos cânones acadêmicos no pensamento social brasileiro que deliberadamente ignoram intelectuais libertários da primeira metade do século XX.

    dos inícios do século que passou há, também, um bravo escrito em que benjamin tucker mostra como o regime da propriedade produz crimes e criminosos, numa reflexão atual em tempos de redimensionamento de propriedades, centralidades de poder e segurança.

    o atual libertário segue no artigo de lúcia soares sobre a produção de subjetividades pela tv na sociedade de controle e com gustavo simões na urgência em combater o que resta das ditaduras latino-americanas pela chama produzida com a literatura de roberto bolaño e roberto freire.

    nas resenhas, as lutas no tempo presente pelas rebeldias e pela radical força libertária do abolicionismo penal de louk hulsman.

    atravessando verve, imagens de periódicos anarquistas dos primeiros anos do século XX que foram, no seu tempo, experiências heterotópicas a enfrentar embates que hoje reemergem para novos guerreiros.

    deslocando-se, verve começa sua segunda década com nova capa, no azul único tão caro ao nu-sol.

    desdobrando-se, verve transborda em vervedobras levando para os fluxos eletrônicos o tanto de presente e de heterotopia que nos move.

  • Verve
    Núm. 21 (2012)

    verve, 10 anos:

    uma década de práticas de liberdade: duas dezenas de edições publicando anarquia e abolicionismo penal, revolvendo os anarquismos. anos de afirmação da existência que aprecia a invenção de novas tradições interessadas no agora. ágora para bravos anarquistas, artistas desconcertantes, escritos e escritas surpreendentes, modos de pensar e dizer insuspeitados, mulheres e homens insurretos. páginas abertas ao que vibra livre & vivo!

    verve 21 celebra a potência de verve. comemora suas intensidades trazendo os problemas e lutas que nos são caros; as contundências, prazeres e incômodos que nos atravessam.

    o atual libertário em suas tensões com o presente vem com christian ferrer, os amores em liberdade, na sua diversidade que esgarça a moral com novas éticas afetivas, vêm em textos de han ryner, jaime cubero, errico malatesta, margareth rago e salete oliveira.

    o anarquismo que ativa combates está na nota de pierre-joseph proudhon sobre a feitura de seu “a guerra e a paz” e nos enfrentamentos e resistências contemporâneos ao regime da propriedade por josé maria carvalho ferreira.

    o abolicionismo penal emerge, confrontando a moral do castigo, pela conversação inédita com louk hulsman, pela perspectiva libertária de acácio augusto, pela memória da coragem libertária de pietro ferrua nos momentos iniciais da ditadura civil-militar brasileira e pela volta, como página única, do primeiro hypomnemata do nu-sol, um manifesto abolicionista penal. outro hypomnemata retorna também como página única, mostrando a potência da análise genealógica que antecipa a reforma do sistema prisional para crianças e jovens, expondo o insuportável da punição sempre redimensionada.

    a verve abolicionista do nu-sol abala não apenas a prisão, mas, também, as interdições da loucura, como afirma e exubera a aula-teatro por beatriz scigliano carneiro, cecília oliveira, eliane knorr e leandro siqueira. loucura, solta em tesão, aparece na vida e literatura de roberto freire pelas mãos de gustavo simões, enquanto o anarquismo é tensionado naquilo que o aproxima do cristianismo por gustavo ramus.

    a companhia de michel foucault, tão preciosa nessa década de verve, está presente no tom das resistências e da estética da existência das páginas por guilherme castelo branco, ricardo líper e silvana tótora.

    e verve, intensa & única, se mostra inteira como espaço para os anarquismos potentes de hoje e outrora, daqui e de muitos lugares, que marcaram as páginas da revista nesses 10 anos: um dossiê sobre a revista afirma sua singularidade e força, por jovens que chegaram há pouco à prática autogestionária de verve – luíza uehara, sofia osório, flávia lucchesi, mayara de martini cabeleira – e por libertários atravessados e atravessando a revista desde seu primeiro número: salete oliveira, acácio augusto, andre degenszajn, thiago rodrigues e edson passetti, seu editor nos oito primeiros anos de verve.

