Experiências Estéticas na Formação de Professores de Ciências e Matemática: Influências da Hermenêutica Gadameriana
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2022v24i2p404-432Palavras-chave:
Experiência Estética, Gadamer, Educação em Ciências, Educação Matemática, Formação de ProfessoresResumo
O presente artigo apresenta repercussões da Hermenêutica Filosófica (HF) no processo formativo de estudantes vinculados ao projeto “Atelier Científico: Experiências Estéticas na Educação em Ciências”. O Atelier Científico (AC) é um espaço coletivo destinado ao estudo, criação e planejamento de experiências estéticas em Ciências e Matemática. Busca promover uma articulação entre o educar por meio de experiências estéticas elaboradas por estudantes de Licenciatura em Ciências Exatas (Física, Matemática e Química). Partimos do conceito de experiências estéticas fundamentado nos estudos da Hermenêutica Filosófica de Hans-Georg Gadamer para delinearmos sua contribuição ao modo de tratamento das ciências exatas, em uma perspectiva vinculada à percepção e à interpretação como busca de (auto)compreensão daquele(a) que percebe e interpreta no mundo. Neste artigo, iniciamos por apresentar a fundamentação do Atelier Científico, e a seguir descrevemos, sustentados por esta fundamentação, uma das atividades desenvolvidas no AC de modo a salientar contribuições da HF na formação de professores a partir dos registros de bolsistas do projeto no que chamamos de Diário do Atelier Científico e nos Relatórios Finais. Os relatos apontam para uma experiência formativa capaz de aguçar a percepção dos futuros professores na medida em que proporciona momentos de estranhamento frente ao novo, fomenta uma atitude estética, valoriza a pergunta autêntica, as tradições e as diferentes visões de mundo, bem como uma visão de ensino menos instrumental e mais ontológica.
Metrics
Referências
Amabilino, D. B. (2012). Beauty in chemistry: artistry in the creation of new molecules. Springer Science & Business Media.
Bicudo, M. A. V. (2009). O estar-com o outro no ciberespaço. ETD-Educação Temática Digital, 10(2), 140-156.
Bicudo, M. A. V. (2011). Pesquisa qualitativa segundo a visão fenomenológica. São Paulo: Editora Cortez.
Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora.
Brown, T. (2012). Mathematics education and language: Interpreting hermeneutics and post-structuralism. Springer Science & Business Media.
Calixto, V. S., & Galiazzi, M. C. (2015). A Disciplina de Monografia como Espaço Coletivo de Produção de Experiências Sobre ser Professor/Pesquisador. Revista Debates em Ensino de Química, 1(1), 36-47.
Charland, C. C. C. (2014). [Fotografia digital]. Retirado de https://calebcharland.com/
Dahlin, B. (2001). The primacy of cognition–or of perception? A phenomenological critique of the theoretical bases of science education. Science & Education, 10(5), 453-475.
Donnelly, J. F. (1999) Schooling Heidegger: On being in teaching. Teaching and Teacher Education, 15(8), 933-949.
Østergaard, E. (2017). Earth at Rest. Science & Education, 26(5), 557-582.
Østergaard, E. (2014). How can science education foster students’ rooting?. Cultural Studies of Science Education, 10(2), 515-525.
Eger, M. (1992). Hermeneutics and Science Education: An Introduction. Science & Education, 1(4), 337-348.
Escher, M. C. (2000). MC Escher: the graphic work. Taschen.
Facco, M. L. C. (2017). Reflexões sobre o ateliê como lugar/espaço em processos de criação em Artes Visuais. Revista Digital do LAV, 10(2), 213-227.
Flickinger, H. G. (2010). A caminho de uma pedagogia hermenêutica. São Paulo: Autores Associados.
Fokides, E., Sfakianou, M. (2017). Virtual museums in arts education. Results of a pilot project in primary school settings. Asian Research Journal of Arts & Social Sciences, 3(1), 1-10.
Gadamer, H. G. (2015). Verdade e método I: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis: Vozes.
Grondin, J. (2012). Hermenêutica. (Marcionilo, M. Trad.). São Paulo: Parábola Editorial. (Título original: hermeneutics).
Hermann, N. (2002). Hermenêutica e Educação. Rio de Janeiro: DP&A.
Hermann, N. (2010). Autocriação e horizonte comum: ensaios sobre educação ético-estética. Ijuí: Unijuí.
Lago, C. (2012). Experiência estética como experiência formativa a partir da ontologia de Hans-Georg Gadamer. EccoS Revista Científica, 28, p. 17-30.
Leiviskä, A. (2013). Finitude, Fallibilism and Education towards Non-dogmatism: Gadamer’s hermeneutics in science education. Educational Philosophy and Theory, 45(5), 516–530.
Mondini, F., Mocrosky, L. F., & Bicudo, M. A. V. (2016). A hermenêutica em educação matemática: compreensões e possibilidades. Revista Eletrônica de Educação Matemática, 12(1), 1-10.
Oefner, F. (2020). Studio Oefner [Fotografia digital]. Retirado de https://fabianoefner.com/.
Pereira, M. V. (2011). Contribuições para entender a experiência estética. Revista Lusófona de educação, 18(18), 111-123.
Santos, D. J. S., Forato, T. C. M., & SILVA, J. A. (2021). História e Filosofia das Ciências no contexto escolar pós-moderno: uma contribuição ao ensino de ciências a partir da hermenêutica filosófica de Gadamer. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 38(2), 1282-1308.
Sousa, R. S. (2021). O Atelier Científico como Invenção: Experiências Estéticas na Educação em Ciências e Matemática como Modo de (Auto) Compreensão. Extensão em Foco, especial(25), 17-32.
Sousa, R. S., & Galiazzi, M. C. (2016). Compreensões acerca da hermenêutica na análise textual discursiva: marcas teórico-metodológicas à investigação. Revista Contexto & Educação, 31(100), 33-55.
Sousa, R. S., & Galiazzi, M. C. (2017). Traços da hermenêutica filosófica na educação em ciências: possibilidades à educação química. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, 10(2), 279-304.
Sousa, R. S., & Galiazzi, M. C. (2018) A tradição de linguagem em Gadamer e o professor de química como tradutor-intérprete. ACTIO: Docência em Ciências, 3(1), 268-285.
Sousa, R. S., & Galiazzi, M. C. (2019). Experiências Estéticas na Pesquisa em Educação Química: Emergências Investigativas na Formação de Professores de Química em uma Comunidade Aprendente. Revista de Educação, Ciências e Matemática, 9(2), 107-126.
Sousa, R. S., Carmo, A. P. C., Silva, E. M. R., & Silva, M. H. A. (2020, dezembro 14). Exposição Fotográfica Viver em Ciências: um ciclo estético da vida [Artsteps]. Recuperado de https://www.artsteps.com/view/5fb807cadaa49d039aaeddec
Toscano, M., & Quay, J. (2021). Beyond a Pragmatic Account of the Aesthetic in Science Education. Science & Education, 30(1), 147-163.
Vella, R. (2018). Curating as a dialogue-based strategy in art education. International Journal of Education through Art, 14(3), 293-303.
Wickman, P-O. (2006). Aesthetic experience in science education: Learning and meaning-making as situated talk and action. Routledge.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).