A Educação matemática em questão

provocações a partir de Florence Weber e Wittgenstein

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i3p281-296

Palavras-chave:

Cena social, Jogos de linguagem, Educação matemática

Resumo

O presente artigo objetiva problematizar a sociologia proposta pela francesa Florence Weber em consonância com a Educação Matemática, tomando como eixo articulador, principalmente, seu conceito de cena social, bem como as teorizações defendidas pelo Segundo Wittgenstein, a de jogos de linguagem. A ideia é criar possibilidades para pensar a Educação Matemática de outro modo, criando linhas de fuga e considerando os diferentes significados que ela possui na contemporaneidade. A partir disso, o presente artigo explicita alguns elementos Modernos na fabricação da Matemática, mostrando como ela foi se instituindo como uma forma de conhecimento verdadeira na sociedade ocidental em diferentes tempos e espaços. Posteriormente, apresenta a matemática como um jogo de linguagem e como cena social. Por fim, são tecidas algumas considerações a respeito de um possível rumo para a educação matemática, sugerindo que ela passe a ser visualizada de outro modo, não como uma ciência dura, mas como algo que transcende os cálculos exatos e pode ser encontrado nos modos de saber e fazer de diferentes culturas. Assim, poderiam ser levadas em consideração estratégias que divergem das impostas pela escola, possibilitando a criação de outros modos de matematizar que podem estar silenciados.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ketlin Kroetz, Instituto Federal de Rio Grande do Sul

Doutora em Educação em Ciências e Matemática

Paula Correa Henning, Universidade Federal do Rio Grande

Doutora em Educação

Diego Machado Ozelame, Universidade Tecnológica Federal de Parana

Doutor em Ensino de Ciências e Educação Matemática

Referências

Bampi, L. R. (1999) O discurso da educação matemática: um sonho da razão. 1999. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Bampi, L. R. (2007) Ordenando poder-saber: produção de identidades e hierarquização de diferenças. Educação e Realidade, Porto Alegre, 32 (1), p. 25-42, jan./jun.

Boni, K. T.; Savioli, A. M. P. D.; Passos, M. M. (2015) Compreensões e dificuldades de professoras a respeito do cálculo mental. Acta Scientiae, Canoas, 17 (3), pp. 563-577, set./dez.

Condé, M. L. L. (2004a) As teias da razão: Wittgenstein e a crise da racionalidade moderna. Argvmentvm.

Condé, M. L. L. (2004b) Wittgenstein e a gramática da ciência. Unimontes científic, 6 (1), jan/jun.

Condé, M. L. L. (1998) Wittgenstein: linguagem e mundo. Anna Blume.

Descartes, R. (1983) Discurso do método: meditações; objeções e respostas; as paixões da alma; cartas. 2. ed. Abril Cultural.

Foucault, M. (1999) As palavras e as coisas: Uma arqueologia das ciências humanas. 8 ed. Martins Fontes.

Foucault, M. (1987) Vigiar e punir: nascimento da prisão. 5. ed. Vozes.

Foucault, M. (2014) Microfísica do poder. 26. ed. Graal.

Giongo, I. M. (2008) Educação Matemática e disciplinamento de corpos e saberes: um estudo sobre a Escola Estadual Técnica Agrícola Guaporé. Tese (Doutorado em Educação). Programa de Pós-Graduação, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS.

Knijnik, G. (2007) Mathematics education and the Brazilian Landless Movement: three diferente mathematics in the context of the struggle for social justice. Philosophy of Mathematics Education Journal, 21 (2), p. 1-18.

Knijnik, G (2004) Itinerários da Etnomatemática: questões e desafios sobre o cultural, o social e o político na educação matemática. In: Knijnik, G.; Wanderer, F., Oliveira, J. C. Etnomatemática, currículo e formação de professores. EDUNISC, p. 19-37.

Knijnik, G; Wanderer, F; Giongo, I. M. (2010) Educação Matemática e interculturalidade: um estudo sobre a oralidade de formas de vida rurais do sul do Brasil. Revista Quadrante, 19 (1), p.49-69.

Kroetz, K. (2015) Etnomatemática e realções de poder: uma análise das narrativas de colonos descendentes de alemães da região do Vale do Rio dos Sinos. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Larrosa, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, ANPEd, n. 19, p. 20-28, Abr. 2002.

Lizcano, E. (2004) As matemáticas da tribo européia: um estudo de caso. In: Knijnik, G.; Wanderer, F.; Oliveira, C. J. de (Org.). Etnomatemática, currículo e formação de professores. EDUNISC, p. 124-138.

Souza, M. C. R. F. (2008) Gênero e Matemática(s): jogos de verdade nas práticas de numeramento de alunas e alunos da educação de pessoas jovens e adultas. 2008. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação: conhecimento e inclusão social, Universidade Federal de Minas Gerais.

Veiga-Neto, A. (1996) A ordem das disciplinas. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Wanderer, F. (2007) Escola e Matemática Escolar: mecanismos de regulação sobre sujeitos escolares de uma localidade rural de colonização alemã do Rio Grande do Sul. 2007. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

Weber, F. (2002) Práticas econômicas e formas ordinárias de cálculo. Mana, 8 (2), out/, p.151-182.

Wittgenstein, L. (2004) Investigações filosóficas. Nova Cultural.

Publicado

2023-10-03

Como Citar

KROETZ, K.; HENNING, P. C.; OZELAME, D. M. A Educação matemática em questão: provocações a partir de Florence Weber e Wittgenstein. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 281–296, 2023. DOI: 10.23925/1983-3156.2023v25i3p281-296. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/60750. Acesso em: 18 nov. 2024.