Microexclusão e estudantes imigrantes
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i4p261-283Palavras-chave:
Estudantes Imigrantes, Educação Matemática Inclusiva, Normalização, OrientalismoResumo
Este artigo é teoricamente conduzido por dados de pesquisa de doutorado. A correspondente pesquisa de doutorado envolveu quinze participantes residentes no Brasil: imigrantes e pais de estudantes imigrantes do Haiti e da Venezuela e professores de matemática em escolas com estudantes imigrantes em São Paulo (Brasil). A pesquisa visa considerar exclusões social e racialmente estruturadas, discutir perspectivas e abordagens e desafiar a educação matemática com estudantes imigrantes para ações inclusivas. Pensar o que pode significar a inclusão e a educação matemática inclusiva com estudantes imigrantes vai no sentido de vislumbrar as raízes do que pode obstruir tal processo, o que significa trilhar o caminho para desvendar os processos de exclusão e violência contra a população imigrante. As vozes dos imigrantes e dos professores serão ouvidas neste artigo para apoiar as discussões sobre as questões em torno da educação matemática inclusiva. Apresento situações que ilustram como o contexto inclusivo pode vir acompanhado de microexclusões em práticas sutis. As microexclusões tendem a isolar as pessoas em um determinado ambiente, mesmo naquele ambiente considerado inclusivo. Este artigo visa, em particular, discutir uma situação crucial: as barreiras à inclusão de estudantes imigrantes têm a ver com vários níveis de estruturas sociais opressoras. Identifico cinco tipos de microexclusão relacionados aos imigrantes relacionados à exotização, identificação enganosa, tratamento do cidadão de segunda classe, assimilação e desprestígio.
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