Uma análise sobre agência dos alunos em textos de Educação Matemática
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i4p214-233Palavras-chave:
Colonialismo, Agência do aluno, Justiça social, Elementos de análiseResumo
Este estudo objetiva compreender como as estruturas coloniais se manifestam e influenciam os conceitos que tratam da agência dos alunos em artigos de referência no campo da educação matemática. Para tanto, analisou a agência dos alunos na educação matemática sob a perspectiva da justiça social, utilizando-se como referência as contribuições de Rochelle Gutiérrez e Jo Boaler, além da noção de colonialidade do poder e do saber proposta por Catherine Walsh. A metodologia envolveu a análise crítica que busca compreender e questionar as estruturas de dominação e poder, a partir das obras de autores como Eric Gutstein, Imani Goffney, Rochelle Gutiérrez e Melissa Boston, Ubiratan D’Ambrósio, Marilyn Frankenstein e Paola Valero, buscando identificar nuances e contradições em relação à agência do aluno. Os principais resultados revelaram que mesmo autores comprometidos com a justiça social podem reproduzir visões hierarquizadas e opressivas em relação aos alunos. As estruturas coloniais foram identificadas em diversos aspectos, incluindo a atribuição de poder e autoridade ao professor, a reprodução de narrativas eurocêntricas e a limitação da agência dos alunos. A análise crítica também destacou a importância de considerar como a educação matemática pode gerar seleção, exclusão e segregação. As conclusões apontam para a necessidade de desconstruir as estruturas coloniais presentes na educação e promover uma abordagem crítica e reflexiva. É fundamental valorizar as experiências, as perspectivas e os conhecimentos dos alunos e, assim, construir uma educação matemática mais inclusiva, equitativa e capacitadora. A agência do aluno deve ser fortalecida e possibilitar que ele se torne agente ativo na construção do conhecimento e na luta por justiça social.
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