    antes de passar a vervedobras, que com arte e resistências se espraia nos fluxos eletrônicos, a verve impressa fala de bombas e dos anarquismos na américa latina, pelas resenhas de eliane knorr e acácio augusto.

    verve 21, 10 anos!

    potência de únicos, experiência rara que se faz presente e viva no convite para dançar, abalar, abalar-se, revirar, revirar-se, atiçar, atiçar-se.

    10 anos de verve! SAÚDE!

  • Verve
    Núm. 20 (2011)

    verve 20 nas insurreições, atravessando textos, imagens, perspectivas.

    lutas e invenções na comuna de paris, por sébastien faure, e na atualidade do anarquismo como afronta à servidão voluntária, por saulnewman. insurreta analítica libertária da governamentalidade e da segurança contemporâneas, abrindo para experimentações livres eheterotópicas, por edson passetti.

    centelhas... fogo!

    cecília coimbra problematiza os direitos e sua história diante dobiopoder e a partir da experiência da ditadura civil-militar no brasil. contra a profusão de direitos e das correlatas punições, anamaria sallesapresenta o abolicionismo penal de louk hulsman, naquilo que ele tem de mais incisivo e libertário.

    o duplo in/exclusão, marca do modo de governar neoliberal, é exposto, pela perspectiva das políticas de educação, por alfredo veiga-neto e maura corcini lopes.

    a memória de lutas singulares emerge na página única do nu-sol sobre o bravo paulo resende e no texto de acácioaugusto sobre redson e os inícios do anarco-punk

    no brasil.

    páginas únicas com hypomnemata para explicitar como se dão roubos e capturas na sociedade de controle e com poema inédito de roberto bolaño, escolhendo a liberdade de ser o que se quer ser.

    christian ferrer nos conta da paixão com sangue e política entre américa e severino enquanto, nas resenhas, beatriz carneiro e salete oliveira falam de homens, que em tempos distintos, ousam pensar o espaço e o próprio pensamento com liberdade                                        e         calor.

    imagens de pequenos-guerreiros, livres crianças, aquecem a revista com verve; que se espraia, quente e eletrônica, em verve dobras...

    ... no calor do embate das forças, dos fluxos e das centelhas na segurança.

     

  • Verve
    Núm. 19 (2011)

    verve pulsa no calor dos combates presentes, interessada no que vivifica agora: volta-se a pessoas, textos e acontecimentos do já e de outrora atenta ao que fortalece hoje as experimentações e práticas de liberdade caras ao nu-sol. nesse agora, verve 19 registra a radical atualidade da comuna de paris nos seus 140 anos. radicalidade libertária da coragem de homens e mulheres que ousaram inventar novas tradições em meio ao autoritarismo e à guerra e que acompanha verve desde seus inícios. aquém e além da efeméride ativa-se a memória da comuna libertária. nesse presente, traduz-se pela primeira vez ao português, 150 anos após sua publicação, trechos de a guerra e a paz, de proudhon. o livro, em sua época, foi hostilizado tanto por conservadores quanto por revolucionários que viram nele um elogio à destruição, incapazes de notar uma análise da guerra como força instauradora: proudhon, ecoando heráclito, mostrou com desassombro que a guerra e a vida são os sóis que nunca se põem. nesse já, verve publica texto de william burroughs que expõe, contundente, a emergência de novos modos de controle e governo a partir de técnicas de gravação, edição e publicação de sons para destruir reputações. burroughs mostrou, no entanto, que os mesmos meios eletromagnéticos poderiam ser modos para combater a ordem política e moral ao recombinar, montar, editar e reproduzir aquilo que é insuportável e subversivo, como o sexo. verve no agora! no artigo de heliana conde rodrigues com um foucault que, diante da ditadura brasileira, afirma a liberdade e abala a formação de séquitos que o querem mestre venerável; no texto de acácio augusto sobre como os atuais programas de participação democrática nas escolas redimensionam o poder centralizado e ativam renovados controles; em terr@, aula-teatro por edson passetti e acácio augusto, atravessando a política no universo em expansão; nas resenhas que registram a experiência da rivista anarchica e as possibilidades de uma ecologia libertária; no ensaio fotográfico que provoca o que está inerte e acomodado, com suas aves que podem voar alto mas seguem coladas ao chão; na verve dobras que, uma vez mais, estabelece continuidades entre o papel e os fluxos eletrônicos no site do nu-sol. verve já! agora!
  • Verve
    Núm. 18 (2010)

