O desenvolvimento profissional de professores do ensino fundamental
uma análise de processo formativo remoto sobre conceitos estatísticos
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2024v26i1p208-236Palavras-chave:
Desenvolvimento profissional do professor, Ensino fundamental, Processo formativo remoto, Conceitos estatísticos, Período pandêmicoResumo
Este artigo apresenta a análise de elementos de desenvolvimento profissional de professores que afloraram durante um processo formativo remoto sobre conceitos estatísticos, durante o período pandêmico. Trata-se de pesquisa qualitativa de caráter exploratório, com 29 professores que lecionam matemática no ensino fundamental em sete municípios, parceiros de uma rede de pesquisa, com a seguinte questão de pesquisa: Que elementos relativos ao desenvolvimento profissional dos professores são apresentados por participantes de um processo formativo remoto sobre conceitos estatísticos, realizado por uma rede de pesquisa no período pandêmico? Para sua concretização, desenvolveu-se um processo formativo remoto, durante a pandemia de covid-19, com o suporte de ferramentas digitais, organizado em quatro módulos, com a metodologia da sala de aula invertida e o espiral RePARe. Selecionou-se conceitos estatísticos com a metodologia do PPDAC, na perspectiva da equidade. Na coleta de dados, os professores responderam a um questionário online. Adotou-se a análise de conteúdo para a leitura dos dados, e o desenvolvimento profissional emergiu como categoria de análise e o eixo temático que subsidiou a reflexão foi o “Processo Formativo”, apresentando os elementos de que o desenvolvimento profissional é contínuo, evidenciando que os professores ainda possuem demandas formativas de ordem conceitual e de práticas pedagógicas. O tempo foi um dos fatores mais mencionados, com discussões relativas à escola, à profissão, à pessoa e à família. Por fim, promoveu-se a interiorização da pesquisa e da experiência de formação docente em matemática, sobretudo em instituições nordestinas. Assim, o trabalho realizado oportunizou equidade à educação matemática.
Metrics
Referências
Baptista, M. (2010). Concepção e implementação de actividades de investigação: um estudo com professores de Física e Química do Ensino Básico. [Tese de Doutorado, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa]. Repositório da Universidade de Lisboa. https://repositorio.ul.pt/handle/10451/1854
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo (L. Antero, & A. Pinheiro Trad.). Presses Universitaires de France.
Behrens, M., & Carpim, L. (2013). A formação dos professores de educação profissional e o desafio do paradigma da complexidade. In M. Pryjma (Org.), Desafios e trajetórias para o desenvolvimento profissional docente (pp. 103-135). UTFPR.
Belloni, M. (2008). Educação à distância (5a ed.).. Autores Associados.
Castro-Filho, J., Freire, R., & Maia, D. (2016). Formação docente na era da cibercultura. Revista Tecnologias na Educação, 16, 1-21. http://tecedu.pro.br/wp-content/uploads/2016/09/Art9-Forma%C3%A7%C3%A3o-Docente-na-era-da-Cibercultura-.pdf
Castro-Filho, J., Santana, E., Couto, M., Castro, J., & Maia, D. (2022). Supporting mathematics public school teachers’ professional development and the teaching of statistics in elementary and middle school: an imperative for teacher education in Brazil. International Electronic Journal of Mathematics Education, 17(4), 1-11. https://doi.org/10.29333/iejme/12305
Clarke, D., & Hollingsworth, H. (2002). Elaborating a model of teacher professional growth. Teaching and Teacher Education, 18(8), 947-967. https://doi.org/10.1016/S0742-051X(02)00053-7.
Day, C. (2001). Desenvolvimento profissional de professores: os desafios da aprendizagem permanente. Porto Editora.
Formosinho, J. (2009). Formação de professores: aprendizagem profissional e acção docente. Porto Editora.
Gatti, L., & Catalano, T. (2015). The business of learning to teach: A critical metaphor analysis of one teacher’s journey. Teaching and Teacher Education, 45, 149-160. https://doi.org/10.1016/j.tate.2014.10.003
Guskey, T. (2002). Professional development and teacher change. Teachers and teaching: theory and practice. 8(3/4), 121-137. https://doi.org/10.1007/s10972-014-9411-2.
Imbernón, F. (2011). Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza (9a ed., S, C, Leite Trad.). Cortez.
Libâneo, J., & Pimenta, S. (2011). Formação dos profissionais da educação: visão crítica e perspectivas de mudança. Educação e Sociedade, 20(68), 239-277. https://doi.org/10.1590/S0101-73301999000300013
Lima, M. (2012). Estágio e aprendizagem da profissão docente. Liber Livro.
