Espaços para sonhos nas aulas de matemática
problematizações e possibilidades
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i4p162-189Palavras-chave:
Sonhos, Foreground, Espaço para sonhos, Alteridade, Aulas de MatemáticaResumo
EEste artigo baseia-se em uma investigação que teve como objetivo identificar que espaços para sonhos são possíveis nas aulas de matemática e que problemáticas podem ser encontradas no que diz respeito a esses espaços. Isso se deu a partir das respostas produzidas por estudantes adolescentes brasileiros e colombianos em desvantagem social, que estudavam em escola pública. Em grupos de discussão, foi perguntado aos estudantes sobre como elas e eles viam os espaços para discussão e produção de sonhos na escola e, especificamente, nas aulas de matemática. Como resultado, foi possível identificar que tanto a escola como as aulas de matemática possibilitam pouquíssimos espaços para manifestação e desenvolvimento dos sonhos dos jovens. Ainda assim, os estudantes identificaram possibilidades para que professoras e professores pudessem fornecer mais espaços para isso, sendo a partir: do investimento na relação professor-estudante; de conteúdos mais próximos da vida dos estudantes; e da priorização de atividades coletivas e colaborativas em detrimento das competitivas. Fazendo interlocuções com perspectivas freirianas e críticas, refletiu-se também sobre a importância de que as aulas de matemática produzam significado na vida dos estudantes e que sejam incorporadas perspectivas críticas para interpretar o conhecimento matemático, de forma a fazer interlocuções com a cultura e a sociedade. Por fim, também se questiona o papel dos atuais sistemas econômicos e ideológicos no apagamento dos sonhos dos jovens.
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