    força, intensidade e delicadezas. verve 18 afirma e se desdobra, avançando guerreira ao lado de libertários de ontem e hoje naquilo que potencializam como liberações na vida.

    intensidade, força e delicadezas na problematização das drogas, liberada do moralismo e interessada nas experimentações livres dos juízos, na sétima aula-teatro do nu-sol, por edson passetti e acácio augusto; no dizer sobre práticas e existências de um pintor magnicida, por christian ferrer; de uma professora e escritora anarquista na companhia de dante alighieri, por arianna Fiori; e de um professor anarquista e insurreto, sébastien faure, que implodiu a escola pela educação de crianças em liberdade, por luíza uehara.

    delicadezas, intensidade e força no poema a shelley, por dóris accioly, e na página única com kaváfis; na dança com o nietzsche da gaia ciência a que nos convida tony hara; na exposição de novos modos pelos quais se pretende governar o corpo e seus instintos, com leandro siqueira; e nos ritmos e cadências dos corpos traçados por beatriz carneiro.

    nas resenhas, evidências da vida como incessante combate na exposição do antes silenciado como forma de luta e no agonismo, para além das declarações de guerra e dos tratados de paz.

    verve 18 publica, ainda, conferência de michel foucault, apresentada no brasil sob a ditadura militar dos anos setenta, mas até hoje inédita em português. ao tratar do movimento da antimedicina, foucault problematiza a roda incessante dos modelos e alternativas, mostrando como se conformam e recompõem relações de poder nos embates entre verdades.

    junto a verve 18 emerge vervedobras: palavras e imagens impressas na página em conversação com outras no site; experimentação que leva o poema dedicado a shelley a um artigo sobre ele e que registra uma memória da existência do anarquista diego gimenez. o eletrônico e o papel em novos tatos e potenciais outras inventividades:

    verve,

    forte, intensa                                 & delicada  

                                                                               desdobras

  • Verve
    Núm. 17 (2010)

    no fluxo, em movimento e livre, verve se faz 17. afirma e potencializa práticas e problematizações que nos são caras, ousando lançar-se em metamorfoses para seguir incontida, surpreendente e interessada pelas potências libertárias das vidas em invenção.

    é vital ao se deixar atravessar, com poesia e contundência, pelas relações entre amigos liberadas dos transcendentais, na companhia de émile armand e rené char; ao escancarar a atualidade da subversão pelo sexo em tempos conservadores; ao dizer francamente que a anarquia não compactua com tiranos, jaulas e condutores de consciência; ao saber, junto a pietro ferrua, da coragem de anarquistas que, com rebeldia, enfrentaram a ditadura militar; ao notar, com josé oiticica e colin ward, que a obediência à autoridade superior pode cessar pela produção de novos costumes liberadores; ao estar atento às singularidades anarquistas presentes no misticismo libertário de tolstoi, nas lembranças incompletas do arquivista edgar rodrigues e nas rebeldias impressas nas páginas como resistências.

