Desafios na implementação da base nacional curricular comum em matemática
percepções docentes e o papel da formação continuada
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-3156.2025v27i5p186-208Palavras-chave:
Currículo de matemática, Formação continuada, Percepções docentes, Justiça curricular, BNCCResumo
O estudo investiga as percepções de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental sobre a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no currículo de Matemática, com o objetivo de responder à seguinte questão: quais são os desafios enfrentados pelas docentes para aplicar a BNCC na prática e de que forma a Formação Continuada pode contribuir nesse processo? Consideram-se os desafios da normatização curricular e as contribuições da Formação Continuada. A BNCC, ao estabelecer um currículo prescrito, busca estruturar o ensino, mas sua aplicação enfrenta dificuldades, pois a transposição das diretrizes para a prática docente não ocorre de forma linear. A diferença entre currículo prescrito e currículo real evidencia que a efetivação das diretrizes depende da mediação docente e da contextualização dos conteúdos para atender às necessidades dos estudantes. Além disso, a padronização curricular levanta questionamentos sobre justiça curricular, uma vez que um modelo homogêneo pode desconsiderar diversidades regionais e sociais, dificultando a adaptação dos conteúdos. Com abordagem qualitativa, a pesquisa coletou dados de 16 professoras do município de Bom Retiro do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, por meio de questionários aplicados em uma Formação Continuada. Os dados, analisados à luz de referenciais sobre currículo e ensino de Matemática, demonstraram que a BNCC ainda gera dúvidas na prática docente. Os resultados reforçam a importância da Formação Continuada como espaço de reflexão e de construção de estratégias para tornar o ensino significativo e equitativo na Educação Matemática.
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