Lüdke, M. (2001). O professor, seu saber e sua pesquisa. Educação & Sociedade, ano XXII, 22(74), 77-96. https://doi.org/10.1590/S0101-73302001000100006
Magina, S., Santana, E., Santos, A., & Merlini, V. (2018). Espiral RePARe: um modelo metodológico de formação de professor centrado na sala de aula. Revista Reamec, 6(2), 238-258. https://doi.org/10.26571/REAMEC.a2018.v6.n2.p238-258.i6812
Maia, D. (2016). Aprendizagem docente sobre estruturas multiplicativas a partir de uma formação colaborativa apoiada em tecnologias digitais. [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Ceará].. Repositório Institucional da UFC. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/21156
Maia, D., & Castro-Filho, J. (2017). E quando Skype, Facebook e Whatsapp são usados em formação de professoras que ensinam Matemática? Revista Tecnologias na Educação, 20, 1-20. http://tecedu.pro.br/wp-content/uploads/2017/10/Art7-vol.20-Edi%C3%A7%C3%A3o-Tem%C3%A1tica-IV-Outubro-2017.pdf
Maia, D., Carvalho, R., & Castro-Filho, J. (2020). Tecnologias móveis numa formação colaborativa docente sobre estruturas multiplicativas. In E. Martins, & S. Lautert (Orgs.), Diálogos sobre o ensino, aprendizagem e a formação de professores: contribuições da Psicologia da Educação Matemática (2a. ed., pp. 91-100). Autografia.
Marcelo-García, C. (1999). Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto Editora.
Mizukami, M. (2005-2006). Aprendizagem de docência: professores formadores. Revista e-Curriculum, 1(1), 1-17. https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/3106
Passos, C., Nacarato, A., Fiorentini, D., Miskulin, R., Grando, R., Gama, R., Megid, M., Freitas, M., & Melo, M. (2006). Desenvolvimento profissional do professor que ensina Matemática: Uma meta-análise de estudos brasileiros. Quadrante, 15(1-2), 193–219. https://doi.org/10.48489/quadrante.22800
Perrenoud, P. (1999). Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. Artmed.
Ponte, J. (1994). Concepções dos professores de Matemática e processos de formação. In M. Brown, D. Fernandes, J. Matos, & J. Ponte (Orgs.), Educação Matemática: temas de investigação (pp. 185-239). Instituto de Inovação Educacional. Secção de Educação Matemática da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.
Rocha, L., & Fiorentini, D. (2009). Percepções e reflexões de professores de matemática em início de carreira sobre seu desenvolvimento profissional. In D. Fiorentini, R. Grando, & R. Miskulin. (Orgs.), Práticas de formação e de pesquisa de professores que ensinam matemática. Mercado de Letras, 2009.
Rodrigues, M. (2019). Contextualizando a análise de conteúdo como procedimento de análise de dados em pesquisas qualitativas. In M. Rodrigues (Org.), Análise de conteúdo em pesquisas qualitativas na área da Educação Matemática. CVR.
Santana, E., & Cazorla, I. (2020). O ciclo investigativo no ensino de conceitos estatísticos. REVEMOP, 2, 1-22. https://periodicos.ufop.br/revemop/article/view/4251
Santana, E., Couto, M., & Paula, M. (2021). Liderança universidade-escola na formação do professor. Revista Acta Scientiae, 23(2), 1-28. https://doi.org/10.17648/acta.scientiae.5934
Santana, E., Nascimento, S., & Couto, M. (2021). Desenvolvimento profissional de professores na construção colaborativa de sequências de ensino de Estatística. Revista Sergipana de Matemática e Educação Matemática, 6(1), 85-106. https://doi.org/10.34179/revisem.v6i1.14780
Santana, E., Lautert, S., Castro-Filho, J., Nunes, C., & Santos, E. (2022). Rede Educação Matemática Nordeste: desenvolvimento profissional e ensino de estatística em uma perspectiva crítica e de equidade. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, Edição Especial, 33-55, https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/14789
Tardif, M., Lessard, C., & Gauthier, C. (n.d.). Formação dos professores e contextos sociais. RÉS-Editora Lda.
Vaillant, D. (2009). La profesión docente: lecciones para diseñadores de políticas sobre 21 reformas que funcionam. In S. Schwartzman, & Cox, C. (Eds.), Políticas educativas y cohesión social en América Latina. http://www.schwartzman.org.br/simon/cohesion/4_valiant.pdf
Valente, J. (2014). Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da sala de aula invertida. Educar em Revista, Edição Especial, (4), 79-97. https://doi.org/10.1590/0104-4060.38645
Wengzynski, D., & Tozetto, S. (2012). A formação continuada face às suas contribuições para a docência. Anais da ANPED-Sul. http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/2107/513
Wild, C., & Pfannkuch, M. (1999). Statistical thinking in empirical enquiry. International Statistical Review, 67(3), 223-265. https://doi.org/10.1111/j.1751-5823.1999.tb00442.x
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