    verve experimenta, pela primeira vez, páginas únicas que trazem dois recentes hypomnematas produzidos pelo nu-sol no combate tanto a torturadores quanto à vingança que leva o nome de justiça: páginas afirmativas de um abolicionismo libertário interessado na exposição pública de seus atos, sabendo que a verdade é forjada no calor das lutas, na guerra incessante da política; verdades moldadas nos embates de força que são imprescindíveis para o exercício de poder político, como apresenta michel foucault, na segunda aula do curso “do governo dos vivos”, de 1980, que publicamos em tradução inédita.

    verve 17 mostra-se em novo projeto gráfico que é um tanto de nossa existência estética libertária, propícia às experimentações preciosas: outros espaços, saudáveis respiros e novas intensidades.

    verve é INTEMPESTIVA

    no inacabado das lutas

  • Verve
    Núm. 16 (2009)

    quando a escolarização se torna um dispositivo que ultrapassa a obediência e a instrução para fazer funcionar uma máquina de governo, é preciso voltar à atualidade de sébastien faure e às inquietações que ultrapassaram sua época.

    é preciso mais do que coexistir nas diferenças anarquistas e ressaltar a importância das tecnologias de comunicação imagéticas desde o cinema, com as inovações estético-políticas anarquistas; a arte e a atenção do anarquista jean dubuffet; as peças do teatro anarquista do início do século passado e as experimentações atuais do nu-sol; a escrita libertária; a importância de arquivistas como edgar rodrigues e pietro ferrua; as sutilezas de simone weill, a coragem de verdade de michel foucault.

    heterotopias realizando nossas urgências sem retórica, solipsismo, tratado, ordenamento, encômio, proselitismo. não falamos em nome de e tampouco somos condutores de consciência. permanecemos livres e insurretos.

    verve vive todos estes 8 anos, mostrando páginas anarquistas do passado e do presente em suas atualidades, por vezes imprecisas, aproximando e afirmando sua perspectiva, encontrando percursos, revirando o oito em infinito em pé. verve não se deixa apanhar por identidades, mantém seu vigor pela entrada libertária e com portas livres para saídas. verve expõe os riscos; não é fiel a doutrinas e propicia fugas: toda invenção do novo começa por uma fuga.

    com verve 16 encerramos uma fase que nos impulsionou para o que já aflorou em nossas vidas e será mostrado a partir do próximo número. em verve 17 manteremos o formato, com novos intervalos; incorporaremos brevíssimas anotações; reduziremos suas páginas por escolha própria, combinando artigos consistentes, arquivos, resenhas, poesia, teatro e imagens com outras experimentações libertaria-mente.

    verve é ingovernável.

  • Verve
    Núm. 15 (2009)

    verve 15.  notas, notícias, carta, poesia, artigos, resenhas, aula-teatro, teatro, dossiê, ilustrações, análise de documentos e arquivo sobre anarquias, anarquistas e anárquicos.

    um arquivo sobre a passagem do centre de recherches sur l’anarchisme (cira) no brasil, preparado por pietro ferrua. (aqui a primeira parte a ser completada no próximo número. aqui o espaço para publicação de outros arquivos).  edgar leuenroth, pensador anarquista do brasil. luiz andrés edo, pensador anarquista na catalunha. florentino de carvalho, pensador, militante-clandestino, editor, escancarando anarquias, sem medos. o poder de estado na argentina articulando prisões e deportações de anarquistas no início do século 20. a salutar presença canibal!

    um dossiê louk hulsman, com nota, poesia e artigos sobre o mais libertário dos abolicionistas penais, que nos deixou no final de janeiro.

    carta libertária de gustave courbet (séc. 19) da comuna de paris aos artistas. poesia-pira  de thiago rodrigues (séc. 21) das insurreições de estudantes gregos...

    mais uma aula-teatro do nu-sol: estamos todos presos. e uma breve peça cubista de paul goodman.

    resenhas que nos levam a limiares da liberdade com nise da silveira, antonin artaud e maurício tragtenberg.  os ilegalismos indispensáveis à nova organização internacional da segurança com blackwater, mcmáfia e camorra.

