Contribuições de uma abordagem linguística na formação inicial de professores de matemática
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2025v27i1p092-123Palavras-chave:
Linguagem matemática, Formação de professores, Conhecimento pedagógico do conteúdo, Atividade formativaResumo
O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa de mestrado em Educação Matemática e tem como objetivo analisar as contribuições de uma atividade formativa com foco em uma abordagem linguística da Matemática e do seu ensino para a formação inicial de professores de Matemática. Esse objetivo busca responder o seguinte problema de pesquisa: de que maneira uma atividade formativa com foco em uma abordagem linguística da Matemática e do seu ensino pode contribuir para a formação inicial de professores de Matemática? Para tanto, realizou-se uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa com alunos do curso de licenciatura em Matemática na Universidade Federal do Pará (UFPA). A produção dos dados ocorreu por meio de um questionário e de gravações de áudio durante o desenvolvimento da atividade formativa, que foi um minicurso sobre uma abordagem linguística do ensino de Matemática, tendo a Análise Textual Discursiva (ATD) como metodologia de análise dos dados produzidos. Os resultados apontam que a atividade desenvolvida contribuiu para a formação dos licenciandos no que diz respeito: i) à identificação de desafios linguísticos no ensino de Matemática; ii) às reflexões sobre a natureza do conhecimento matemático; iii) ao incentivo à pesquisa; e iv) aos estudos teóricos de diferentes áreas da Matemática. Em conclusão, têm-se que as discussões sobre a linguagem no ensino de Matemática podem apresentar diversas contribuições para a formação docente, servindo como ponto de partida preparar professores que considerem essas discussões em suas práticas profissionais, o que pode mitigar os desafios presentes em sala de aula.
Referências
Almeida, P. C. A., & Biajone, J. (2017). Saberes docentes e formação inicial de professores: implicações e desafios para as propostas de formação. Educação e pesquisa, 33(1), 281-295. https://doi.org/10.1590/S1517-97022007000200007.
Angelo, C. B. (2022). As correntes filosóficas da matemática e suas implicações na formação o professor que ensina matemática: uma análise da produção acadêmica. REMATEC, 17(41), 76-91. https://doi.org/10.37084/REMATEC.1980-3141.2022.n41.p76-91.id437.
Barata, R. C. (2017). A compreensão de expressões algébricas sob a perspectiva da filosofia de Wittgenstein. [Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas, Universidade Federal do Pará]. http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13218.
Bogdan, R. C., & Biklen, S. K. (1994). Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto Editora.
Brasil. Ministério da Educação. (2017). Base Nacional Comum Curricular. https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf
Costa, D. E., Moraes, M. S. F., & Silveira, M. R. A. da. (2016). Um estudo sobre problemas de tradução relativos às propriedades de limites de função real de uma variável real. Educação Matemática Pesquisa: Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Educação Matemática, 18(1), 203-216. https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/20401.
Cunha, S., & Velasco, J. (2019). Introdução à Gramática da Linguagem Matemática. Editora Ciência Moderna.
D’Ambrosio, B. H. (1993). Formação de professores de matemática para o século XXI: o grande desafio. Pro-Posições, 4(1), 35-41.
Feio, E. S. P. (2009). Matemática e linguagem: um enfoque na conversão da língua natural para a linguagem matemática. [Dissertação de Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas, Universidade Federal do Pará]. https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/2664.
Fiorentini, D. (1995). Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil. Zetetiké, 3(1), 1-38. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/zetetike/article/view/8646877
Garcia, V. C. V. (2009). Fundamentação teórica para as perguntas primárias: O que é matemática? Por que ensinar? Como se ensina e como se aprende? Educação, 32(2), 176-184. https://revistaseletronicas.pucrs.br/faced/article/view/5516.
Gottschalk, C. M. C. (2004). A natureza do conhecimento matemático sob a perspectiva de Wittgenstein: algumas implicações educacionais. Cadernos de História e Filosofia da Ciência, 14(2), 305-334. https://www.cle.unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article/view/739.
Imbernón, F. (2008). Formação Docente e Profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. Editora Cortez.
