Rumo a um modelo epistemológico de referência compartilhado?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2024v26i3p462-492

Palavras-chave:

Epistemologia,, Ensino, Limite, Modelo

Resumo

Este texto foi elaborado para divulgar a proposta do Grupo de Estudo do Cálculo no Ensino Médio e no Ensino Superior, liderado pelos pesquisadores Dr. Pierre Job (ICHEBrussels Management School-Bélgica) e Dr. Luiz Márcio Santos Farias (UFBA-Brasil), cujo objetivo é criar um trabalho conjunto Brasil-Bélgica, em busca de um Modelo Epistemológico de Referência para o ensino de Cálculo e Análise. Em 2023, no Seminário Estudos Integrados: Cálculo no Ensino Médio e no Superior, na PUC/SP, o Prof. Job apresentou aspectos da pesquisa realizada na Bélgica, baseada em um Modelo Epistemológico de Referência, na Teoria das Situações Didáticas e na Teoria Antropológica do Didático, com relação ao conceito de limite. Para motivar professores de Cálculo a se engajarem nessa pesquisa, resumem-se os acontecimentos de dois dos três dias do Seminário. Na primeira parte do texto, relatam-se as questões propostas no primeiro dia, seguidas por uma reflexão sobre algumas delas, questões essas que servem de modelo para o levantamento inicial de dificuldades que poderão dar resposta a três questões abertas: as premissas usadas na Bélgica são válidas no contexto brasileiro? É possível construir uma estrutura teórica comum que permita questionar o ¨status¨ de obstáculo epistemológico e a principal dificuldade encontrada no ensino dos conceitos de limite, derivada e integral? Que tipo de experimento é possível planejar em conjunto para testar esse Modelo? Na segunda parte do texto, apresenta-se um resumo da exposição feita pelo Prof. Job, no segundo dia, sobre a pesquisa desenvolvida na Bélgica.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ana Maria Velloso Nobre, PUC/SP

Possui graduação em Matemática pela Universidade de São Paulo (1968) e Mestrado em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1995). Atualmente é professor assistente mestre da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Ensino de Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professor, ensino de Álgebra, ensino de Cálculo, livros didáticos.

Vera Helena Giusti de Souza, Universidade de São Paulo

Doutora em Educação Matemática

Referências

Adam, A. & Lousberg, F. (2000). Espace Math 56, Livre de l'élève. De Boeck-Wesmael.

Anjos, I. M. dos et al. (2023) O Quiz Interativo Digital na identificação de dificuldades de aprendizagem em conceitos nucleares do Cálculo I. Revista de Ensino de Ciências e matemática, 14(2), 1-26.

Artigue, M. (1990) Ingénierie didactique. Recherches en Didactique des Mathématiques, 9(3), 281-308.

Artigue, M. (2020). Didactic Engineering in Mathematics Education. In S. Lerman (Eds.), Encyclopedia of Mathematics Education (pp. 202-206). Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-030-15789-0_44

Brousseau, G. (1998) Théorie des situations didactiques. La Pensée Sauvage.

Cauchy, A.-L. (1821). Analyse algébrique. Cours de l’École Polytechnique.

Chevallard, Y. (1985). La transposition didactique : du savoir savant au savoir enseigné. La Pensée Sauvage.

Chevallard, Y. (1999). L'analyse des pratiques enseignantes en théorie anthropologique du didactique. Recherches en didactique des mathématiques, 19 (2), 221-266.

Chevallard, Y. (2011). Quel programme pour l’avenir de la recherche en TAD? In Bosch et al. (Eds.), Un panorama de la TAD (pp. 33-55). Centre de Recerca Matemàtica.

De Guzmán, M. et al. (1998). Difficulties in the Passage from Secundary to Tertiary Education. Documenta Mathematica. ICM-Invited Lectures, III, 747-762. http://eudml.org/doc/230779

Fishbein, E. et al. (1979). The intuition of infinity. Educational Studies in Mathematics, 1, 3-40.

Fourez, G. (1988). La construction des Sciences. De Boeck-Wesmael.

Garcia, L. M. L. da S., & Gomes, R. S. (2022). Causas da evasão em cursos de ciências exatas: uma revisão da produção acadêmica. Revista Educar Mais, 6, 937-957. https://doi.org/10.15536/reducarmais.6.2022.2970

Godoy, E., & Almeida, E. (2020). Evasão nos cursos de engenharia: um olhar para os trabalhos do COBENGE de 2000 a 2014. Revista Brasileira de Ensino de Ciências e Tecnologia, 13(3), 50-74. https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/8583

Igliori, S. B. C., & Silva, B. A. da. (2001) Concepção dos alunos sobre os números reais. In J. Lachini & J. B. Laudares (Orgs.). A prática educativa sob o olhar de professores de Cálculo, 1 (1ª Ed., pp. 39-67). Fumarc.

Job, P. (2011). Étude du rapport à la notion de définition comme obstacle à l'acquisition du caractère lakatosien de la notion de limite par la méthodologie des situations fondamentales/adidactiques. [Doctorat d´État, Docteur en Sciences, Didactique des Sciences Mathématiques, Faculté des Sciences, Université de Liège]. https://hdl.handle.net/2268/98996

Lachini, J. (2001) Subsídios para explicar o fracasso de alunos em cálculo. In J. Lachini & J. B. Laudares. (Orgs.). A prática educativa sob o olhar de professores de Cálculo, 1. (1a ed., pp. 146-190). Fumarc.

Lakatos, I. (1984). Preuves et Réfutations. Hermann.

Popper, K. (1973). La logique de la découverte scientifique. Payot.

Popper, K. (2014). Conjectures and réfutations: the growth of scientific knowledge (2nd ed.). Routledge.

Projet Euclide. (2007). L’interaction entre compétences disciplinaires et langagières dans l’apprentissage des mathématiques: détection des difficultés et pistes de remédiation au 3e degré. Comment sensibiliser les élèves du 3e degré aux exigences de l’enseignement supérieur? Formation I.F.C. Université de Liège. http://www.ulg.ac.be/sectmath/Euclide.htm

Schneider, M. (2009). Ingénieries didactiques et situations fondamentales. Quel Niveau praxéologique?. In Margolinas et al. (Org.), En amont et en aval des ingénieries didactiques, XVª École d´Été de Didactique des Mathématiques (pp. 172-202) - Clermont-Ferrand. Recherches em Didactique des Mathématiques. La Pensée Sauvage, v. 2.

Schneider, M. Note de cours de didactique des mathématiques. Facultés Universitaires Notre-Dame de la Paix.

Schneider, M. (2008). Traité de didactique des mathématiques. Éditions de l' Université de Liège.

Schneider, M. (2019). Quels usages du concept de modèle epistémologique de référence pour la recherche? Et pour la formation? In I. J. Pilet (Ed.), Actes du séminaire de didactique des mathématiques de l'ARDM (pp. 72-86).

Thomas, M. et al. (2012). Survey Team 4: key mathematical concepts in the transition from secondary to university. In Sung Je Cho (Ed.), 12th International Congress on Mathematical Education (pp. 90-136). COEX.

Downloads

Publicado

2024-11-03

Como Citar

NOBRE, A. M. V.; SOUZA, V. H. G. de . Rumo a um modelo epistemológico de referência compartilhado?. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 462–492, 2024. DOI: 10.23925/1983-3156.2024v26i3p462-492. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/66635. Acesso em: 3 dez. 2024.

Edição

v. 26 n. 3 (2024): Modelo epistemológico de referência - Cálculo

Seção

Modelo epistemológico de referência (MER) para o ensino de cálculo

Licença

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

    1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
    2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
    3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).