  • Verve
    Núm. 14 (2008)

    verve 14, traz a segunda parte do dossiê 68 com palavras-falas do nu-sol para inesperado jogo de amarelinha.  um jovem artista, aloisio licht, revira vestígios disciplinares com a delicadeza do traço compondo uma figuração mordaz. uma jovem anarquista, américa scarfó, conversa com um experimentado anarquista sobre o amor livre. 

    verve amplia suas proximidades com o teatro publicando a aula-teatro 3 do nu-sol, FOUCAULT (assim mesmo em maiúsculas: o que somos e não somos), uma brevíssima peça de alexander berkman e trechos do muito comentado, e pouco conhecido, paradise now do the living theatre, também de sessenta e oito. indisciplina, prazer e rebeldia rondam e transpõem as misérias do esporte. uma discussão pertinente sobre anarquismo e ressentimento situa a relevância das reviravoltas anarquistas contemporâneas e mete uma rasteira em nietzsche. o abolicionismo penal presente em um texto referência, nas escarificações de políticas de segurança e com uma anarquista no tribunal: diante da prisão é preciso ser tupinambá. uma antropofagia anarquista deglute a presença de três anarquistas ausentes (jaime cubero, antonio martinez e roberto freire) e os muitos anônimos guerreiros.    dos livros lidos comentamos mulheres, religião, 68, teatro livre...   verve 14.

  • Verve
    Núm. 13 (2008)

    verve 13. teatral na companhia de pietro ferrua e da segunda aula-teatro do nu-sol, eu, Émile henry: peças-bombas.

    elas ladeiam uma pegada em maio de 68 com seus fogos e palavras, e que aguardam outras conversações em verve 14.

    pelo outro lado, estão emma goldman e as minorias; daniel colson, nietzcheando os anarquismos; o anarquismo-cristão por gustavo ramus; a guerra atravessada por thiago rodrigues; um foucault libertário pelas reviradas de guilherme castelo branco; beats com a jovialidade de luísa roxo barja; as máquinas e as bombas contemporâneas cartografadas por edivaldo vieira da silva; a legislação proibicionista pelo abolicionismo penal de maria lucia karam.

    se é pra falar de 68 que seja com palavras de mulheres, iracundos, jovens e com o anarquismo heterotópico.

    nas resenhas livros-bombas: o feminismo de margareth rago, a imprensa anarquista do inimigo do rei; a atual filosofia libertária de michel onfray e a reflexão de joão da mata; um livro de cecília coimbra que precisa ser reeditado; um anti-humanismo gritante!

    verve 13 no teatro do memorável, da anti-representação, dissolvendo o palco, um paradise now-living theatre pelas páginas para dançar, cantar, ler, pensar, pesquisar e arruinar. uma bomba que inaugura espaços de liberdade.

    68 não é só direitos, democracia, moderação e capital humano como instaurou o capitalismo apoiado nos capturados e nos autoritários socialistas re-paginados: “todo reformismo se caracteriza pelo utopismo de sua estratégia e pelo oportunismo de sua tática”.

    68 é: “o fogo realiza!”

  • Verve
    Núm. 12 (2007)

  • Verve
    Núm. 11 (2007)

    verve 11 :   um  e  um.    uns...

    um depoimento do teatrólogo pedro catallo contando um pouco da história social pouco conhecida. um contundente e atual escrito interrompido de bakunin atravessando o islamismo. um oportunista anarquista profissional chamado nietcháiev é trazido para discussões. uma revolução russa que não soube lidar com diferenças é mapeada e colocada a nu por um documento vigoroso e uma análise de emma goldman. um pouco do anarco-individualismo, pelo manifesto de émile armand. uma face séria da revolução, um abalo no sofisma e uma remexida no  inimigo do rei, por edgar rodrigues, rogério nascimento e gustavo simões, vão compondo uma cartografia que nos remete a umas experimentações com ana godoy, uns efeitos de cinema por Alexandre henz e máquinas de guerra-arte com beatriz carneiro. até chegar o único e a sua propriedade, segunda parte do longo capítulo do histórico livro do poeta john Henry mackay, pouco conhecido dos anarquistas no Brasil e contando uma história a ser conhecida.