Jourdain, L. V., & Sharma, S. (2016). Language challenges in mathematics education: A literature review. Waikato Journal of Education, 21(2), 43–56. https://doi.org/10.15663/wje.v21i2.269.
Machado, N. J., D'Ambrosio, U., & Arantes, V. A. (2014). Ensino de Matemática: pontos e contrapontos. Editora Summus.
Marconi, M. A., & Lakatos, E, M. (2003). Fundamentos de metodologia científica. Editora Atlas.
Moraes, A. M., & Fonseca, J. J. S. (2017) Metodologia da Pesquisa Científica. INTA.
Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2011). Análise Textual Discursiva. Unijuí.
Nóvoa, A. (1992). Formação de professores e a profissão docente. In A. Nóvoa (Org.). Os professores e sua formação. (pp. 13-33). Editora Dom Quixote.
Oliveira, M. M. (2013). Como Fazer Pesquisa Qualitativa. Editora Vozes.
Pimm, David. (2002). El lenguaje matemático en el aula. Editora Morata.
Radford, L., & Barwell, R. (2016). Language in Mathematics Education Research. In Á. Gutiérrez, G. C. Leder, & P. Boero (Org.). The second handbook of research on the psychology of mathematics education. (pp. 235-313). Sense.
Rojano, T. (1994). La matemática escolar como linguaje: nuevas perspectivas de investigación y enseñanza. Enseñanza de las Ciencias.. Revista de investigación y experiencias didácticas, 12(1), 45-56. https://doi.org/10.5565/rev/ensciencias.4483.
Scheleppegrell, M. J. (2007). The linguistic challenges of mathematics teaching and learning: A research review. Reading & writing quarterly, 23(2), 139-159. https://doi.org/10.1080/10573560601158461.
Shulman, L. S. (1986). Those who understand: Knowledge growth in teaching. Educational researcher, 15(2), 4-14. https://www.jstor.org/stable/1175860.
Silva, C. E. S. (2019). Alfabetização Matemática na Perspectiva da Linguagem. REMATEC, 14(31), 28–48. https://doi.org/10.37084/REMATEC.1980-3141.2019.n31.p28-48.id186.
Silva, P. V., Silveira, M. R. A., & Cruz, J. V. (2019). Uma reflexão sobre a busca por uma comunicação imune a mal-entendidos nas aulas de matemática. Revista Paranaense de Educação Matemática, 8(16), 138-155. https://doi.org/10.33871/22385800.2019.8.16.138-155.
Silveira, M. R. A. (2014). Tradução de textos matemáticos para a linguagem natural em situações de ensino e aprendizagem. Educação Matemática e Pesquisa: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, 16(1), 47-73. https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/15338.
Silveira, M. R. A. (2018). Aprendizagem de Conceitos Matemáticos: tradução de códigos e aplicação de regras. Perspectivas da Educação Matemática, 11(25), 162-174. https://periodicos.ufms.br/index.php/pedmat/article/view/5238.
Silveira, M. R. A. (2020a). Linguagem como Ferramenta para a Compreensão de Conceitos Matemáticos. Perspectivas da Educação Matemática, 13(22), 1-14. https://periodicos.ufms.br/index.php/pedmat/article/view/5238.
Silveira, M. R. A. (2020b). A ênfase da linguagem na educação matemática: das palavras incertas às palavras com sentido. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, 11(1), 1-12. https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/2238/1354.
Teixeira Júnior, V. P., Silva, P. V., & Melo, L. A. S. (2023). Gramática e tradução de textos matemáticos: reflexões para a Educação Matemática. Revista de Educação Matemática, 20(1), e023077. https://doi.org/10.37001/remat25269062v20id782.
Thompson, D. R., & Rubenstein, R. N. (2000). Learning mathematics vocabulary: Potential pitfalls and instructional strategies. The Mathematics Teacher, 93(7), 568-574. https://www.jstor.org/stable/27971502.
Zuchi, I. (2004). A importância da linguagem no ensino de matemática. Educação Matemática em Revista. 16(1), 49-55. https://www.sbembrasil.org.br/periodicos/index.php/emr/article/view/1056.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
