Adoecimento no trabalho: o discurso das teleoperadoras acerca dos distúrbios da voz
Palavras-chave:
voz, distúrbios da voz, Saúde do Trabalhador, Meio Ambiente, Saúde PúblicaResumo
Introdução: As mudanças organizacionais nas empresas, diante das transformações do mundo do trabalho, caracterizaram-se, sobretudo, pela terceirização e precariedade do trabalho. No telesserviço, verificou-se a intensificação do trabalho e controles rígidos de execução das atividades, gerando problemas à saúde dos trabalhadores. Como profissionais da voz, os teleoperadores apresentam distúrbios de voz, muitas vezes desencadeados a partir das más condições de trabalho. Objetivo: investigar como os teleoperadores compreendem a relação dos distúrbios da voz com o modo de organização do trabalho na empresa. Método: Os dados foram coletados em uma Clinica de Fonoaudiologia do setor privado. Para seleção dos sujeitos, pesquisaram-se prontuários de teleoperadores, elegendo-se os seguintes critérios: ativos, incluindo os afastados, exercer atividade por no mínimo um ano, seis horas/dia, possuir diagnóstico de distúrbios vocais e receber atendimento fonoaudiológico, que resultou na eleição de quatro mulheres para a pesquisa. Utilizou-se entrevista semiestruturada, que foi gravada e transcrita, e os discursos analisados por meio de análise de conteúdo. Resultados e discussão: As trabalhadoras relatam um cotidiano de trabalho caracterizado por rigidez e estresse, com consequências psicológicas e vocais. Atribuem aos distúrbios da voz uma negligência por parte das mesmas, num contexto de ritmo intenso do trabalho e pressão por atingir metas da empresa.Conclusão: Embora as teleoperadoras expressem em seus discursos elementos que refletem as consequências, na saúde dos trabalhadores, das mudanças no mundo do trabalho, tendem a superestimar o fracasso dos esforços de cuidados individuais como causa dos seus distúrbios vocais.
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