    umas resenhas entre tantas possíveis comentam libertarismos em foucault, deleuze, kadaré, colson e um tesão de roberto freire.

    verve 11 anda com umas poesias do encenador; experimentador artístico; anarquista; apaixonado; preso torturado pela ditadura militar no Brasil nos anos 1970, julian beck. e traz mais um thiago r... anda com você e com quem é uns.

  • Verve
    Núm. 10 (2006)

  • Verve
    Núm. 9 (2006)

    canibal não é mais a designação colonialista suplementar aos selvagens, aos outros, aos anormais, aos perigosos. o antropólogo claude lévi-strauss, num gesto rápido e certeiro, mostra que somos todos canibais: rompimento com o etnocentrismo.

    o iluminismo não é mais a referência inquestionável da anarquia. práticas anarquistas contemporâneas, sem perder o vigor das lutas e pensamentos passados, dissolvem universais, problematizam o poder, terrorismos e a propagação da idéia de europa pacífica.

    os novos campos de concentração urbanos reafirmam os etnocídios e levam o abolicionismo penal a se revirar e a decompor o controle de jovens infratores a céu aberto, os posicionamentos anarquistas sobre prisioneiros, os contingentes de pessoas tidas como inúteis e as declarações universais humanistas relacionadas à tolerância zero.

    é preciso federação anarquista? conheça a federação libertária argentina.

    mulheres corajosas atualizam outras discussões: emma goldman, fala do petrel buenaventura durruti na guerra civil espanhola; e por dentro desta luta, amparo poch y gascón (dra. salud alegre) da revista mujeres libres, combate a tirania do amor;  margareth rago e tania fonseca desassossegam pelo cuidado de si e a experimentação dehabitar entre.

    leitor e livro corpo a corpo: escritas que queimam selvagens e sem paz, tendo o sangue como tinta. são mostradas as conexões entre a anarquia e as artes, mesmo com um silêncio sobre o dadaísmo. por isso, partituras do anarquista john cage não deixam cessar o ruído do silêncio em verve 9.

    as resenhas interceptam deslizes, relacionam ficção científica e sociedade de controle, comentam a obra de uma anarquista contundente, analisam os encontros sobre foucault ocorridos em 2004, e saúdam os andarilhos que ladeiam henry david thoreau.

  • Verve
    Núm. 8 (2005)

  • Verve
    Núm. 7 (2005)

    os anarquismos estão vivos como história do presente. um presente composto das  memórias de suas lutas, de suas experimentações, das atuações dos anarquistas no trabalho, no cotidiano jamais modorrento. um presente feito de atualidade, de reviravoltas diárias.

    verve não se interessa pela polêmica; esta apenas sustenta dogmatismos. interessa-nos rebeldias.

    diante do pavor disseminado pelo terrorismo conservador deste início do século XXI, século que também vem se caracterizando pelo conformismo, verve 7 traz instantes do julgamento de émile henry, no final do XIX, e suas atuais palavras. é a partir deste jovem anarquista que se apresenta uma tensa discussão sobre o abolicionismo penal, os anarquismos,  as aproximações com nietzsche, o teatro de eugene o’neill, o cinema de jean vigo, o contundente ensaio de saul neuwman sobre foucault e stirner, resenhas sobre ética, coragem e verdade, e poesias de sergio cohn.

    diante de tantas forças reativas, contaminando de boçalidade até os libertários, é sempre corajoso uivar: a uniformidade é a morte.

