Currículos oficiais e currículos moldados de matemática no ciclo de alfabetização

uma análise da coerência dos objetivos e atividades presentes nos planos de aula.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-3156.2023v25i1p78-98

Palavras-chave:

Matemática, Ciclo de Alfabetização, Planejamento

Resumo

Este artigo analisa a coerência entre objetivos e atividades propostas em planos de aula de Matemática para o Ciclo de Alfabetização. Reconhece-se o planejamento como um importante momento do trabalho pedagógico e como sendo capaz de moldar o currículo que será desenvolvido com os estudantes. O estudo é de origem qualitativa valendo-se do delineamento da pesquisa documental. Para tal, planos de aula, do período de ensino remoto, de professoras do Ciclo de Alfabetização foram analisados de modo descritivo no que tange aos objetivos anunciados e às atividades propostas. Foi possível concluir, neste estudo, que grande parte dos planos analisados não apresentava uma coerência entre o que diziam desenvolver nos objetivos, tal qual habilidades e como operacionalizam essas intenções nas atividades. Concluiu-se, portanto, que os currículos podem perder sua força, quando o planejamento se centra exclusivamente na execução de atividades.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

charlene origuela gaspar de pinho, Universidade Federal do Rio Grande

Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Educação em Ciências – PPGEC/FURG

João alberto da silva, Universidade Federal do Rio Grande

João Alberto da Silva é Pedagogo e Psicólogo, com Pós-Doutorado em Educação Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco. Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS, com doutorado-sanduíche na Universidade de Genebra. Professor Associado na Universidade Federal do Rio Grande-FURG junto aos cursos de Licenciatura e no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências. É líder do Grupo de Estudos em Educação Matemática dos anos Iniciais - GEEMAI. Coordenador Geral do Comitê Assessor da área de Educação da Fundação de Amparo à pesquisa do Rio Grande do Sul - FAPERGS (2019-2021). Gerencia Convênios de Cooperação Internacional do Brasil, financiados pela CAPES/AULP, com Moçambique e com o Cabo Verde para formação de professores em Ciências e Matemática, bem como tem acordos de cooperação com a Universidade de Salamanca (Espanha) e Universidade de Juliaca (Peru). É Consultor do INEP na Comissão de Assessoramento Didático-Pedagógico na área de Matemática e suas Tecnologias da Diretoria de Avaliação da Educação Básica do INEP. Coordenador Adjunto da Equipe de Avaliação do Programa Nacional do Livro Didático para Matemática dos anos iniciais (PNLD 2018-2021) e Assessor Pedagógico do PNLD Ensino Médio (2021-2024). Fez parte da Diretoria Regional do Rio Grande do Sul da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) como 2º secretário (2018-2020). Foi coordenador adjunto (2018-2021) e atual coordenador geral (2022-2025) do GT01 da SBEM-Nacional sobre ensino de Matemática na Educação Infantil e nos anos iniciais e pertence ao mandato atual do Conselho Nacional Editorial da SBEM, que edita as revistas da associação e organiza as políticas de publicação de livros e outras obras. Membro do Conselho Editorial da Editora CRV e da Editora da Universidade Federal de Rondônia. Coordena o projeto de extensão Programa de Alfabetização Matemática para formação de professores da Educação Infantil e anos iniciais

Referências

Bernstein, B. (1990). Class, codes and Control, Vol. IV: The structuring of pedagogic discourse. Routledge.

Brasil. Ministério da Educação. (2018). Base Nacional Comum Curricular. Brasília. http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental/a-area-de-matematica

Bourdeax, A. L., França, E., Miguel, V., Ogliari, E. & Rubinstein, C. (2017). Novo bem-me-quer matemática, 1º ano. 4 ed. Editora do Brasil.

Fávero, A. A., Centenaro, J. B. & Bukowski, C. (2021). Uma revolução controlada? A BNCC como política de centralização. Revista e-Curriculum, v. 19, n. 4, p. 1676-1701. https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/52689

Freitas, F., Bertolucci, C. C., Roveda, C. & Silva, J. A. (2019). Abrindo a caixa de pandora: as competências da Matemática na BNCC. Revista Paranaense de Educação Matemática, v. 8, n. 17, p. 265-291. http://revista.unespar.edu.br/index.php/rpem/article/view/627.

Freitas, F. M., Silva, J. A. & Leite, M. C. L. (2018). Diretrizes invisíveis e regras distributivas nas políticas curriculares da nova BNCC. Currículo sem Fronteiras, v. 18, n. 3, p. 857-870. https://www.curriculosemfronteiras.org/vol18iss3articles/freitas-silva-leite.pdf .

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. Atlas.

Lakatos, E. M. & Marconi, M. de A. (2010). Fundamentos de Metodologia Científica. 7 ed. Atlas.

Mandarino, M. C. F. (2009). Que conteúdos da Matemática escolar professores dos Anos Iniciais do ensino fundamental priorizam? In: Guimarães, G. & Borba, R. Reflexões sobre o ensino de Matemática nos Anos Iniciais de escolarização. SBEM.

Menegolla, M. & Sant’Anna, I. M. (2014). Por que planejar? Como planejar? Currículo, área, aula. 22 ed. Vozes.

Pelotas. Prefeitura Municipal de Pelotas. (2020). Documento Orientador Municipal. Secretaria de Educação e Desporto (Smed). https://pdfcoffee.com/qdownload/base-orientadora-pdf-free.html.

Perrenoud, P. (1999) Avaliação: da excelência à regularização das aprendizagens - entre duas lógicas. Artes Médicas Sul.

Rio Grande. Prefeitura Municipal de Rio Grande. (2019). Documento Orientador Curricular do Território Rio-grandino – Volume 2. Secretaria de Município da Educação de Rio Grande (SMED). http://www.riogrande.rs.gov.br/smed.

Sacristán, J. G. (2000). O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Artmed.

Sacristán, J. G. (2013). Saberes e incertezas sobre o currículo. Penso Editora.

Silva, J. A. da. (2017). Impossibilidades e táticas de resistência para currículos de Matemática nos anos iniciais. Educação Matemática Pesquisa, v.19, n. 3, p. 84-104. https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/32955

Silva, T. T. da. (1999). Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Autêntica.

Veiga, I. P. A. (2019) Planejamento Educacional: uma abordagem político-pedagógica em tempos de incertezas. CRV.

Veiga, I. P. A. (2004) Repensando a Didática. CRV.

Zabala, A. (1998). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed.

Publicado

2023-04-29

Como Citar

ORIGUELA GASPAR DE PINHO, charlene; ALBERTO DA SILVA, J. Currículos oficiais e currículos moldados de matemática no ciclo de alfabetização: uma análise da coerência dos objetivos e atividades presentes nos planos de aula. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 78–98, 2023. DOI: 10.23925/1983-3156.2023v25i1p78-98. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/58242. Acesso em: 18 nov. 2024.