Orientações didático-pedagógicas para o trabalho com resolução de problemas nas aulas de matemática
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i1p145-166Palavras-chave:
Resolução de Problemas, Educação Matemática., Estado do ConhecimentoResumo
Orientações curriculares recentes, como a Base Nacional Comum Curricular e currículos estaduais e locais nela sustentados, enfatizam a resolução de problemas em suas indicações, fomentando movimentos de pesquisa e de práticas de ensino voltados a essa temática. Este artigo tem como objetivo apresentar as compreensões que emergiram a respeito das orientações didático-pedagógicas para o trabalho com resolução de problemas, a partir da análise de teses e dissertações brasileiras do campo da Educação Matemática produzidas no período de 2016 a 2020. Para isso, foi realizado um estudo do tipo Estado do Conhecimento, com um total de 77 produções, sendo 14 teses e 63 dissertações, localizadas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e no catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Para a análise das produções, foi utilizada a Análise Textual Discursiva e o software IRaMuTeQ. Os resultados sugerem a predominância de produções que comunicam o uso da resolução de problemas como um caminho para a construção de novos conhecimentos matemáticos ou a sua ressignificação, por meio de investigações que valorizam o processo e o pensamento dos estudantes envolvidos em trabalho colaborativo. Com relação às etapas de ensino em que as investigações foram inseridas ou para as quais foram direcionadas, verificamos maior interesse para a Educação Básica, com destaque às etapas do Ensino Médio e dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Na formação de professores, o maior quantitativo das pesquisas está relacionado à formação inicial, com foco nos estudantes de cursos de Licenciatura em Matemática.
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