"Mas tem outro jeito de fazer, né?"
documentos curriculares e prática docente no contexto das escolas do campo
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2025v27i5p160-185Palavras-chave:
Dumentos curriculares, Educação do campo, Prática docente, Práticas de numeramento, Formação docenteResumo
Este artigo orienta-se pelo objetivo de investigar, a partir das narrativas dos professores, se a política curricular e o Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas do Campo de um município do Triângulo Mineiro favorecem o reconhecimento de práticas de numeramento relacionadas com as práticas sociais camponesas. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi realizada com seis professores atuantes em escolas no/do Campo da rede municipal. Utilizaram-se entrevistas semiestruturadas como instrumentos de produção de dados, os quais foram analisadas à luz dos conceitos de letramento docente, numeramento e dos estudos sobre políticas curriculares. As narrativas dos professores revelam distanciamentos entre a proposta curricular prescrita e as práticas pedagógicas dos docentes que atuam em escola do campo, embora seja perceptível esforços individuais na tentativa de mediação entre o currículo prescrito e a realidade vivida pelos estudantes. Observa-se ainda a carência de formação docente voltada para as especificidades da Educação do Campo, o que compromete a articulação entre os documentos oficiais e as práticas de ensino. Conclui-se que é urgente a construção de propostas curriculares que contemplem os saberes locais e a cultura camponesa, em particular para a promoção de uma Educação Matemática do Campo, bem como a promoção de formação continuada de professores para o desenvolvimento de uma educação crítica e de valorização do Campo.
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