Um estudo dos processos de prova dos alunos no colégio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2022v24i1p698-721

Palavras-chave:

Processo de prova, Tipos de provas, ProcCrenças de alunos sobre a prova em matemática

Resumo

O objetivo desta pesquisa é identificar os fundamentos da crença dos alunos na validade de uma afirmação em sua atividade matemática: o que eles reconhecem na prática como uma prova e como eles tratam uma refutação. Concentrou-se neste estudo nas relações entre o processo de comprovação dos alunos, os conhecimentos de que dispõem, a linguagem que podem utilizar e o papel do contexto situacional. Os tipos de processos de prova evidenciados pelos alunos não caracterizam intrinsecamente o que poderíamos chamar sua “racionalidade”, na medida em que diferentes níveis de prova puderam ser observados em sua atividade de resolução de problemas. O significado dos processos de prova não pode ser compreendido sem uma análise cuidadosa das concepções dos alunos sobre os conceitos matemáticos envolvidos e sua leitura da situação em que atuam. As características da situação parecem determinar o nível de comprovação, ao passo que a imagem que os alunos têm da matemática também desempenha um papel importante, principalmente no tratamento das refutações. Observa-se que a passagem de provas pragmáticas para provas intelectuais requer uma base cognitiva e linguística. Desprezar a complexidade desta passagem pode ser uma das principais razões para o fracasso do ensino da prova matemática, uma vez que esta passagem é muitas vezes considerada apenas no nível lógico. Em geometria em particular, este ensino ocorre em um campo conceitual que, para os alunos ainda, não se constituiu como uma teoria; já que a geometria era para eles essencialmente restrita à observação e construção de objetos geométricos sem necessidade de prova. Assim, o ensino da prova está associado ao que poderia ser descrito como uma quebra cognitiva na atividade do aluno, relacionada à quebra didática representada pela nova exigência de provas matemáticas.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Nicolas Balacheff, Directeur de recherche CNRS émérite, Equipe MeTAH, Modèles et Technologies pour l'Apprentissage Humain Laboratoire d’informatique de Grenoble Univ. Grenoble Alpes, CNRS, Grenoble INP

Docteur en didactique des mathématiques (Grenoble 1, 1988), Nicolas Balacheff est directeur de recherche au CNRS. Après une formation en mathématique pure puis informatique théorique, il soutient une thèse de troisième cycle en informatique en 1978 (utilisation de graphes pour modéliser et étudier des raisonnements) puis une thèse d'état en didactique des mathématiques en 1988 (apprentissage de la preuve en mathématiques). Depuis 1988 il consacre ses activités de recherche à des questions à la charnière de la didactique des mathématiques et de l'informatique. En 1995 il crée l'équipe Environnements Informatiques pour l'Apprentissage Humain au laboratoire Leibniz à Grenoble, c'est dans ce cadre qu'il mène ses travaux sur les EIAH avec un accent particulier sur les aspects épistémologiques et la modélisation de l'apprenant. Il actuellement membre de l'équipe Modèles et Technologies pour l'Apprentissage Humain (MeTAH) du Laboratoire d'Informatique de Grenoble (LIG).

Saddo Ag Almouloud, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutorado em Mathematiques et Applications - Université de Rennes 1 em 1992 - frança. Assistente doutor - pontifícia universidade católica de São Paulo, e assistente doutor da fundação Santo André. Consultor ad hoc da fundação de amparo a pesquisa do estado de são Paulo, da capes, bolsista pesquisador de CNPQ, foi coordenador do programa de estudos pós-graduados em educação matemática da PUC-SP de 2007 à 2009 e de 01/08/2013 a 31/07/2017. Atualmente é vice coordenador do referido programa. Foi coordenador do curso de especialização em educação matemática da PUC-SP de 2006 a 2017. Publicou mais de 50 artigos em periódicos especializados e mais de 83 trabalhos em anais de eventos. Possui 5 capítulos de livros e 12 livros publicados. Possui 1 software e mais de 62 itens de produção técnica. Participou de vários eventos no exterior e mais de 112 no brasil. Orientou mais 77 dissertações de mestrado e teses de doutorado na área de educação matemática entre 1996 e 2016. Participou de mais de 200 bancas de defesa de dissertações e doutorados. Coordenou mais de 5 projetos de pesquisa. Atualmente coordena 2 projetos de pesquisa. Atua na área de educação, com ênfase em educação matemática. É avaliador do prêmio victor civita desde 2013. Em suas atividades profissionais interagiu com mais 70 colaboradores em coautorias de trabalhos científicos. Em seu currículo lattes os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: ensino-aprendizagem, geometria, educação matemática, matemática, demonstração, ensino básico, formação de professores, geometria dinâmica, TIC.

Méricles Tadeu Moretti, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor em Didática da Matemática

Referências

Balacheff N., 1982, Preuve et démonstration en mathématiques au Collège. Recherches en didactique des mathématiques, 33, pp.261‐304

Balacheff N., 1987a, Processus de preuve et situations de validation. Educational studies in mathematics, 8 pp.147‐176

Balacheff N., 1987b, Cognitive versus situationa1 analysis of problem-solving behaviors. For the learning of mathematics, 63, pp.10-12

Balacheff N., 1988, Une étude des processus de preuve en mathématiques chez des élèves de Collège. Thèse d'état, Université Joseph Fourier, Genoble1

Bourdieu P., 1980, Le sens pratique. Paris: Editions de Minuit

Fishbein E., 1982, Intuition and Proof. For the Learning of Mathematics, 32, pp. 9‐18 et 24

Galbraith P.L., 1979, Pupils proving. Shell Centre for Mathematical Education. The University of Nottingham

Hanna G., 1983, Rigorous Proofs in Mathematics Education. Curriculum series 48. The Ontario Institute for studies in Education

Lakatos I., 1976, Proofs and refutations. Cambridge University Press Piaget J., 1974, Recherches sur la contradiction, Vol.2. Paris : PUF Piaget J., 1975, L'équilibration des structures cognitives. Paris : PUF Popper K. R., 1979, Objective Knowledge. Oxford University Press

Sémadéni Z., 1984, Action proofs in primary mathematics teaching and in teacher training. For the learning of mathematics, 4 (1), pp.32‐34

Downloads

Publicado

2022-04-22

Como Citar

BALACHEFF, N.; ALMOULOUD, S. A.; MORETTI, M. T. Um estudo dos processos de prova dos alunos no colégio. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 698–721, 2022. DOI: 10.23925/1983-3156.2022v24i1p698-721. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/57663. Acesso em: 20 dez. 2024.

Edição

Seção

Tradução de artigo ou capítulo de livro