  • Verve
    Núm. 6 (2004)

    o nu-sol apareceu no interior do programa de estudos pós-graduados em ciências sociais da puc-sp, que em 2003 completou 30 anos. para saudar as pessoas que habitam este lugar de inovações, generosidades e debates propusemos o colóquio um incômodo.

    durante aqueles dois dias, em abril, as conversações e experimentações artísticas que lá ocorreram foram transpostas para um cd-rom, e cada freqüentador foi presenteado com uma cópia.

    no início deste ano, relembramos que desde o primeiro número de verve temos em mente produzir edições especiais. a ocasião apareceu e fizemos do sexto número esta versão do colóquio.

    convidamos lia chaia para desdobrar sua original intervenção imagética e sonora em instantes  que marcassem a passagem de  incômodos. embaralhamos as imagens e as distribuímos pela revista de maneira que elas possam também ser redimensionadas, lidas a parte ou agrupadas por cada leitor.

    arnaldo antunes redimensionou sua presença para uma peça única.

    e trouxemos um michel foucault, inédito em português, com tecnologias de si.

    um incômodo foi um jeito que o nu-sol encontrou para se abalar. gostamos. em abril de 2004, fizemos kafka-foucault, sem medos, publicado pela ateliê editorial de são paulo. para o próximo ano pretendemos realizar mais um colóquio. isso tem nos trazido saúde. é apenas um jeito, não é um programa, um plano e muito menos um projeto.

    “aquilo que vem ao mundo para nada perturbar não merece respeito nem paciência” (rené char, “fúria e mistérios”).

  • Verve
    Núm. 5 (2004)

    verve, em seu quinto número, segue pelos percursos do inefável e do intranqüilo, anarquizando-se. autogestionária, firme, e longe da sisudez, verve investe no inaudito, naquilo que se quis esquecer, no que emerge desconcertante.

    verve 5 se dedica à apresentação de inéditos que interessam às práticas de liberdade do agora. traz William godwin, nunca antes em português, em uma afronta contumaz aos carrascos, tormentos e cadeias que vivem ativas nas mínimas ranhuras e nos grandes rasgos. texto que tece veios libertários de contato com o abolicionismo penal sempre presente em suas páginas.

    apresenta, também, duas entrevistas inéditas com michel foucault. falas do filósofo ausentes de suas coletâneas póstumas, discursos quase perdidos de um foucault impregnado de transgressão, sexo e desmesuras.      

    dos libertários de ontem aos abalos de hoje, verve dá passagem a vozes várias que culminam no único da experiência anarco-individualista de émile armand e de max stirner, forte e contundente em sua primeira vinda na íntegra ao português.

    nos interstícios, a língua excitada de roberto freire, guerreiro da saúde, do gozo, do riso, da pele.

    verve explicita o intolerável da punição; lembra para o presente, sem reedições, sem profecias; ecoa o dissonante, o avesso; traz para si o que lancina o estático,o decantado, o inerte.

     verve é uma revista semestral editada pelo nu-sol.

  • Verve
    Núm. 4 (2003)

  • Verve
    Núm. 3 (2003)

    verve chega ao terceiro número sempre editada de maneira autogestionária. o nu-sol discute o índice segundo os debates e pesquisas do momento, contata escritores e recebe textos para publicação (nu-sol@nu-sol.org). aciona conselheiros para emitir sugestões, revisa, redige resumos e abstracts quando não enviados pelos autores. inventa capas e prepara os originais para a gráfica contatada para aquele número. depois de pronta ela é lançada, distribuída e debatida publicamente pelos integrantes do nu-sol.
    verve 3 traz nesta edição outro artigo inédito de max stirner e reflexões intensas sobre o abolicionismo penal e a atualidade do anarquismo. cresce nosso interesse e o dos leitores por resenhas de livros e publicações libertárias tanto quanto o número de colaboradores escrevendo artigos e ensaios libertários.
    verve é uma revista libertária, semestral e autogestionária realizada pelo nu-sol.
  • Verve
    Núm. 2 (2002)

  • Verve
    Núm. 1 (2002)